sexta-feira, 15 de junho de 2018

Quem é Jesus? Por que ele nasceu na Terra? E por que Ele retornará? - Parte 5

Continuando....nossa outra reflexão...
QUEM É JESUS?

      Como vimos anteriormente, graças aos registros, primeiramente feitos por Levi(Mateus), depois copiado por Lucas e Marcos onde acrescentaram suas narrações conforme suas perspectivas e da convivência com Maria de Nazaré e os outros discípulos diretos de Jesus, é que chegou até nós o que conhecemos como o NOVO TESTAMENTO.
     Em cada cidade que Paulo e Barnabé visitaram foram feitas muitas cópias e formaram as primeiras igrejas cristãs.


*  A Vida de Jesus 

      Após o trabalho dos apóstolos e discípulos de Jesus as igrejas cristãs se desenvolveram, cada uma, absorvendo os costumes das culturas regionais em que foram instaladas.
     No livro “Gestação da Terra” – psicografado por Robson Pinheiro, o Espírito Alex Zarthù  descreve o seguinte:  “Por ocasião do ano 188, Irineu, considerado santo pela Igreja, conseguiu identificar uma variedade de mais de vinte seitas que partiam do ramo principal do Cristianismo, demonstrando quanto o homem, sem a assistência direta dos mensageiros espirituais, pode perder-se em meio a tantas interpretações.
     Depois do aparecimento dessas seitas, nos primeiros períodos do Cristianismo pós-apostólico, a força dos Dragões, entidades sombrias, conseguiu se estabelecer entre os pretensos seguidores do Nazareno. O caminho estava preparado para o “homem do pecado”, na expressão paulina. Mesmo ante os esforços do Plano Superior, enviando seus mensageiros, que reencarnavam de tempos em tempos, o homem sucumbiu ante a sede de poder. Nasceu o sincretismo com a religião romana, tendo a Igreja absorvido o seu ritual e sistema de cultos. Ela estava agora distante da simplicidade primitiva revestida do poder temporal.
    Roma deu, então, à Igreja uma forma de governo estruturado no Sumo pontífice, a quem conferiu o título de Pontifex Maximus. Os bispos de Roma substituíram os profetas romanos e passariam a dominar as cidades. Os arcebispos substituíram os metropolitanos (responsáveis pelas cidades) e os governos das províncias. Ao obter o poder do Estado, a Igreja promoveu o sepultamento de Roma. Os Dragões reinariam na Terra por um período milenar: A Era das Trevas começava.”

      
Novo testamento/Internet

     Podemos observar, também, através da história que o cristianismo não foi absorvido pelos Judeus. A religião judaica permaneceu com sua tradição forte rejeitando Jesus como o enviado prometido pelos profetas antigos. Apenas àqueles que se deixaram ser tocados pela “Boa Nova” da renovação aderiram às novas seitas criadas e assim mesmo mescladas com a “tradição judaica”. Até chegar nos dias de hoje houve a união do “Antigo testamento” e o “Novo Testamento” que se tornou, também, uma nova tradição com suas interpretações limitadas a respeito da vida de Jesus. O conhecimento sobre Jesus de hoje, devido a essa nova “tradição cristã”, representada pela religião católica, as do movimento protestante e ortodoxas , se deve às interpretações dos relatos dos Evangelhos do Novo Testamento e dos relatos dos apóstolos. Não se incorporou, e nem é admitida, as novas revelações dos “novos profetas”, de carácter mediúnico.

     Para os espiritualistas que conseguem unir os relatos antigos do Novo Testamento e os registros atuais, de cunho mediúnico, sobre a vida  de Jesus, há uma compreensão mais aprofundada formando assim um conceito histórico, mais real e não “religiosoe mistico, sobre quem realmente é JESUS.

JESUS CÓSMICO


Jesus Cósmico

     Alex Zarthú, através da psicografia de Robson Pinheiro, ainda no livro “Gestação da Terra”, abre uma nova visão mais aprofundada sobre quem é JESUS: “a personalidade do Mestre é ainda uma incógnita para quantos se fazem apologistas de sua vontade. A razão desse fato é a grandeza da alma do Senhor, que transcende a evolução de todos os espíritos que se encontram comprometidos com o planeta Terra. A grandeza e excelência desse avatar cósmico só pode ser compreendida mediante comparações. É um espírito puro, e, para se divisar a magnitude de sua alma cândida e bela, é preciso compreender o grau de evolução que tinha antes da formação do vosso mundo; analisar sua relação com seus contemporâneos; visualizar a extensão de sua mensagem renovadora.
      Ele existia desde época imemoriais. De onde viria? Qual mundo foi o palco de suas lutas, de seus anseios, de sua história? Não importa. Com certeza os mundos que o viram crescer e nos quais caminhou sobre a superfície não mais existem; estão dispersos na poeira cósmica. A alma de Jesus paira entre as estrelas, numa espécie de holo-existência. Seu ser banha-se na luz das luzes, pois ele próprio é o ser, cuja existência supera todos os conceitos que se possam fazer ou desenvolver a seu respeito.”

