domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Origem do Esperanto

Zamenhof
Ludwik Lejzer Zamenhof nasceu na cidade de Bialystok, que fazia parte do Império russo, e atualmente pertence à Polônia; desencarnou em Varsóvia, em 14 de abril de 1917. Era judeu e médico oftalmologista e falava as línguas nativas: russo, iídiche, polonês e era fluente no alemão. Aprendeu, também, Francês, latim, grego, hebraico e inglês. Em Bialystok falava-se várias línguas gerando conflitos regionais e isso motivou Zamenhof a criar um idioma em que todos pudessem se comunicar mais facilmente.
Em 26 de julho de 1887 lançou o primeiro livro, escrito em russo, com as 16 regras gramaticais do esperanto. Depois, publicou em alemão, polonês e francês e o número de falantes cresceu rapidamente em vários países. Em 1905, na França, aconteceu o primeiro Congresso Universal de Esperanto com a participação de quase mil pessoas. No Brasil, o Esperanto surgiu em 1906 com o primeiro grupo formado em Campinas – SP, o Suda Stelaro. (Fonte: Wikipedia)
O Esperanto, hoje, é uma realidade e qualquer pessoa interessada pode aprendê-lo facilmente.

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Curitiba (PR), 23 de junho de 1958

Ramatís


PERGUNTA: - O fato de Zamenhof nascer na Lituânia e haver descendido da raça hebraica não tem, porventura, ligação com um plano diretamente supervisionado pelo Espaço? Poderíamos crer que Zamenhof foi realmente um predestinado para desempenhar a missão de introduzir o Esperanto na Terra?

RAMATÍS: - Bastar-vos-á um pouco de reflexão para verificardes que o espírito de Zamenhof reencarnou na Terra exatamente no clima psicológico mais propício ao advento do Esperanto. Na época de seu nascimento, em meados do século XIX, sua pátria era palco de tal confusão de idiomas, que se poderia julgá-la um verdadeiro experimento prático de internacionalidade linguística. Afora os inúmeros dialetos falados na pequena Lituânia, não só predominavam ali quatro línguas principais e diferentes entre si, como ainda eram várias as crenças dos seus habitantes. Devido ao desentendimento contundente entre as próprias famílias, pois que os seus membros mais íntimos tanto divergiam em matéria de fé como no falar, sucediam-se inúmeros conflitos que acirravam velhos ódios e culminavam em lutas sangrentas. Era um mundículo estranho, alimentado por objetivos contraditórios e assaz caprichosos, constituído por um punhado de criaturas que se odiavam e hostilizavam, em virtude de não se ajustarem satisfatoriamente através de um idioma pátrio comum.
     Aumentava a desconfiança e se difundia o sarcasmo religioso entre todos, pois, se num mesmo país, entre homens da mesma raça e relacionados por um único idioma, não se conseguem evitar conflitos e crimes resultantes da diferença de crença religiosa, imaginai o que ocorria na Lituânia, na época do nascimento de Luís Lázaro Zamenhof, quando existiam ali quatro idiomas principais, que só serviam para implantar antipatias e desordens entre os seus conterrâneos.
     Esse conflito idiomático e religioso entre os seus compatriotas é que despertou no cérebro daquele estudante pobre e profundamente fraterno o ideal de uma língua internacional, capaz de ser um veículo afetuoso de entendimento humano entre todos os homens. Como se tratava de um espírito assaz evoluído, Zamenhof não cogitou de instituir um idioma neutro apenas para a Lituânia, que era sua pátria, dividida pelo linguajar dos judeus, polacos, russos e lituanos, e ainda algemada pelas suas contradições religiosas, que acirravam ódios irremovíveis entre todos. Mas ele, reconhecendo que a sua pátria tão contraditória era apenas a miniatura do próprio mundo onde viera reencarnar, refletia em que, se todos os homens pudessem compreender-se sob um mesmo idioma, ainda que se tratasse de uma língua nova, não seria difícil uma aproximação e confraternização afetuosa entre eles. Graças, pois, à tenacidade e ao sacrifício, aliados à pureza de intenção e ao ideal que sempre lhe inspirara os atos, o jovem estudante Zamenhof conseguiu desempenhar a contento, na Terra, a sua grandiosa missão.

PERGUNTA: - Desde o principio do seu trabalho Zamenhof já havia delineado essa admirável qualidade de síntese e simplicidade do idioma internacional?

