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Zamenhof |
Ludwik Lejzer Zamenhof nasceu na cidade de Bialystok, que fazia
parte do Império russo, e atualmente pertence à Polônia; desencarnou em
Varsóvia, em 14 de abril de 1917. Era judeu e médico oftalmologista e falava as
línguas nativas: russo, iídiche, polonês e era fluente no alemão. Aprendeu,
também, Francês, latim, grego, hebraico e inglês. Em Bialystok falava-se várias
línguas gerando conflitos regionais e isso motivou Zamenhof a criar um idioma
em que todos pudessem se comunicar mais facilmente.
Em 26 de julho de 1887 lançou o
primeiro livro, escrito em russo, com as 16 regras gramaticais do esperanto. Depois,
publicou em alemão, polonês e francês e o número de falantes cresceu
rapidamente em vários países. Em 1905, na França, aconteceu o primeiro
Congresso Universal de Esperanto com a participação de quase mil pessoas. No
Brasil, o Esperanto surgiu em 1906 com o primeiro grupo formado em Campinas –
SP, o Suda Stelaro. (Fonte: Wikipedia)
O Esperanto, hoje, é uma realidade
e qualquer pessoa interessada pode aprendê-lo facilmente.
Aprenda Esperanto:
http://www.kurso.com.br/index.php?pt
Informações sobre o Espertanto:
Ouça programas sobre musica,
noticias, cultura e diversos temas nos links:
China :http://esperanto.cri.cn/
Vaticano:
http://www.radiovaticana.org/esp/index.asp
Curitiba (PR), 23 de junho de 1958
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PERGUNTA: - O
fato de Zamenhof nascer na Lituânia e haver descendido da raça hebraica não
tem, porventura, ligação com um plano diretamente supervisionado pelo Espaço?
Poderíamos crer que Zamenhof foi realmente um predestinado para desempenhar a
missão de introduzir o Esperanto na Terra?
RAMATÍS: -
Bastar-vos-á um pouco de reflexão para verificardes que o espírito de
Zamenhof reencarnou na Terra
exatamente no clima psicológico mais propício ao advento do Esperanto.
Na época de seu nascimento, em meados do século XIX, sua pátria era palco de
tal confusão de idiomas, que se poderia julgá-la um verdadeiro experimento
prático de internacionalidade linguística. Afora os inúmeros dialetos falados na pequena Lituânia, não só predominavam
ali quatro línguas principais e
diferentes entre si, como ainda eram várias as crenças dos seus
habitantes. Devido ao desentendimento
contundente entre as próprias famílias, pois que os seus membros mais íntimos tanto divergiam
em matéria de fé como no falar, sucediam-se inúmeros conflitos que acirravam
velhos ódios e culminavam em lutas sangrentas. Era um mundículo estranho,
alimentado por objetivos contraditórios e assaz caprichosos, constituído por
um punhado de criaturas que se odiavam e hostilizavam, em virtude de não se
ajustarem satisfatoriamente através de um idioma pátrio comum.
Aumentava a desconfiança e se difundia o
sarcasmo religioso entre todos, pois, se num mesmo país, entre homens da
mesma raça e relacionados por um único idioma, não se conseguem evitar
conflitos e crimes resultantes da diferença de crença religiosa, imaginai o
que ocorria na Lituânia, na época do nascimento de Luís Lázaro Zamenhof, quando existiam ali quatro idiomas
principais, que só serviam para implantar antipatias e desordens
entre os seus conterrâneos.
Esse
conflito idiomático e religioso entre os seus compatriotas é que despertou no cérebro daquele estudante
pobre e profundamente fraterno o ideal de uma língua internacional, capaz
de ser um veículo afetuoso de entendimento humano entre todos os homens. Como
se tratava de um espírito assaz evoluído, Zamenhof não cogitou de instituir
um idioma neutro apenas para a Lituânia,
que era sua pátria, dividida pelo
linguajar dos judeus, polacos, russos e lituanos, e ainda algemada
pelas suas contradições religiosas, que acirravam ódios irremovíveis entre
todos. Mas ele, reconhecendo que a
sua pátria tão contraditória era apenas a miniatura do próprio mundo
onde viera reencarnar, refletia em que, se todos os homens pudessem compreender-se sob um mesmo
idioma, ainda que se tratasse de uma língua nova, não seria difícil uma
aproximação e confraternização afetuosa entre eles. Graças, pois,
à tenacidade e ao sacrifício, aliados à pureza de intenção e ao ideal que sempre
lhe inspirara os atos, o jovem estudante Zamenhof conseguiu desempenhar a
contento, na Terra, a sua grandiosa missão.