     A explanação acima e as “revelações” mediúnicas mais atuais abrem uma nova visão sobre a personalidade de Jesus. Elas nos levam a uma visão espiritualista cósmica. De repente, aquela visão que tínhamos de Jesus vivendo em uma das esferas espirituais, ou planos energéticos dimensionais, da Terra foi ampliada para uma existência de Jesus para fora da Terra e até mesmo do sistema solar.


ESPAÇO CÓSMICO

Crédito: SPACETELESCOPE
      Esta imagem, capturada pelo Telescópio Hubble, é a visão mais profunda de luz visível do cosmos; nela há aproximadamente 10.000 galáxias. É apenas uma amostra de um foco do espaço profundo do cosmo. A luz destas galáxias levou bilhões de anos  atravessando o espaço cósmico até serem captadas pelo telescópio. E, segundo o The Astrophysical Journal, no universo todo, calcula-se que há 2 trilhões de galáxias.

 GALÁXIA M31 - ANDRÔMEDA/ SPACETELESCOPE


    A imagem ao lado, que foi captada por um astrônomo amador, é a da galáxia M31 que está localizada na constelação de Andrômeda. A galáxia pode ser vista a olho nu. Ela é a galáxia mais próxima da nossa galáxia, a Via láctea. Para se ter noção de sua distância, a sua luz leva 2 milhões de anos para chegar até nós. A nossa galáxia, Via Láctea, é bem parecida com a M31.





Via Láctea/NASA
   Com o auxílio de telescópios e radiotelescópios este é o universo observável, e com todas estas informações  ficamos perplexos diante da imensidão do espaço cósmico com os seus trilhões de galáxias. 
  Agora imaginem, se cada galáxia contém milhões de planetas e se formos multiplicar pelos 2 trilhões de galáxias, então aí é que a nossa mente começa a dar um "nó", devido  a grandeza do universo


   A nossa galáxia, Via Láctea, está representada neste gráfico ao lado feito pelos astrônomos da NASA  onde pode-se observar  o sistema solar que se localiza numa espiral chamada Orion Spur.
     Entretanto é necessário termos esta noção da imensidão do universo para podermos perceber a grandiosidade da mente criadora de toda esta realidade, o Grande Arquiteto do Universo (Deus). Esta realidade toda é a observável, mas, segundo inúmeras revelações mediúnicas, desde os antigos profetas até os atuais, existem outras realidades do universo que não são captadas pelos sentidos comuns humanos e nem pelos instrumentos científicos modernos. Uma pequena parte desta outra realidade só pode ser observada através da projeção astral do ser humano encarnado ou através de percepções psíquicas paranormais. Graças a essas percepções é que temos uma enorme literatura desvendando o mistério extrafísico do universo.

ALÉM DO OBSERVÁVEL


     Em agosto de 2015, no livro “Os Abduzidos”, o Espírito Ângelo Inácio, através da psicografia de Robson Pinheiro nos dá uma noção sobre a existência dessas outras dimensões do universo, e isso nos vai facilitar a compreensão sobre a origem cósmica de Jesus. Ele descreve o diálogo dos seres que se reuniram, numa dimensão extrafísica do Sol, para planejarem o nascimento do avatar cósmico que teria o nome Jesus (Sobre os detalhes desse planejamento já fizemos uma reflexão anterior no “Auto evolucionário Cósmico,Jesus”):