RAMATÍS: - Zamenhof pôs-se primeiramente a estudar os meios de ajustar uma linguagem simples, lógica e sem perigo de abastardamento, mas bastante fluente para servir a todas as classes, culturais e dificuldades de entendimentos humanos. Pensava na possibilidade de compor um idioma que se pudesse transformar num elo afetuoso e sensato, servindo tanto à mais requintada cultura, como às mentes mais empobrecidas, acessível a todas as gentes e camadas sociais. Assim, êle esforçou-se para evitar que no futuro as bases do seu idioma viessem a exigir massudos compêndios de excessivos vocabulários, como é muito comum às demais línguas desde a sua evolução e aplicação. Preocupava-o imensamente não só essa probabilidade de sucessivo aumento e incorporação de vocábulos novos ao seu idioma, como ainda o desenvolvimento dos povos futuros e suas inevitáveis modificações, obrigando-o a melhor ajustar o Esperanto a todas as surpresas e imprevistos.
     Mas os seus elevados mentores assistiam-no sempre e velavam por seus ideais santificantes, pois, à noite, quando ele se afastava do corpo físico, durante o sono benfeitor, eles aconselhavam-no sobre o que devia fazer de mais sensato. É por isso que no desenvolvimento do Esperanto sempre permanece admirável segurança iniciática tão bem disciplinada por Zamenhof, pois, embora aumente a necessidade filológica dos homens, persiste miraculosamente a qualidade inata desse extraordinário idioma fraternal. Só a supervisão do Alto é que realmente poderia orientar o jovem estudante a entrosar tão sabiamente as raízes idiomáticas do Esperanto, que ainda hoje se afiguram o indestrutível alicerce de garantia contra quaisquer inovações e excentricidades.

PERGUNTA: - Durante o desempenho de sua missão Zamenhof encontrou sempre favorecimento para o êxito de sua obra tão útil à humanidade? Supomos que seu progenitor tenha sido um dos seus mais devotados colaboradores; não é assim?

RAMATÍS: - Quase ao completar vinte anos de idade, Zamenhof recebeu entusiástica adesão dos seus colegas de Liceu, ao expor o seu projeto de uma língua auxiliar, que ele denominava de “nobre causa” e assegurava tratar-se de duradouro e valioso benefício à humanidade. Entretanto, à semelhança do que é muito comum suceder aos homens que se sacrificam pelo advento de um mundo melhor, ele também não tardou em ficar sozinho com os seus entusiasmos e idéias elevadas, curtindo tanto os sarcasmos e as consequências das descrenças alheias, como sofrendo forte hostilidade daqueles que nutriam interesses inconfessáveis no seio da confusão de sua pátria. Inúmeras vezes fora assaltado pelo desânimo, e só a permanente assistência do Alto, que supervisionava a sua espinhosa missão, impediu-o de reduzir os seus esforços e deixar-se abater ante a excessiva descrença e ironia humana, quase privando o vosso orbe desse grandioso benefício linguístico que, no futuro, se tornará um dos mais fortes elos da sonhada confraternização humana!
      E ainda um fato doloroso obrigou-o a perder o seu jubiloso entusiasmo quando exatamente já previa o primeiro sucesso esperantista conduzido pela sua vontade férrea: o progenitor de Zamenhof – que ainda exercia sua autoridade severa sobre o filho – influenciado por outros pedagogos e amigos da família e temendo que o jovem estudante de vinte primaveras adoecesse por excesso de trabalho, ou então ficasse perturbado no uso da razão e viesse a prejudicar os seus estudos médicos, exigi-lhe o abandono definitivo do temerário projeto de compor uma língua neutra e de natureza internacional! O jovem Luís, embora considerando que o seu verdadeiro motivo de viver residia fundamentalmente naquele ideal sonhado desde tenra idade, mais uma vez se revelou obediente no seu caráter íntegro e humilde; aceitou a imposição paterna e abandonou os seus apontamentos sobre o idioma neutro, que ficaram esquecidos por algum tempo.

