quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Quem é Jesus? Por que Ele Nasceu na Terra? E Por que Ele Retornará? - Parte 17- final

Conclusão de nossas reflexões anteriores...

A ascensão e o Retorno

Atos 1:9-11
Dito isto, foi elevado à vista deles, e uma nuvem o ocultou a seus olhos. Estando a olhar atentamente para o céu, enquanto ele se ia, dois homens vestidos de branco encontraram-se junto deles e lhes disseram: “Homens da Galileia, por que estais aí a olhar para o céu? Este Jesus, que foi arrebatado dentre vós para o céu, assim virá, do mesmo modo como o vistes partir para o céu”.

     Segundo a Bíblia de Jerusalém, na introdução do Atos dos Apóstolos, os autores pesquisadores informam que: “O terceiro evangelho (Lucas) e o livro dos Atos eram primitivamente as duas partes de uma só obra, à qual daríamos hoje o nome de “História das origens cristãs”. Logo o segundo livro ficou conhecido com o título de ‘Atos dos apóstolos”. Lucas escreve a um certo Teófilo, no seu evangelho, narrando os fatos colhidos das testemunhas que conviveram com Jesus, depois, ele continua no Prólogo do Atos dos Apóstolos, se referindo ao mesmo Teófilo. Assim, concluiu-se que quem escreveu os Atos dos Apóstolos foi Lucas. Principalmente por ele ser médico e, portanto, capacitado na escrita; enquanto os outros discípulos careciam de instrução como escritores.  
    Como ele terminou o seu evangelho descrevendo a ascensão de Jesus, ele inicia, no Atos dos Apóstolos, narrando a ascensão novamente; mas trás o detalhe dos dois homens vestido de branco explicando aos discípulos que Jesus, do mesmo modo que eles estavam vendo-o partir, retornaria novamente.

     Mateus (16:27-28) também fez o registro da promessa do retorno de Jesus: “Pois o Filho do Homem há de vir na glória do seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um de acordo com o seu comportamento. Em verdade vos digo que alguns dos que aqui estão não provarão a morte até que vejam o Filho do Homem vindo em seu Reino.”
      Em 1868, com advento da ciência do Espírito, conforme os conhecimentos científicos e cultural da época, no seu livro “A Gênese”, Allan Kardec explicou o seguinte a respeito da informação de Mateus:

Allan Kardec
45. Jesus anuncia o seu segundo advento, mas não diz que voltará à Terra com um corpo carnal, nem que personificará o Consolador. Apresenta-se como tendo de vir em Espírito, na glória de seu Pai, a julgar o mérito e o demérito e dar a cada um segundo as suas obras, quando os tempos forem chegados. Estas palavras: “Alguns há dos que aqui estão que não sofrerão a morte sem terem visto vir o Filho do Homem no seu reinado” parecem encerrar uma contradição, pois é incontestável que Ele não veio em vida de nenhum daqueles que estavam presentes. Jesus, entretanto, não podia enganar-se numa previsão daquela natureza e, sobretudo, com relação a uma coisa contemporânea e que lhe dizia pessoalmente respeito.

46. A grande e importante lei da reencarnação foi um dos pontos capitais que Jesus não pôde desenvolver, porque os homens do seu tempo não se achavam suficientemente preparados para ideias dessa ordem e para as suas consequências. Contudo, assentou o princípio da referida lei, como o fez relativamente a tudo mais. Estudada e posta em evidência nos dias atuais pelo Espiritismo, a lei da reencarnação constitui a chave para o entendimento de muitas passagens do Evangelho que, sem ela, parecem verdadeiros contrassensos. É por meio dessa lei que se encontra a explicação racional das palavras acima, admitidas que sejam como textuais. Uma vez que elas não podem ser aplicadas às pessoas dos apóstolos, é evidente que se referem ao futuro reinado do Cristo, isto é, ao tempo em que a sua doutrina, mais bem compreendida, for lei universal. Dizendo que alguns dos ali presentes na ocasião veriam o seu advento, Ele forçosamente se referia aos que estarão vivos de novo nessa época. (...)

      Juntando todas as informações aqui analisadas com nossas reflexões anteriores podemos formar o seguinte conceito: (reconhecendo que ele não é final e nem absoluto, pois devemos aguardar novas revelações e reformulá-lo à medida que a ciência vai avançando.)

     Jesus retornará em Corpo Mental Superior, e para materializar-se utilizará dos mesmos processos que utilizou antes, absorvendo elementos da atmosfera, da água, da natureza e principalmente o ectoplasma extraído de pessoas que o produz em excesso, e são doadores, mesmo inconscientes. Assim se fará visível na dimensão física dos encarnados, conforme a necessidade de suas visitas.


Brasil Pátria do Evangelho   

 Na dimensão extrafísica do planeta, ele também se fará visível conforme a dimensão em que atuará utilizando os recursos fluídicos de cada dimensão, conforme suas leis.
     Aliás, Jesus já esteve em visitas periódicas na Terra, vindo das dimensões superiores de seu reino. É o que relata Humberto de Campos no livro “Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, quando no fim do século 14, após o fim das cruzadas, ele veio observar os progressos de sua doutrina e de seus exemplos no coração dos homens.
     Dialogando com seu auxiliar Helil disse: (...) —, meu coração se enche de profunda amargura, vendo a incompreensão dos homens, no que se refere às lições do meu Evangelho. (...)
      A solução encontrada para que florescesse seu evangelho, por sugestão de Helil, foi indicando novas terras no sul do continente americano. Assim, vendo com tristeza o que os homens tinham feito em seu nome, nos velhos continentes, Jesus determinou: (...) — Para esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho de piedade e de amor. (...).
     (Então, nasce o Brasil com o propósito de florescer o evangelho de Jesus através da Ciência do Espírito revelando todas as coisas que Jesus ensinou, e outras que ele não pôde explicar devido ao conhecimento da época)

Por que Jesus Retornará?

    
Milhões de Galáxias e Seus Mundos/NASA
 
Além dessas visitas periódicas na dimensão extrafísica da Terra, como foi prometido, haverá um momento em que Jesus virá e atuará diretamente na dimensão astral e física da Terra.
      Como vimos anteriormente, o planeta Terra foi formado para receber milhões de consciências espirituais que não acompanhavam a evolução em seus planetas. Como exilados foram trazidos para a escola evolutiva terrena para se ajustarem às leis divinas. A Terra recebeu, no início, há mais ou menos 445 mil anos atrás, os seres anunnakis de Nibiru, que eram compostos por seres altamente rebeldes, e alguns cientistas com o compromisso de colaborar na formação da nova vida no planeta. Posteriormente, vieram os seres de Capela causando a grande guerra entre as duas raças e provocando o afundamento da Atlântida. Como revela Ângelo Inácio, no livro “Os Nephilins”, a partir dessa grande guerra começou a chegar outros seres vindo de Órion, Sirius, Antares, da galáxia Andrômeda e de outros mundos totalizando mais de 20 de tipos humanos distintos. Conforme objetivo dos dirigentes superiores do planeta, tanto na dimensão extrafísica como reencarnados no corpo físico, houve uma miscigenação das raças.