    (...) “Mais de mil anos antes do nascimento do avatar da nova era, que seria conhecido como Filho do homem, já se iniciaram os preparativos, as pesquisas e a programação genética da encarnação ou corporificação daquele ser bastante conhecido em outros mundos. O orientador evolutivo da humanidade era membro do seleto grupo de evolucionários, ou seja, as consciências cósmicas que já não vivem em mundos materiais e têm seu habitat entre as estrelas – em muitos casos, pode-se considerar, em universos paralelos, de uma estrutura energética diferente daquela em que vibra o universo físico dos homens da Terra.
    Na verdade, os universos paralelos, ou multiversos, podem ser comparados a outras dimensões onde existem planetas, sistemas estelares inteiros, sistemas de vida que vibram em faixa diferente da frequência do universo físico. Em tais universos, não se encontram simplesmente duplicatas dos seres vivos que vivem no mundo, muito pelo contrário, há civilizações inteiras, outras consciências, e, em alguns deles, os mesmos indivíduos que partiram da Terra no processo de descarte biológico final ao qual os terrícolas dão o nome de morte. A dimensão que os abriga, tida como imaterial, não é tão imaterial assim. É todo um universo, cujas distâncias não podem ser medidas em termos de anos-luz, tampouco suas leis podem ser compreendidas tendo-se por base as leis do mundo propriamente físico.
     Logo, em determinado planeta do universo físico, pode não haver vida cuja fisicalidade e cuja materialidade sejam análogas às da Terra, entretanto, o mesmo orbe pode vibrar numa dimensão ou num universo paralelo -  um multiverso – no qual exista toda uma civilização estruturada em matéria quintessenciada ou, até, de natureza absolutamente distinta da matéria conhecida e reconhecida como tal pelos terráqueos. Para os mais apegados a conceitos espiritualistas, a linguagem empregada para definir o outro universo talvez seja o outro lado da vida; quem está habituado à linguagem da ciência do espírito ou às teorias da física contemporânea há de preferir expressões como universo paralelo ou multiverso. Tais universos são interligados e não ocupam lugares distintos no espaço, mas situações distintas, frequências diferentes, ou seja, interpenetram uns aos outros em dimensões diversas. Em certas circunstâncias, tais mundos estabelecem sintonia, interligam-se e podem ser mutuamente acessados por seus habitantes, desde que estes disponham de um sentido especial, extra-sensorial, apropriado à captação de tais vibrações e sistemas de vida. Em um ou outro mundo tecnicamente mais adiantado, há até tecnologia capaz de substituir as faculdades extra-sensoriais.” (...) 

     Para desfazer um pouco o “nó” no raciocínio quando tentamos entender o abstrato, vamos observar que vivemos com o "abstrato" ao nosso redor; isto é, estão circulando ondas de rádios e micro-ondas em diversas frequências diferentes; elas se interpenetram, mas não se misturam, ou seja coexistem. São sons, imagens, em forma de ondas eletromagnéticas, que não percebemos pelos sentidos comuns; mas se ligarmos um celular, um rádio ou uma televisão, estes aparelhos captam e decodificam estas ondas e transformam-nas em imagens, sons e arquivos digitais. Porém, sabemos que estas ondas de energias, mesmo sendo abstratas, fazem parte da nossa dimensão física; isto é, a que a ciência descobriu até agora. Mas as dimensões citadas acima pelo espírito Ângelo Inácio vão além disso; elas são as outras realidades energéticas ainda longe de serem descobertas pela ciência, mas existem. A expressão “Universos paralelos” ou “Multiversos” talvez se encaixem melhor para entendermos estas outras realidades. Como ele explica, nesses universos há vida com materialidade, natureza e espíritos corporificados com corpos físicos sutis. 

QUEM É JESUS E ONDE ELE HABITA 


“No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. No princípio, ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio dele e sem ele nada foi feito.

O que foi feito nele era a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a apreenderam.”   João 1; 1- 5

      No livro “Os Abduzidos”, há diversos trechos que nos dá uma ideia mais real sobre quem é Jesus. Vejamos:

“Cristo, como Autoevolucionário, uma das consciências cósmicas diretamente comprometida com a formação e o projeto educativo de vários mundos, incluindo a Terra, é puro espírito; ele e os cientistas cósmicos conhecem o código genético de todas as coisas vivas do planeta; portanto, a equipe que o assessora, composta por seres mais antigos e experientes da Via láctea (...)”    

“(...) uma vez que esse avatar não tem seu processo evolutivo desencadeado nem consumado no âmbito do planeta em questão (...)”

“(...) já que suas últimas existências físicas, além de remotas, ocorreram em ambientes onde a matéria grosseira era completamente desconhecida, ou melhor, desnecessária e até inoportuna ao estágio evolutivo e às habilidades com quais conviviam tais inteligências. (...)

(...) A realidade além-física e de outro universo, onde vivem, vibram e transitam espíritos desse porte sideral, justifica a metáfora empregada pelo evangelista a fim de descrever o grande avatar cósmico que assumiria a figura do Nazareno: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus [ou com os deuses, os eleoins]; e o verbo era Deus”. (...)