     PERGUNTA: - Em seguida ao advento do Esperanto, Zamenhof dedicou-se exclusivamente a esse seu propósito tão ardentemente sonhado?
     RAMATÍS: - Depois de haver se diplomado como médico aos 26 anos de idade, Zamenhof iniciou a sua sacrificial missão de curador, necessária ao seu próprio sustento, porque então já se havia casado com clara Zilbernil. Seu sogro financiou a edição de sua primeira gramática esperantista, com as dezesseis regras fundamentais do idioma, a qual, além de um vocabulário auxiliar, constituído por quase um milheiro de radicais, ainda continha o “Padre Nosso” e alguns versos.
     Esse homem tão nobre aliava ainda à sua genialidade um generoso coração, pois, quando exercendo a profissão médica, não cobrava dos clientes que faleciam, assim como se recusava a receber dinheiro daqueles que não conseguia curar ou sequer aliviar os padecimentos. Embora fosse o editor das próprias obras esperantistas, renunciou sempre a todos os seus direitos, assegurando que “uma língua internacional dispensava proprietário, por se tratar de um idioma de propriedade comum”. Realmente, tratava-se de um espírito de elevadíssima graduação no Espaço, pois Zamenhof, em vidas pregressas e no cumprimento de outras tarefas benfeitoras no campo linguístico e da filosofia, já havia deixado outras réstias de luz no vosso globo!
     Graças a esse elevado grau de renúncia, retidão de caráter e cristalinidade espiritual, foi possível aos mentores espirituais cimentarem o Esperanto como um idioma fraterno, pois realmente ele traz em seu conteúdo as vibrações amorosas do seu criador, que foi um espírito puro e essencialmente tolerante. O amor de Zamenhof para com a humanidade, e a sua abnegação em servir aos seus próprios detratores, impregnaram a língua Esperanto de uma vibração psíquica de ternura espiritual tão sensível, na sua expressão idiomática, que a maioria dos seus simpatizantes é atraída por essa aura de bondade que foi a marca predominante do seu grande missionário. (...)
    
     PERGUNTA:- Zamenhof chegou a gozar, ainda em vida, a glória e o júbilo de sua obra tão notável?
     RAMATÍS: - O abnegado Doutor Zamenhof terminou seus dias vivendo sob a mais admirável modéstia e, tanto foi o seu incondicional amor ao próximo, que mereceu o apelido popular de “Médico-Providência”, ficando assim definitivamente consagrado entre os homens de boa vontade e de bons sentimentos. Ele mesmo traduziu depois muitas obras para o Esperanto, inclusive a Bíblia Sagrada, Efigênia, Hamlet e outras.
     Em princípios deste século, o Esperanto logrou o êxito desejado, e os próprios cientistas auxiliaram muitíssimo a sua divulgação, quando o reconheceram como um idioma perfeito e emancipado para entendimento de todos os povos. A França, que já fora a pátria de Allan Kardec e comumente o berço da civilização moderna, mais uma vez glorificou a dádiva do Esperanto à humanidade terráquea quando, no ano de 1906, em Bologne-sur-Mer, promoveu o primeiro congresso esperantista. Zamenhof, que ainda pôde estar presente àquele elevado conclave, viveu dias de júbilo e sentiu-se compensado do seu heroico esforço e renúncia a favor do idioma. Enquanto isso, as flâmulas tremulavam ao vento, e a insígnia esperantista, da côr esverdeada e simbólica da esperança por um mundo melhor, se ostentava nas lapelas, parecendo anunciar o advento da confraternização do verbo humano!
     Zamnehof deixou o vosso mundo em abril de 1917, tendo vivido 57 anos; o seu ingresso no Espaço foi através de imensurável esteira de luz balsamizada dos mais suaves perfumes das altas regiões celestiais, enquanto inefáveis vozes cantavam a glória imortal de ter sido ele o sublime mensageiro do mecanismo verbal para a mais breve aproximação entre os povos terráqueos! Seu corpo ainda dormia sereno no esquife forrado de rosas e palmas simbólicas; as insígnias do mundo ainda cercavam a sua derradeira morada física, mas o seu espírito já gozava a alegria imortal de ter cumprido fielmente o mandato celestial, pois o seu organismo de carne nada mais fora do que um glorioso instrumento de convocação ao verbalismo internacional e cristão do orbe. Ele pudera escrever, na superfície da matéria densa, o mais belo poema linguístico da confraternização humana, cuja limpidez, beleza e ternura merecem que se as compare, em símbolo e virtude, ao doce Evangelho de Jesus, pois o que este ensina e recomenda poderá agora ser transmitido ao coração e ao cérebro de todos os homens sob as asas de ternura verbal do esperanto. Sem dúvida, pois, o “Esperanto é o Evangelho das línguas”.
Ramatís (Espírito) – “A Sobrevivência do Espírito” – psicografado por Hercílio Maes.



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