(Dentre esses seres humanoides há os que vieram de planeta que possui um sistema de vida totalmente dominado por casta religiosa; e outros que têm um sistema de vida de índole guerreira. O 5º planeta do sistema solar, que foi destruído, e hoje é o cinturão de asteroides, possuía duas raças com essas características; os fanáticos religiosos e os espectros, guerreiros e vampiros de energias. Com isso, podemos entender a influência dessas duas características: a guerreira e a religiosa fanática, na formação da civilização desde o início no sistema de vida terrena; característica que permanece até hoje)
     
      Na época que Jesus esteve corporificado na galileia, conforme ele mesmo narra no diálogo com Miguel, revelado por Ângelo Inácio no livro “Os Abduzidos”: (...) - Minha obra abrange todos os seres albergados neste orbe - mais de 50 raças de distinta procedência cósmica -, cá reunidos devido à tentativa de evitar um desastre ambiental de natureza cósmica, sideral. (...), vê-se que o número de seres exilados já tinha aumentado significamente.

    
  E qual o tempo para a obra de Jesus atingir seu objetivo de renovação dos seres no planeta Terra?... No mesmo diálogo com Miguel, ele revela: (...) “Mirando a renovação total da Terra, teremos pela frente ao menos dois mil anos consumidos apenas para as ideias germinarem e se espalharem de uma latitude a outra, ainda assim, com sérias limitações. Após a fase de sementeiras, serão no mínimo mais mil anos de reconstrução, de trabalho intenso, em que se definirão os valores e os conceitos baseados na política que esposamos em forte contraposição à política dos homens e dos seres que os inspiram. (...)

      Passados já 2.000 anos da sementeira dos princípios da política do Reino de Deus trazida por Jesus, encontramo-nos na fase do “Juízo Geral” profetizado por João no seu apocalipse. Está em pleno andamento a separação do “joio” e do “trigo”.
      Vivemos os primeiros momentos de transição planetária da fase de mundo de expiação e provas para o mundo de regeneração; que durará 1.000 anos terrestre.
       No sistema evolutivo terreno, há mais ou menos 52 bilhões de consciências espirituais, sendo mais ou menos 7,6 bilhões corporificados (reencarnados), e aos poucos estamos compreendendo que a verdadeira vida é a do espírito, que é imortal.  A vida no corpo físico é apenas um estágio temporário e necessário para o nosso aprendizado.  Sendo assim, o “Juízo Geral” teve seu início primeiramente na região extrafísica,  através das reurbanizações extrafísicas, que é comandada por Miguel, o agente da justiça na Terra, e seus agentes, conhecidos como Guardiões Planetários Superiores.
      Engana-se quem acha que a situação é tão simples e que os agentes da justiça irão resolver tudo num passe de mágica. O que está acontecendo é uma complexa batalha dos seres da luz contra os seres das trevas, para que seja restaurado o equilíbrio na Terra.

Reurbanização Extrafísica

     
Espíritos no Umbral
Segundo Ângelo Inácio, no livro “Fim da Escuridão”, a primeira fase da reurbanização extrafísica começou após a segunda guerra mundial. Iniciou-se timidamente nos primeiros anos da década de 1940, intensificou-se após as rendições de 1945 e tiveram seu apogeu nos meados da década de 1970. Após a fase de reurbanização extrafísica do continente europeu, que funcionou como um laboratório, e tinha que ser liberado da carga tóxica acumulada após as grandes guerras, o trabalho se estendeu de forma mundial.
      Após esse período, determinado pela Providência Divina, todos os recantos da Terra estão passando pela higienização de forma mais ampla e intensa. O trabalho está sendo realizado em todas os níveis dimensionais extrafísico. Os espíritos que não atingiram certo grau de maturidade espiritual estão sendo transferidos para esferas próximas à Terra, onde está sendo feito a identificação energética para serem deportados para outros planetas. Portanto, como muitos ainda pensam que haverá um momento único, em que Jesus retornará e haverá o juízo num evento só, não é bem assim.  Esse processo de identificação e seleção, entre os espíritos que não têm mais condições de nascerem num corpo físico, é longo, pois é preciso identificar o tipo psíquico com sua vibração, sentimentos, aptidões e necessidades de aprendizado para que aguardem seus destinos. Uma das bases onde estão sendo abrigados os seres que serão deportados se encontra no lado escuro da lua, na sua contraparte extrafísica.
     Juntamente com essa seleção, após os eventos desencadeados na esfera física serão identificados, entre a massa de recém-desencarnados, quais espíritos terão condições de permanecerem na Terra.
     O trabalho dos Guardiões Planetários Superiores é intenso e se dá em todas as dimensões do plano extrafísico. Principalmente, nas regiões do abismo onde há o domínio e guerras pelo poder entre facções dos seres das sombras. Há seres hipnotizados servindo os espectros, magos negros, chefes de legiões, grupos de cientistas e os perigosos dragões que estão acorrentados magneticamente no submundo escuro dos abismos.
    A medida que esses seres são aprisionados e desmanteladas as construções extrafísicas no império dessas regiões há um trabalho de reconstrução nessas dimensões construindo-se algumas bases dos guardiões e postos de socorros.
    Sob a coordenação do orientador evolutivo cósmico Jesus há a participação de seres das estrelas em auxílio aos Guardiões Superiores da humanidade terrena. Esses seres, com experiência em transmigração planetária, vêm com suas tecnologias extraterrestres e com suas naves etéricas, para auxiliar no transporte dos seres que serão exilados do planeta Terra para outros mundos de evolução.