PERGUNTA: -
Desde o principio do seu trabalho Zamenhof já havia delineado essa admirável
qualidade de síntese e simplicidade do idioma internacional?
RAMATÍS: - Zamenhof
pôs-se primeiramente a estudar os meios de ajustar uma linguagem simples,
lógica e sem perigo de abastardamento, mas bastante fluente para servir a
todas as classes, culturais e dificuldades de entendimentos humanos. Pensava
na possibilidade de compor um idioma que se pudesse transformar num elo
afetuoso e sensato, servindo tanto à mais requintada cultura, como às mentes
mais empobrecidas, acessível a todas as gentes e camadas sociais. Assim, êle esforçou-se para evitar que no futuro
as bases do seu idioma viessem a exigir massudos compêndios de excessivos
vocabulários, como é muito comum às demais línguas desde a sua
evolução e aplicação. Preocupava-o imensamente não só essa probabilidade de
sucessivo aumento e incorporação de vocábulos novos ao seu idioma, como ainda
o desenvolvimento dos povos futuros e suas inevitáveis modificações,
obrigando-o a melhor ajustar o Esperanto a todas as surpresas e imprevistos.
Mas os
seus elevados mentores assistiam-no sempre e velavam por seus ideais
santificantes, pois, à
noite, quando ele se afastava do corpo físico, durante o sono
benfeitor, eles aconselhavam-no
sobre o que devia fazer de mais sensato. É por isso que no
desenvolvimento do Esperanto sempre permanece admirável segurança iniciática
tão bem disciplinada por Zamenhof, pois, embora aumente a necessidade
filológica dos homens, persiste miraculosamente a qualidade inata desse
extraordinário idioma fraternal. Só
a supervisão do Alto é que realmente poderia orientar o jovem estudante a
entrosar tão sabiamente as raízes idiomáticas do Esperanto, que ainda
hoje se afiguram o indestrutível alicerce de garantia contra quaisquer
inovações e excentricidades.
PERGUNTA: - Durante
o desempenho de sua missão Zamenhof encontrou sempre favorecimento para o
êxito de sua obra tão útil à humanidade? Supomos que seu progenitor tenha
sido um dos seus mais devotados colaboradores; não é assim?
RAMATÍS: -
Quase ao completar vinte anos de
idade, Zamenhof recebeu entusiástica adesão dos seus colegas de
Liceu, ao expor o seu projeto de uma língua auxiliar, que ele denominava de
“nobre causa” e assegurava tratar-se de duradouro e valioso benefício à
humanidade. Entretanto, à semelhança do que é muito comum suceder aos homens
que se sacrificam pelo advento de um mundo melhor, ele também não tardou em ficar sozinho com os seus entusiasmos
e idéias elevadas, curtindo tanto os sarcasmos e as consequências das
descrenças alheias, como sofrendo forte hostilidade daqueles que
nutriam interesses inconfessáveis no seio da confusão de sua pátria. Inúmeras
vezes fora assaltado pelo desânimo, e só
a permanente assistência do Alto, que supervisionava a sua espinhosa missão,
impediu-o de reduzir os seus esforços e deixar-se abater ante a
excessiva descrença e ironia humana, quase privando o vosso orbe desse
grandioso benefício linguístico que, no futuro, se tornará um dos
mais fortes elos da sonhada confraternização humana!
E ainda um fato doloroso obrigou-o a
perder o seu jubiloso entusiasmo quando exatamente já previa o primeiro
sucesso esperantista conduzido pela sua vontade férrea: o progenitor de
Zamenhof – que ainda exercia sua autoridade severa sobre o filho – influenciado por outros pedagogos e
amigos da família e temendo que o jovem estudante de vinte primaveras
adoecesse por excesso de trabalho, ou então ficasse perturbado no uso da razão e viesse a prejudicar
os seus estudos médicos, exigi-lhe o abandono definitivo do temerário
projeto de compor uma língua neutra e de natureza internacional! O jovem Luís,
embora considerando que o seu
verdadeiro motivo de viver residia fundamentalmente naquele ideal sonhado
desde tenra idade, mais uma vez se revelou obediente no seu caráter
íntegro e humilde; aceitou a imposição paterna e abandonou os seus
apontamentos sobre o idioma neutro, que ficaram
esquecidos por algum tempo.
PERGUNTA: - Em seguida ao advento do
Esperanto, Zamenhof dedicou-se exclusivamente a esse seu propósito tão
ardentemente sonhado?
