domingo, 4 de dezembro de 2011

Doutrina dos Anjos Decaídos e do Paraíso Perdido

Paris (FR), janeiro de 1868


Allan Kardec
Emigrações e imigrações entre as esferas dos encarnados e desencarnados

“Nos intervalos de suas existências corpóreas, os Espíritos estão no estado de erraticidade, e compõem a população espiritual ambiente do globo. Para os mortos e os que nascem, essas duas populações se inclinam incessantemente uma para a outra; há pois, diariamente, emigrações do mundo corpóreo no mundo espiritual, e imigrações do mundo espiritual no mundo corpóreo: é o estado normal” (item 35, cap.XI – A Gênese - Allan Kardec)

Em certas épocas, reguladas pela sabedoria divina, essas emigrações e essas imigrações se operam em massas mais ou menos Consideráveis, em conseqüência das grandes revoluções que fazem partir, ao mesmo tempo, quantidades inumeráveis, as quais são logo substituídas por quantidades equivalentes de encarnações. È necessário, portanto, considerar os flagelos e os cataclismas como ocasiões de chegadas e de partidas coletivas, de meios providenciais para renovar a população corpórea do globo, de retemperá-la com a introdução de novos elementos espirituais mais depurados. Se, nessas catástrofes, há destruição de um grande número de corpos, não há senão envoltórios despedaçados, mas nenhum Espírito perece: não fazem senão mudar de meio; em lugar de partir isoladamente, partem em número, eis toda a diferença, porque partir, por uma causa ou por outra, não deixam de partir fatalmente cedo ou tarde” (Item 36, cap.XI – A Gênese – Allan Kardec)

- “Essa transfusão que se opera entre a população encarnada e a população desencarnada de um mesmo globo se opera, igualmente, entre os mundos, seja individualmente nas condições normais, seja por massas em circunstâncias especiais. Há, pois, emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro. Disso resulta a introdução, na população de um globo, de elementos inteiramente novos; novas raças de Espíritos vêm se misturar às raças existentes, constituindo novas raças de homens. Ora, como os Espíritos nunca perdem o que adquiriram levam com eles a inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem; imprimem, consequentemente, o seu caráter à raça corpórea que vêm animar. Eles não têm necessidade, para isso, que seus novos corpos sejam criados especialmente para o seu uso; uma vez que a espécie corpórea existe, encontra-se toda pronta para recebê-los. São, pois, simplesmente novos habitantes; em chegando sobre a Terra, de início, fazem parte de sua população espiritual, depois se encarnam como os outros.” (item 37 , cap.XI – A Gênese- Allan Kardec).

- “Segundo o ensino dos Espíritos, foi uma dessas grandes imigrações, ou, querendo-se, uma dessas colônias de Espíritos, vindos de uma outra esfera, que deram nascimento à raça simbolizada na pessoa de Adão, e, por esta razão, chamada raça adâmica. Quando ela chegou, a Terra estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando chegaram os Europeus.
     A raça adâmica, mais avançada do que aquelas que a precederam sobre a Terra, era, com efeito, mais inteligente; foi ela que levou todas as outras ao progresso. A Gênese no-la mostra, desde seus princípios, industriosa, apta para as artes e para as ciências, sem passar pela infância intelectual, o que não é o próprio das raças primitivas, mas o que concorda com a opinião de que se compunha de Espíritos que já progrediram. Tudo prova que ela não era antiga sobre a Terra, e nada se opõe a que não esteja aqui senão há alguns milhares de anos, o que não estaria em contradição nem com os fatos geológicos, nem com as observações antropológicas, e, ao contrário, tenderia a confirmá-las.” (item 38, cap.XI – a Gênese- Allan Kardec).


- “Os mundos progridem fisicamente pela elaboração da matéria, e moralmente pela depuração dos espíritos que os habitam. Neles, a felicidade está em razão da predominância do bem sobre o mal, e a predominância do bem é o resultado do avanço moral dos espíritos. O progresso intelectual não basta, uma vez que, com a inteligência, podem fazer o mal. Então, pois, quando um mundo chega a um de seus períodos de transformação, que deve fazê-lo subir na hierarquia, mutações se operam na sua população encarnada e desencarnada; é então que ocorrem as grandes emigrações e imigrações. Aqueles que, apesar de sua inteligência e de seu saber, perseveram no mal, em sua revolta contra Deus e suas leis, serão doravante um entrave para o progresso moral ulterior, uma causa permanente de perturbação para o repouso e a felicidade dos bons, por isso eles são excluídos e enviados para os mundos menos avançados; ali aplicarão a sua inteligência e a intuição dos conhecimentos adquiridos ao progresso daqueles entre os quais são chamados a viver, ao mesmo tempo que expiarão, numa série de existências  penosas e por um duro trabalho, as suas faltas passadas e o seu endurecimento voluntário”. (item 43, cap. XI – A Gênese- Allan Kardec).

- “Mas, ao mesmo tempo que os maus partiram do mundo que habitavam, são substituídos por Espíritos melhores, vindos seja da erraticidade do mesmo mundo, seja de um mundo menos avançado que mereceram deixar, e para os quais a sua nova morada é uma recompensa. Estando a população espiritual assim renovada e purgada de seus piores elementos, ao cabo de algum tempo o estado moral do mundo se acha melhorado.” 
(item 44, cap. XI – A Gênese- Allan Kardec).

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