   
Diante da complexidade que envolve a seleção e o transporte de seres para outros recantos do universo, no atual período de “Juízo Geral”, podemos concluir sim que haverá um momento em que o próprio governador planetário, Jesus, virá pessoalmente, diante da necessidade de deportar da Terra os seres mais perigosos, devido às suas capacidades mental de domínio e hipnotismo, para transportá-los para serem julgados perante os juízes da galáxia.
    Isso é o que já vimos antes quando Ângelo Inácio, no livro “Abduzidos”, descreve a fala do próprio Jesus quando, em espírito, já livre de seu corpo físico, que se desmaterializava dentro do sepulcro, desceu nas regiões onde se encontrava os daimons, os maiorais, os dragões e informou a eles:
                                                                                                                  
Conquanto, chegará o dia em que retornarei, não mais com a mensagem da graça que te foi concedida, mas como justo juiz, a fim de levar-te e a teu séquito a prestar contas perante o tribunal da galáxia e os seres mais iluminados que tua mente, talvez, pudesse conceber. Foste jogado entre as nações e na Terra te pus, a fim de que saibas que teu lugar, desde então, não é mais entre as estrelas, mas em meio ao pó da terra, desta e de muitas outras terras em incontáveis eras, a fim de que compreendas que nada no universo pode contrariar as leis soberanas da vida e permanecer impune, indefinidamente. Aqueles a quem hoje liberto da tua férula, ó cherub decaído, regressarão a seus lares para testificar que teu reino é falido, como tu mesmo faliste, Quanto às lascas do madeiro onde meu corpo foi pregado, elas agora apontam para a imensidão como rota a esta humanidade e testemunho de que seus integrantes são, também, filhos das estrelas.” (...)

Final

       Após essas reflexões, onde somos agraciados com o esclarecimento e o conhecimento da verdade trazido pela egregóra do Espírito Verdade, prometida por Jesus, de que forma estamos vivenciando, em nosso coração, os “Princípios do Reino de Deus” ensinado e exemplificado por ele? Quais são os  Princípios do reino?
      Para entendermos melhor sobre esse princípio vamos recordar a proposta de renovação que ele nos trouxe... 

Venho apresentar-vos outra proposta e para isso estais aqui reunidos. Por certo, muitos de vós tereis ainda um longo caminho a percorrer analisando minhas palavras. Mas o que trago não me pertence, pois trago a mensagem da generosidade, da mansuetude, aliadas à justiça, à equidade e a uma forma de organização do mundo que remete à ética cósmica e ao estilo de vida comum aos cidadãos do universo redimido. Nele, a interação individual com o mundo e a sociedade denota valores, virtudes e respeito, na medida em que conjuga o comportamento de todos os seres, de todas as raças mais evolvidas e esclarecidas pelo bem do universo. No Reino, ao qual me refiro, o projeto individual está sempre relacionado ao bem coletivo, pois se pauta por noções de justiça e moral cósmicas, comuns a quaisquer civilizações, independentemente da diversidade social, como existe, por exemplo, entre vós.


    

* Vídeo

      Recordemos também a sua promessa...

Eu mesmo retornarei ao palco do mundo um dia, não mais pelo processo de que me utilizei ao nascer entre os homens, mas regressarei. Na companhia de meus representantes, visivelmente, em um corpo mais refinado, mais apropriado à manifestação de meu espírito, virei das alturas das nuvens, em carruagens de fogo, como compreendeis agora, colher o fruto das sementes que ora planto nos corações que me ouvem e me abrem as portas. Voltarei um dia e, se mais eu puder auxiliar a humanidade, tudo farei par evitar que este mundo e os demais aqui representados tenham os destinos marcado pelos mecanismos de defesa inscritos tanto neste planeta quanto na ilha cósmica da qual faz parte.”

V. Lau
Ir para  👉 a anterior

Ir para o início das reflexões: 👉 Parte 1

Referência de estudo: 
- "Bíblia de jerusalém" - Paulus, 2002
- "Os Abduzidos" -  pelo Espírito Ângelo Inácio; [psicografado por] Robson Pinheiro. - Contagem, MG: Casa dos Espíritos, 2015. - (Série Crônicas da Terra: v. 4).
Brasil , Coração do Mundo, Pátria do Evangelho” - pelo Espírito Humberto de Campos; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. 33ª ed. Brasília: FEB, 2013.
- " A Gênese" - Allan Kardec; tradução Guilon Ribeiro. 53ª ed. Brasília: FEB, 2013.
- "Os Guardiões"pelo Espírito Ângelo Inácio; [psicografado por] Robson Pinheiro. - Contagem, MG: Casa dos Espíritos, 2013. - (trilogia os filhos da luz: v.2)
- "O fim da Escuridão" - pelo Espírito Ângelo Inácio; [psicografado por] Robson Pinheiro. - Contagem, MG: Casa dos Espíritos, 2012. - (Série Crônicas da Terra 1)
Crônicas de Além-Túmulo – pelo Espírito Humberto de Campos; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – Brasília, FEB 2013
* Canal Mórmon
Pedro Leopoldo (MG), 20 de dezembro de 1935.
Humberto de Campos

Chico Xavier





A Ordem do Mestre

      Avizinhando-se o Natal, havia também no Céu um rebuliço de alegrias suaves. Os anjos acendiam estrelas nos cômoros de neblinas douradas e vibravam no ar as harmonias misteriosas que encheram um dia, de encantadora suavidade, a noite de Belém. Os pastores do paraíso cantavam e, enquanto as harpas divinas tangiam suas cordas sob o esforço caricioso dos zéfiros da imensidade, o Senhor chamou o Discípulo bem-amado ao seu trono de jasmins matizado de estrelas.
     O vidente de Patmos não trazia o estigma da decrepitude, como nos seus últimos dias entre os Espórades. Na sua fisionomia pairava aquela mesma candura adolescente que o caracterizava no princípio do apostolado.

     — João — disse-lhe o Mestre —, lembras-te do meu aparecimento na Terra? Recordo-me, Senhor. Foi no ano 749 da era romana, apesar da arbitrariedade de frei Dionísio, que, calculando no século VI da era cristã, colocou erradamente o vosso natalício em 754.

     — Não, meu João — retornou docemente o Senhor —, não é a questão cronológica que me interessa, ao te arguir sobre o passado. É que nessas suaves comemorações vem até mim o doce murmúrio das lembranças!...

     — Ah! sim, Mestre amado — retrucou pressuroso o discípulo —, compreendo-vos. Falais da significação moral do acontecimento. Oh!... se me lembro... A manjedoura, a estrela guiando os poderosos ao estábulo humilde, os cânticos harmoniosos dos pastores, a alegria ressoante dos inocentes, afigurando-se-nos que os animais vos compreendiam mais que os homens, aos quais ofertáveis a lição da humildade, com o tesouro da fé e da esperança. Naquela noite divina, todas as potências angélicas do paraíso se inclinaram para a Terra cheia de gemidos e de amargura, por exaltar a mansidão e a piedade do Cordeiro. Uma promessa de paz desabrochava para todas as coisas, com o vosso aparecimento no mundo. Estabelecera-se um noivado meigo entre a Terra e o Céu e recordo-me do júbilo com que vossa mãe vos recebeu nos seus braços, feitos de amor e de misericórdia. Dir-se-ia, Mestre, que as abelhas de ouro do paraíso fabricaram, naquela noite de aromas e de radiosidades indefiníveis, um mel divino no coração piedoso de Maria!...