RAMATÍS: - Depois de haver se diplomado
como médico aos 26 anos de idade, Zamenhof iniciou a sua sacrificial missão
de curador, necessária ao seu próprio sustento, porque então já se havia
casado com clara Zilbernil. Seu sogro financiou a edição de sua primeira gramática esperantista, com
as dezesseis regras fundamentais do idioma, a qual, além de um vocabulário auxiliar, constituído
por quase um milheiro de radicais, ainda continha o “Padre Nosso” e
alguns versos.
Esse homem tão nobre aliava ainda à sua
genialidade um generoso coração, pois, quando exercendo a profissão médica,
não cobrava dos clientes que faleciam, assim como se recusava a receber
dinheiro daqueles que não conseguia curar ou sequer aliviar os padecimentos.
Embora fosse o editor das próprias obras esperantistas, renunciou sempre a todos os seus direitos, assegurando que
“uma língua internacional
dispensava proprietário, por se tratar de um idioma de propriedade comum”.
Realmente, tratava-se de um espírito de elevadíssima graduação no Espaço,
pois Zamenhof, em vidas pregressas e no cumprimento de outras tarefas
benfeitoras no campo linguístico e da filosofia, já havia deixado outras
réstias de luz no vosso globo!
Graças a esse elevado grau de renúncia,
retidão de caráter e cristalinidade espiritual, foi possível aos mentores espirituais cimentarem o Esperanto como
um idioma fraterno, pois realmente ele traz em seu conteúdo as vibrações
amorosas do seu criador, que foi um espírito puro e essencialmente tolerante.
O amor de Zamenhof para com a humanidade, e a sua abnegação em servir aos
seus próprios detratores, impregnaram a língua Esperanto de uma vibração
psíquica de ternura espiritual tão sensível, na sua expressão idiomática, que
a maioria dos seus simpatizantes é atraída por essa aura de bondade que foi a
marca predominante do seu grande missionário. (...)
PERGUNTA:- Zamenhof chegou a gozar,
ainda em vida, a glória e o júbilo de sua obra tão notável?
RAMATÍS: - O abnegado Doutor Zamenhof
terminou seus dias vivendo sob a mais admirável modéstia e, tanto foi o seu
incondicional amor ao próximo, que mereceu o apelido popular de “Médico-Providência”,
ficando assim definitivamente consagrado entre os homens de boa vontade e de
bons sentimentos. Ele mesmo traduziu depois muitas obras para o Esperanto,
inclusive a Bíblia Sagrada, Efigênia, Hamlet e outras.
Em princípios deste século, o Esperanto
logrou o êxito desejado, e os
próprios cientistas auxiliaram muitíssimo a sua divulgação, quando o
reconheceram como um idioma perfeito e emancipado para entendimento de todos
os povos. A França, que já fora a pátria de Allan Kardec e comumente
o berço da civilização moderna, mais uma vez glorificou a dádiva do Esperanto
à humanidade terráquea quando, no
ano de 1906, em Bologne-sur-Mer, promoveu o primeiro congresso esperantista.
Zamenhof, que ainda pôde estar presente àquele elevado conclave, viveu dias
de júbilo e sentiu-se compensado do seu heroico esforço e renúncia a favor do
idioma. Enquanto isso, as flâmulas tremulavam ao vento, e a insígnia
esperantista, da côr esverdeada e simbólica da esperança por um mundo melhor,
se ostentava nas lapelas, parecendo anunciar o advento da confraternização do
verbo humano!
Zamnehof deixou o vosso mundo em abril de 1917, tendo vivido 57 anos;
o seu ingresso no Espaço foi através de imensurável esteira de luz
balsamizada dos mais suaves perfumes das altas regiões celestiais, enquanto
inefáveis vozes cantavam a glória imortal de ter sido ele o sublime mensageiro do mecanismo verbal
para a mais breve aproximação entre os povos terráqueos! Seu corpo
ainda dormia sereno no esquife forrado de rosas e palmas simbólicas; as
insígnias do mundo ainda cercavam a sua derradeira morada física, mas o seu
espírito já gozava a alegria imortal de ter cumprido fielmente o mandato
celestial, pois o seu organismo de carne nada mais fora do que um glorioso
instrumento de convocação ao verbalismo internacional e cristão do orbe. Ele
pudera escrever, na superfície da matéria densa, o mais belo poema linguístico
da confraternização humana, cuja limpidez, beleza e ternura merecem que se as
compare, em símbolo e virtude, ao doce Evangelho de Jesus, pois o que este
ensina e recomenda poderá agora ser transmitido ao coração e ao cérebro de
todos os homens sob as asas de ternura verbal do esperanto. Sem dúvida, pois,
o “Esperanto é o Evangelho das línguas”.
Ramatís (Espírito) – “A Sobrevivência
do Espírito” – psicografado por Hercílio Maes.
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