      “Retrocedendo no tempo, meu Senhor bem-amado, vejo o transcurso da vossa infância, sentindo o martírio de que fostes objeto; o extermínio das crianças da vossa idade, a fuga nos braços carinhosos de vossa progenitora, os trabalhos manuais em companhia de José, as vossas visões maravilhosas no Infinito, em comunhão constante com o vosso e nosso Pai, preparando-vos para o desempenho da missão única que vos fez abandonar, por alguns momentos, os palácios de sol da mansão celestial, a fim de descer sobre as lamas da Terra...”

     — Sim, meu João, e, por falar nos meus deveres: como seguem no mundo as coisas atinentes à minha Doutrina?

     — Vão mal, meu Senhor. Desde o concílio ecumênico de Niceia, efetuado para combater o cisma de Ário em 325, as vossas verdades são deturpadas. Ao arianismo seguiu-se o movimento dos iconoclastas, em 787; e tanto contrariaram os homens o vosso ensinamento de pureza e de simplicidade, que eles próprios nunca mais se entenderam na interpretação dos textos evangélicos.

     — Mas, não te recordas, João, que a minha Doutrina era sempre acessível a todos os entendimentos? Deixei aos homens a lição do Caminho, da Verdade e da Vida, sem lhes haver escrito uma só palavra.

     — Tudo isso é verdade, Senhor, mas, logo que regressastes aos vossos impérios resplandecentes, reconhecemos a necessidade de legar à posteridade os vossos ensinamentos. Os evangelhos constituem a vossa biografia na Terra; contudo, os homens não dispensam, em suas atividades, o véu da matéria e do símbolo. A todas as coisas puras da Espiritualidade adicionam a extravagância de suas concepções. Nem nós e nem os Evangelhos poderíamos escapar. Em diversas basílicas de Ravenna e de Roma, Mateus é representado por um jovem; Marcos por um leão; Lucas por um touro e eu, Senhor, estou ali sob o símbolo estranho de uma águia.

      — E os meus representantes, João, que fazem eles?

      — Mestre, envergonho-me de o dizer. Andam quase todos mergulhados nos interesses da vida material. Em sua maioria, aproveitam-se das oportunidades para explorar o vosso nome e, quando se voltam para o campo religioso, é quase que apenas para se condenarem uns aos outros, esquecendo-se de que lhes ensinastes a se amarem como irmãos.

     — As discussões e os símbolos, meu querido — disse-lhe suavemente o Mestre —, não me impressionam tanto. Tiveste, como eu, necessidade destes últimos para as predicações e, sobre a luta das ideias, não te lembras quanta autoridade fui obrigado a despender, mesmo depois da minha volta da Terra, para que Pedro e Paulo não se tornassem inimigos? Se entre os meus apóstolos prevaleciam semelhantes desuniões, como poderíamos eliminá-las do ambiente dos homens, que não me viram, sempre inquietos nas suas indagações?... O que me contrista é o apego dos meus missionários aos prazeres fugitivos do mundo!...

     — É verdade, Senhor.

     — Qual o núcleo da minha Doutrina que detém, no momento, maior força de expansão?

      — É o departamento dos bispos romanos, que se recolheram dentro de uma organização admirável pela sua disciplina, mas altamente perniciosa pelos seus desvios da Verdade. O Vaticano, Senhor, que não conheceis, é um amontoado suntuoso das riquezas das traças e dos vermes da Terra. Dos seus palácios confortáveis e maravilhosos irradia-se todo um movimento de escravização das consciências. Enquanto vós não tínheis uma pedra em que repousar a cabeça dolorida, os vossos representantes dormem a sua sesta sobre almofadas de veludo e ouro; enquanto trazíeis os pés macerados nas pedras do caminho escabroso, quem se inculca como vosso embaixador traz a vossa imagem nas sandálias matizadas de pérolas e brilhantes. E junto de semelhantes superfluidades e absurdos, surpreendemos os pobres chorando de cansaço e de fome; ao lado do luxo nababesco das basílicas suntuosas, erigidas no mundo como um insulto à glória da vossa humildade e do vosso amor, choram as crianças desamparadas, os mesmos pequeninos a quem estendíeis os braços compassivos e misericordiosos. Enquanto sobram as lágrimas e os soluços entre os infortunados, nos templos, onde se cultua a vossa memória, transbordam moedas a mancheias, parecendo, com amarga ironia, que o dinheiro é uma defecação do demônio no chão acolhedor da vossa Casa.

     — Então, meu discípulo, não poderemos alimentar nenhuma esperança?

     Infelizmente, Senhor, é preciso que nos desenganemos. Por um estranho contraste, há mais ateus benquistos no Céu, do que aqueles religiosos que falam em vosso nome na Terra.

     — Entretanto — sussurraram os lábios divinos, docemente —, consagro o mesmo amor à humanidade sofredora. Não obstante a negativa dos filósofos, as ousadias da Ciência, o apodo dos ingratos, a minha piedade é inalterável... Que sugeres, meu João, para solucionar tão amargo problema?

     — Já não dissestes um dia, Mestre, que cada qual tomasse a sua cruz e vos seguisse?

    — Mas prometi ao mundo um Consolador em tempo oportuno!...

     E, os olhos claros e límpidos, postos na visão piedosa do amor de seu Pai celestial, Jesus exclamou:

      — Se os vivos nos traíram, meu discípulo bem-amado, se traficam com o objeto sagrado da nossa Casa, profligando a fraternidade e o amor, mandarei que os mortos falem na Terra em meu nome. Deste Natal em diante, meu João, descerrarás mais um fragmento dos véus misteriosos que cobrem a noite triste dos túmulos, para que a Verdade ressurja das mansões silenciosas da morte. Os que voltaram pelos caminhos ermos das sepulturas retornarão à Terra, para difundirem a minha mensagem, levando aos que sofrem, com a esperança posta no Céu, as claridades benditas do meu amor!...

     E desde essa hora memorável, há mais de cinquenta anos, o Espiritismo veio com as suas lições prestigiosas felicitar e amparar na Terra a todas as criaturas.

Livro: Crônicas de Além-Túmulo 


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Quem é Jesus? Por que Ele Nasceu na Terra? E Por que Ele Retornará? - Parte 16


Continuando... nossas reflexõesanteriores...

A Ressurreição

João 20:1-18
O sepulcro encontrado vazio
No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estava escuro e vê que a pedra fora retirada do sepulcro. Corre, então, e vai a Simão Pedro e ao outro discípulo, que Jesus amava, e lhes diz: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o colocaram”.
Pedro saiu, então, com o outro discípulo e se dirigiram ao sepulcro. Os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. Inclinando-se, viu as faixas de linho por terra, mas não entrou. Então, chega também Simão Pedro, que o seguia, e entra no sepulcro; vê as faixas de linho por terra e o sudário que cobrira a cabeça de Jesus. O sudário não estava com os panos de linho no chão, mas enrolado em lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: e viu e creu. Pois ainda não tinham compreendido que, conforme a Escritura, ele devia ressuscitar dos mortos. Os discípulos, então, voltaram para casa.

Aparição a Maria Madalena
– Maria estava junto ao sepulcro, de fora, chorando. Enquanto chorava, inclinou-se para o interior do sepulcro e viu dois anjos, vestidos de branco, sentados no lugar onde o corpo de Jesus fora colocado, um à cabeceira e outro aos pés. Disseram-lhe então: “Mulher, por que choras?” Ela lhes diz: “Porque levaram meu Senhor e não sei onde o puseram!” Dizendo isso, voltou-se e viu Jesus de pé. Mas não sabia que era Jesus. Jesus lhe diz: “Mulher, por que choras? A quem procuras?” Pensando ser o jardineiro, ela lhe diz: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o puseste e eu o irei buscar!” Diz-lhe Jesus: “Maria! Voltando-se, ela lhe diz em hebraico: “Rabbbuni”, que quer dizer, “Mestre. Jesus lhe diz: “Não me toques, pois ainda não subi ao Pai. Vai, porém, a meus irmãos e dize-lhes: Subo a meu Pai e vosso Pai; a meu Deus e vosso Deus”. Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Vi o Senhor, e as coisas que ele lhe disse.

* Vídeo

   (Lendo os evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João vamos ver que que eles se complementam, apesar da narração diferente em termos cronológico e de conteúdo.
     Relembrando... No livro “Paulo e Estevão”, ditado pelo Espírito Emmanuel e psicografado por Francisco Cândido Xavier, vamos encontrar as informações de que Mateus (Levi) foi o primeiro a fazer anotações dos acontecimentos e dos ensinos de Jesus, pois ele, após o chamado, caminhou com Jesus. Lucas não conviveu diretamente com Jesus. Ele, jovem médico, de passagem pela cidade de Antioquia, aproximou-se da igreja dirigida por Barnabé, discípulo de Pedro que dirigia a igreja em Jerusalém, com o desejo de aprender algo novo. Ali ele encontrou Saulo de Tarso fazendo explanação do evangelho de Jesus e se encantou com aquelas novas ideias. Depois partiu para a Grécia e posteriormente foi para Jerusalém onde conheceu Pedro e os outros discípulos e depois fez suas investigações a respeito de todos os acontecimentos em Cafarnaum e registrou em seu Evangelho.
     Maria Marcos era irmã de Barnabé; juntamente com seu filho João Marcos eles moravam aos arredores de Jerusalém. Quando da visita de Barnabé, juntamente com Saulo de Tarso, na casa dela, ela confiou ao seu irmão Barnabé e Saulo que Marcos se tornasse discípulo de Jesus. Então, o jovem seguiu junto com seu tio e Saulo para Antioquia. Saulo instruiu o jovem Marcos nos ensinamentos de Jesus. Posteriormente, Marcos retorna à Jerusalém e convive com Pedro. Tempos depois, por sugestão de Saulo de Tarso, que já tinha mudado seu nome para Paulo, é que os outros discípulos de Jesus escreveram tudo que lembravam e o que viveram ao lado de Jesus. Assim, João também fez os seus registros.
     Com essas informações podemos entender melhor as diferenças nos registros.)

     Bom... mas o que nos interessa agora nesta reflexão é que: O CORPO FÍSICO DE JESUS SUMIU!...    
     Relembrando....
Mateus 27:62-66
A guarda do túmulo 
No dia seguinte, um dia depois da Preparação, os chefes dos sacerdotes e os fariseus, reunidos junto a Pilatos, diziam: “Senhor, lembramo-nos de que aquele impostor disse, quando ainda vivo: ‘Depois de três dias ressuscitarei!’ Ordena, pois, que o sepulcro seja guardado com segurança até o terceiro dia, para que os discípulos não venham roubá-lo e depois digam ao povo: ‘Ele ressuscitou dos mortos!’ e a última impostura será pior do que a primeira”. Pilatos respondeu: “Tendes uma guarda; ide, guardai o sepulcro, como entendeis”. E, saindo, eles puseram em segurança o sepulcro, selando a pedra e montando guarda.
     O que os chefes dos sacerdotes temiam aconteceu... mesmo com a proteção do sepulcro pelos guardas o corpo de Jesus desapareceu. Diante do temor de ter acontecido o que Jesus previra de  ressuscitar ao terceiro dia, e frente a ameaça que isso representava para o sistema religioso estabelecido, eles resolveram encobrir os fatos:
Mateus 28:11-15
A astúcia dos chefes judaicos
— Enquanto elas iam, eis que alguns da guarda foram à cidade e anunciaram aos chefes dos sacerdotes tudo o que acontecera. Estes, depois de se reunirem com os anciãos e deliberarem com eles, deram aos soldados uma vultosa quantia de dinheiro, recomendando: "Dizei que os seus discípulos vieram de noite, enquanto dormíeis, e o roubaram. Se isso chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e vos deixaremos sem complicação". Eles pegaram o dinheiro e agiram de acordo com as instruções recebidas. E espalhou-se essa história entre os judeus até o dia de hoje.
     Como vimos antes, o corpo de Jesus, desde a sua preparação inicial feita pelos técnicos siderais, possuía uma formação genética especial, diferente  dos corpos humanos comuns. Essa condição era necessária para poder abrigar a alta vibração energética da consciência do avatar cósmico. O corpo físico de Jesus se desmaterializou porque foi programado para isso, para não servir de culto de adoração. O Corpo de Jesus nunca foi encontrado.

As Aparições de Jesus em Um Corpo Diferente

João 20:19-31
Aparição aos discípulos
— À tarde desse mesmo dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas onde se achavam os discípulos, " por medo dos judeus, Jesus veio e, pondo-se no meio deles, lhes disse: "A paz esteja convosco!" Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos, então, ficaram cheios de alegria por verem o Senhor. Ele lhes disse de novo: "A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, também eu vos envio". Dizendo isso, soprou sobre eles e lhes disse: "Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais retiverdes ser-lhes-ão retidos".
Um dos Doze, Tomé, chamado Dídimo, não estava com eles, quando veio Jesus. Os outros discípulos, então, lhe disseram: "Vimos o Senhor!" Mas ele lhes disse: "Se eu não vir em suas mãos o lugar dos cravos e se não puser meu dedo no lugar dos cravos e minha mão no seu lado, não crerei".
Oito dias depois, achavam-se os discípulos, de novo, dentro de casa, e Tomé com eles. Jesus veio, estando as portas fechadas, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco!" Disse depois a Tomé: "Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!" Respondeu-lhe Tomé: "Meu Senhor e meu Deus!" Jesus lhe disse: "Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!"
Jesus fez ainda, diante de seus discípulos, muitos outros sinais, que não se acham escritos neste livro. Esses, porém, foram escritos para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.


* Vídeo


     Diante dos fatos registrados nos evangelhos, em relação ao desaparecimento do corpo de Jesus, e depois o seu aparecimento aos discípulos, onde puderam abraçá-lo e até dividir a simples refeição com ele, houve uma interpretação de que Jesus apareceu com o próprio corpo físico que possuía antes de morrer. Com a promessa de ele ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, formou-se a crença de que ele voltou com o mesmo corpo. E por consequência estabeleceu-se uma fé mística de que  aqueles que seguem Jesus, no dia em que Ele retornar, todos que morreram também ressuscitarão. Ou seja, os corpos que já entraram em decomposição terão suas células recomposta e ressuscitarão dos mortos.
     Mas vamos observar o seguinte:
     - No início, nem mesmo os discípulos acreditavam de que o que estavam vendo era real. Como eles poderiam explicar o fenômeno da aparição em si, se estavam impressionados com aquele fato inusitado. Não havia elementos científicos e conhecimento para que pudessem se utilizar para explicar tudo aquilo. Só restava deixar-se levar pela fé. A experiência era real, e o que importava era o cumprimento da promessa dele ter ressuscitado dos mortos.
     - Mas o corpo era diferente, apesar da densidade material, pois é descrito que ele possuía uma luminosidade. Os seres (anjos) que foram vistos no sepulcro também possuíam essa luminosidade.
    - É possível o espírito materializar um corpo aparente tão sólido a ponto de ser tocado?

    No livro “Nos domínios da Mediunidade” – psicografado por Francisco Cândido Xavier no mês de outubro de 1954, o Espírito André Luiz narra o seguinte:
      (...) O veículo físico, assim prostrado, sob o domínio dos técnicos do nosso plano, começou a expelir o ectoplasma, qual pasta flexível, à maneira de uma geleia viscosa e semilíquida, através de todos os poros e, com mais abundância, pelos orifícios naturais, particularmente da boca, das narinas e dos ouvidos, com elevada percentagem a exteriorizar-se igualmente do tórax e das extremidades dos dedos. A substância, caracterizada por um cheiro especialíssimo, que não conseguimos descrever, escorria em movimentos reptilianos, acumulando-se na parte inferior do organismo medianímico, onde apresentava o aspecto de grande massa protoplásmica, viva e tremulante. (...)

     (...) O ectoplasma está situado entre a matéria densa e a matéria perispirítica, assim como um produto de emanações da alma pelo filtro do corpo, e é recurso peculiar não somente ao homem, mas a todas as formas da Natureza. Em certas organizações fisiológicas especiais da raça humana, comparece em maiores proporções e em relativa madureza para a manifestação necessária aos efeitos físicos que analisamos. É um elemento amorfo, mas de grande potência e vitalidade. Pode ser comparado a genuína massa protoplásmica, sendo extremamente sensível, animado de princípios criativos que funcionam como condutores de eletricidade e magnetismo, mas que se subordinam, invariavelmente, ao pensamento e à vontade do médium que os exterioriza ou dos Espíritos desencarnados ou não que sintonizam com a mente mediúnica, senhoreando-lhe o modo de ser. Infinitamente plástico, dá forma parcial ou total às entidades que se fazem visíveis aos olhos dos companheiros terrestres ou diante da objetiva fotográfica, dá consistência aos fios, bastonetes e outros tipos de formações, visíveis ou invisíveis nos fenômenos de levitação, e substancializa as imagens criadas pela imaginação do médium ou dos companheiros que o assistem mentalmente afinados com ele. Exige-nos, pois, muito cuidado para não sofrer o domínio de Inteligências sombrias, uma vez que manejado por entidades ainda cativas de paixões deprimentes poderia gerar clamorosas perturbações. (...)

     Como vimos, se nos dias de hoje, através de um médium de efeitos físicos, com exteriorização de grande cota de ectoplasma pelo duplo etérico, um espírito pode materializar-se, imaginem Jesus, que tendo participado ativamente na formação de todo o sistema solar, e sendo portador de uma enorme força mental, pode tornar as suas aparições em um processo fácil e consistente.

     Na continuação de nossas reflexões baseadas no livro “Os Abduzidos”, Ângelo Inácio descreve como Jesus se materializava perante os discípulos; e fala sobre os momentos finais antes da ascensão de Jesus rumo às dimensões superiores:

Ectoplasma Captado dos Discípulos

Jesus ao retornar à condição de espírito livre, durante 40 dias e 40 noites visitou aqueles com quem conviveu e amou. Visitou a Pérsia, a Índia, o Egito e algumas tribos perdidas de Israel; e em outros lugares onde já estivera antes.

Foi acompanhado por mais de 500 seres anunciando a boa nova em diversas culturas, conforme o entendimento de cada uma.
Para desempenhar suas visitas em todo o planeta utilizou-se de um corpo aparente semelhante ao que teve na vida física.
      Em suas aparições Jesus concentrava seu pensamento e reunia os fluidos ambientes da atmosfera, das águas do oceano, do bioplasma e o elemento principal que era o ectoplasma captado dos discípulos. Com isso, ele se tornava tão materializado a ponto de ser tocado. Assim que terminava a necessidade, conforme sua vontade, ele desaparecia retornando a sua condição de espírito livre.
     

A Despedida Final dos Discípulos

      Após suas aparições e suas visitas em todo o recanto do globo terrestre, em determinado monte, ele reuniu os amigos de trabalho e falou-lhes pela última vez.

(...) Volto ao meu Pai e vosso Pai, ao meu Reino, no qual vos receberei um dia, com grande festa e alegria genuína. Mas não vos deixarei órfãos. Enviarei um representante meu, o espírito Verdade, que vos guiará e vos revelará a verdade, relembrando o significado de muitas coisas que disse e fiz e esclarecendo outras que por ora não podeis compreender. (...)
      

Comitiva Crística para o Regresso à Pátria Celeste

      Ângelo Inácio descreve que inúmeras naves etéricas, transportando seres iluminados vindos das estrelas, compunham a comitiva crística para o regresso à pátria celestial. Em meio aos clarões, que os discípulos não compreendiam, Jesus, com seu corpo fluídico, se elevou até as nuvens; e ao sair da atmosfera terrestre,  reassumiu o aspecto que apresentava antes de nascer no planeta Terra. O embaixador das consciências sublimes foi seguido pela comitiva de filhos das estrelas deixando um rastro luminoso por onde passava.

O Testemunho da Ascensão do Cristo

    
  As pessoas que estavam presentes naquele momento de esplendor, e esses eram os amigos, sua mãe e as mulheres que o seguiam e algumas crianças ficaram observando ele elevar-se na atmosfera.
      Nem mesmo seus discípulos, devido aos conhecimentos científicos que a ciência da época oferecia, podiam entender com maior profundidade a natureza do corpo espiritual ou mental superior de Jesus e aquelas manifestações.
      Por isso, talvez para amenizar aquela falta de entendimento, junto a eles estavam seres das estrelas; e um deles, quando da sua fala, foi percebido possuir uma natureza diferente, com um corpo diferenciado quanto à sua natureza física. Ele disse:

(...) Que mirais, varões e varoas da Galileia? O próprio Jesus que vistes erguer-se entre nuvens e cintilações regressará ao vosso mundo, tão seguramente como presenciastes sua ascensão. Assim mesmo, em meio a luzes eternas, secundado por seus emissários, ele retornará! Não fiqueis saudosos, pois ele não vos abandonou.

V. Lau

Continua....

Ir para  👉 a próxima
Ir para   👉 a anterior

Bibliografia: 
- "Bíblia de jerusalém" - Paulus, 2002
- "Os Abduzidos" -  pelo Espírito Ângelo Inácio; [psicografado por] Robson Pinheiro. - Contagem, MG: Casa dos Espíritos, 2015. - (Série Crônicas da Terra: v. 4).
Nos domínios da mediunidade” - pelo Espírito André Luiz; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier.  Brasília: FEB, 2013.
- "Paulo e Estevão" - episódios histórico do Cristianismo primitivo: romance/pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. 54 ed. Brasília: FEB, 2013.
* Canal Mórmon
Pedro Leopoldo (MG), 9 de novembro de 1940.
Chico Xavier

Humberto de Campos





        Maria

       (...)A esse tempo, o filho de Zebedeu, tendo presentes as observações que o Mestre lhe fizera da cruz, surgiu na Bataneia, oferecendo àquele Espírito saudoso de mãe o refúgio amoroso de sua proteção. Maria aceitou o oferecimento, com satisfação imensa.
      E João lhe contou a sua nova vida. Instalara-se definitivamente em Éfeso, onde as ideias cristãs ganhavam terreno entre almas devotadas e sinceras. Nunca olvidara as recomendações do Senhor e, no íntimo, guardava aquele título de filiação como das mais altas expressões de amor universal para com aquela que recebera o Mestre nos braços veneráveis e carinhosos. (...)
     (...) Decorridos alguns meses, grandes fileiras de necessitados acorriam ao sítio singelo e generoso. A notícia de que Maria descansava, agora, entre eles, espalhara um clarão de esperança por todos os sofredores. Ao passo que João pregava na cidade as verdades de Deus, ela atendia, no pobre santuário doméstico, aos que a procuravam exibindo-lhe suas úlceras e necessidades.

     Sua choupana era, então, conhecida pelo nome de “Casa da Santíssima”.
    O fato tivera origem em certa ocasião, quando um miserável leproso, depois de aliviado em suas chagas, lhe osculou as mãos, reconhecidamente murmurando:
     Senhora, sois a mãe de nosso Mestre e nossa Mãe Santíssima!
     A tradição criou raízes em todos os espíritos. Quem não lhe devia o favor de uma palavra maternal nos momentos mais duros? (...)
    (...) Diariamente, acorriam os desamparados, suplicando a sua assistência espiritual. Eram velhos trôpegos e desenganados do mundo, que lhe vinham ouvir as palavras confortadoras e afetuosas, enfermos que invocavam a sua proteção, mães infortunadas que pediam a bênção de seu carinho.
      
      (...) A igreja de Éfeso exigia de João a mais alta expressão de sacrifício pessoal, pelo que, com o decorrer do tempo, quase sempre Maria estava só, quando a legião humilde dos necessitados descia o promontório desataviado, rumo aos lares mais confortados e felizes. (...)
  (...) Súbito recebeu notícias de que um período de dolorosas perseguições se havia aberto para todos os que fossem fiéis à doutrina do seu Jesus divino. Alguns cristãos banidos de Roma traziam a Éfeso as tristes informações. Em obediência aos éditos mais injustos, escravizavam-se os seguidores do Cristo, destruíam-se-lhes os lares, metiam-nos a ferros nas prisões. Falava-se de festas públicas, em que seus corpos eram dados como alimento a feras insaciáveis, em horrendos espetáculos.

     Então, num crepúsculo estrelado, Maria entregou-se às orações, como de costume, pedindo a Deus por todos aqueles que se encontrassem em angústias do coração, por amor de seu filho. Embora a soledade do ambiente, não se sentia só: uma como força singular lhe banhava a alma toda. (...)
     Enlevada nas suas meditações, Maria viu aproximar-se o vulto de um pedinte.
      – Minha mãe – exclamou o recém-chegado, como tantos outros que recorriam ao seu carinho –, venho fazer-te companhia e receber a tua bênção.
     Maternalmente, ela o convidou a entrar, impressionada com aquela voz que lhe inspirava profunda simpatia. O peregrino lhe falou do Céu, confortando-a delicadamente. Comentou as bem-aventuranças divinas que aguardam a todos os devotados e sinceros filhos de Deus, dando a entender que lhe compreendia as mais ternas saudades do coração. Maria sentiu-se empolgada por tocante surpresa. Que mendigo seria aquele que lhe acalmava as dores secretas da alma saudosa, com bálsamos tão dulçorosos? Nenhum lhe surgira até então para dar; era sempre para pedir alguma coisa. No entanto, aquele viandante desconhecido lhe derramava no íntimo as mais santas consolações. Onde ouvira aquela voz meiga e carinhosa, noutros tempos?! Que emoções eram aquelas que lhe faziam pulsar o coração de tanta carícia? Seus olhos se umedeceram de ventura, sem que conseguisse explicar a razão de sua terna emotividade.
     Foi quando o hóspede anônimo lhe estendeu as mãos generosas e lhe falou com profundo acento de amor:
     - Minha mãe, vem aos meus braços!
     Nesse instante, fitou as mãos nobres que se lhe ofereciam, num gesto da mais bela ternura. Tomada de comoção profunda, viu nelas duas chagas, como as que seu filho revelava na cruz e, instintivamente, dirigindo o olhar ansioso para os pés do peregrino amigo, divisou também aí as úlceras causadas pelos cravos do suplício. Não pôde mais. Compreendendo a visita amorosa que Deus lhe enviava ao coração, bradou com infinita alegria:
     - Meu filho! Meu filho! As úlceras que te fizeram!...
     E precipitando-se para ele, como mãe carinhosa e desvelada, quis certificar-se, tocando a ferida que lhe fora produzida pelo último lançaço, perto do coração. Suas mãos ternas e solícitas o abraçaram na sombra visitada pelo luar, procurando sofregamente a úlcera que tantas lágrimas lhe provocara ao carinho maternal. A chaga lateral também lá estava, sob a carícia de suas mãos. Não conseguiu dominar o seu intenso júbilo. Num ímpeto de amor, fez um movimento para se ajoelhar. Queria abraçar-se aos pés do seu Jesus e osculá-los com ternura. Ele, porém, levantando-a, cercado de um halo de luz celestial, se lhe ajoelhou aos pés e, beijando-lhe as mãos, disse em carinhoso transporte:

      - Sim, minha mãe, sou eu!... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu Reino a Rainha dos Anjos...

     Maria cambaleou, tomada de inexprimível ventura. Queria dizer da sua felicidade, manifestar seu agradecimento a Deus; mas o corpo como que se lhe paralisara, enquanto aos seus ouvidos chegavam os ecos suaves da saudação do Anjo, qual se a entoassem mil vozes cariciosas, por entre as harmonias do Céu.

     No outro dia, dois portadores humildes desciam a Éfeso, de onde regressaram com João, para assistir aos últimos instantes daquela que lhes era a devotada Mãe santíssima.

   Maria já não falava. Numa inolvidável expressão de serenidade, por longas horas ainda esperou a ruptura dos derradeiros laços que a prendiam à vida material.

     A alvorada desdobrava o seu formoso leque de luz quando aquela alma eleita se elevou da Terra, onde tantas vezes chorara de júbilo, de saudade e de esperança. Não mais via seu filho bem-amado, que certamente a esperaria, com as boas-vindas, no seu Reino de amor; mas, extensas multidões de entidades angélicas a cercavam cantando hinos de glorificação.
     Experimentando a sensação de se estar afastando do mundo, desejou rever a Galileia com os seus sítios preferidos. Bastou a manifestação de sua vontade para que a conduzissem à região do lago de Genesaré, de maravilhosa beleza. Reviu todos os quadros do apostolado de seu filho e, só agora, observando do alto a paisagem, notava que o Tiberíades, em seus contornos suaves, apresentava a forma quase perfeita de um alaúde. Lembrou-se, então, de que naquele instrumento da Natureza, Jesus cantara o mais belo poema de vida e amor, em homenagem a Deus e à Humanidade. Aquelas águas mansas, filhas do Jordão marulhoso e calmo, haviam sido as cordas sonoras do cântico evangélico.
     Dulcíssimas alegrias lhe invadiam o coração e já a caravana espiritual se dispunha a partir, quando Maria se lembrou dos discípulos perseguidos pela crueldade do mundo e desejou abraçar os que ficariam no vale das sombras, à espera das claridades definitivas do Reino de Deus. Emitindo esse pensamento, imprimiu novo impulsos às multidões espirituais que a seguiam de perto. Em poucos instantes, seu olhar divisava uma cidade soberba e maravilhosa, espalhada sobre colinas enfeitadas de carros e monumentos que lhe provocavam assombro. Os mármores mais ricos esplendiam nas magnificentes vias públicas, onde as liteiras patrícias passavam sem cessar, exibindo pedrarias e peles, sustentadas por misérrimos escravos. Mais alguns momentos e seu olhar descobria outra multidão guardada a ferros em escuros calabouços. Penetrou os sombrios cárceres do Esquilinho, onde centenas de rostos amargurados retratavam padecimentos atrozes. Os condenados experimentaram no coração um consolo desconhecido.
     Maria se aproximou de um a um, participou de suas angústias e orou com as suas preces, cheias de sofrimento e confiança. Sentiu-se mãe daquela assembleia de torturados pela injustiça do mundo. Espalhou a claridade misericordiosa de seu Espírito entre aquelas fisionomias pálidas e tristes. Eram anciães que confiavam no cristo, mulheres que por Ele haviam desprezado o conforto do lar, jovens que depunham no Evangelho do Reino toda a sua esperança. Maria aliviou-lhes o coração e, antes de partir, sinceramente desejou deixar-lhes nos espíritos abatidos uma lembrança perene. Que possuía para lhes dar? Deveria suplicar a Deus para eles a liberdade?! Jesus ensinara, porém, que com Ele todo jugo é suave e todo fardo seria leve, parecendo-lhe melhor a escravidão com Deus do que a falsa liberdade nos desvãos do mundo. Recordou que seu filho deixara a força da oração como um poder incontrastável entre os discípulos amados. Então, rogou ao Céu que lhe desse a possibilidade de deixar entre os cristãos oprimidos a força da alegria. Foi quando, aproximando-se de uma jovem encarcerada, de rosto descarnado e macilento, lhe disse ao ouvido:

     - Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo!... Convertamos as nossas dores da terra em alegrias para o Céu!...
    
      A triste prisioneira nunca saberia compreender o porquê da emotividade que lhe fez vibrar subitamente o coração. De olhos extáticos, contemplando o firmamento luminoso, por meio das grades poderosas, ignorando a razão de sua alegria, cantou um hino de profundo e enternecido amor a Jesus, em que traduzia sua gratidão pelas dores que lhe eram enviadas, transformando todas as suas amarguras em consoladoras rimas de júbilo e esperança. Daí a instantes, seu canto melodioso era acompanhado pelas centenas de vozes dos que choravam no cárcere, aguardando o glorioso testemunho.
     Logo, a caravana majestosa conduziu ao Reino do mestre a bendita entre as mulheres e, desde esse dia, nos tormentos mais duros, os discípulos de Jesus têm cantado na Terra, exprimindo o seu bom ânimo e a sua alegria, guardando a suave herança de nossa Mãe santíssima.
      Por essa razão, irmãos meus, quando ouvirdes o cântico nos templos das diversas famílias religiosas do Cristianismo, não vos esqueçais de fazer no coração um brando silêncio, para que a Rosa Mística de Nazaré espalhe aí o seu perfume!

“Boa Nova” – pelo Espírito Humberto de Campos; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. 37ª ed. Brasília, FEB, 2013.