   
Superconsciência Cósmica/Fonte: internet
  Ainda mais, Ângelo Inácio, com sua explanação abaixo,   amplia a nossa compreensão do que disse o apostolo João: 

  “No princípio, ele era um deus, um dos deuses, um eloin. Desde a concepção da nebulosa solar, estivera entre seus semelhantes, existindo na forma de uma das inteligências sublimes que governavam sistemas e constelações. Tal como seus pares, era um dos admiráveis senhores de sistemas solares, uma superconsciência cósmica e, por essa razão, poderia ser concedido como se fosse um deus.
     Sem ele, nada teria se formado neste recanto do universo, em meio à poeira cósmica espalhada por determinada região interestelar, onde veio a ganhar corpo o Astro Rei e seu cortejo de planetas. Sem a participação ativa dessa inteligência junto aos criadores de mundos, a Terra não teria existido. Foi ele uma das consciências que auxiliou a concretizar o projeto elaborado na mente do Profundo, do Grande Arquiteto. Foi quem traduziu o pensamento gerador da vida, decifrou o código genético de todo um mundo e de uma família de mundos e, então, agiu sobre os fluidos dispersos no espaço.  Auxiliou a aglutiná-los, envolvendo, diretamente com a força do próprio pensamento, o remoinho de energia e matéria esparsas nesse quadrante da galáxia, até fundir tais elementos numa coesão celular incrivelmente forjada por várias mentes. Sob sua coordenação, deram origem a mais uma supernova, que respondeu ao comando dos eloins cósmicos, os criadores de mundos, os quais a fizeram explodir e derramar-se por inteiro dentro da nebulosa original, assinalando, assim, o princípio desse Sistema.” (...)


    Sintetizando as informações, Ângelo Inácio nos revela que o Auto evolucionário Cósmico, o Cristo, faz parte de uma elite de Consciências Cósmicas que dirigem vários mundos em evolução na nossa galáxia. Ele habita uma dimensão, um universo paralelo, correspondente ao centro da Via Láctea.  Ele evoluiu em planetas cujas existência física já nem existem mais. Ele manifesta-se em corpo mental superior e sua aura envolve todo o sistema solar.  Da dimensão que ele habita, onde há leis físicas totalmente diferente da nossa dimensão, ele participou da criação do sistema solar. Sob sua orientação foi escolhido o terceiro planeta, a Terra, para receber espíritos degredados (nós) de vários planetas para evoluírem aqui nesta escola planetária. O próprio avatar cósmico nunca tinha vivido no planeta Terra, mas ele com espírito de renúncia reduziu sua energia vibratória e se fez menor para habitar um corpo físico denso, para servir de modelo no processo evolutivo ao qual todos nós estamos inseridos.
V. Lau

Continua...

Ir para 👉 a próxima
Ir para 👉 a anterior

Bibliografia:
 "Os Abduzidos" - pelo Espírito Ângelo Inácio [psicografado por Robson Pinheiro] , Editora Casa dos Espíritos.

" O Livro dos Espíritos" /Allan Kardec. Brasília; FEB, 2017

Boa Nova” / pelo Espírito Humberto de Campos; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier.  Brasília: FEB, 2013
* Canal Mórmon 
Paris, 1864

Allan Kardec

172 Nossas diferentes existências corporais se passam todas na Terra? – Não, nem todas, mas em diferentes mundos. As que passamos na Terra não são nem as primeiras nem as últimas, embora sejam das mais materiais e mais distantes da perfeição.

173 A alma, a cada nova existência corporal, passa de um mundo para outro ou pode ter várias existências num mesmo globo? – Ela pode reviver diversas vezes num mesmo globo, se não for suficientemente avançada para passar a um mundo superior.

173 a Desse modo, podemos reaparecer muitas vezes na Terra? – Certamente.

173 b Podemos voltar à Terra após ter vivido em outros mundos? – Seguramente. Já vivestes em outros mundos além da Terra.

174 Voltar a viver na Terra é uma necessidade? – Não; mas se não avançardes, podereis ir para um outro mundo que não seja melhor e que pode até ser pior.

Livro: “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec

Pedro Leopoldo (MG), novembro de 1940

Espírito Humberto de Campos

       Amor e Renúncia

     “O manto da noite caía de leve sobre a paisagem de Cafarnaum, e Jesus, depois de uma das grandes assembleias populares do lago, se recolhia à casa de Pedro em companhia do Apóstolo. Com a sua palavra divina havia tecido luminosos comentários em torno dos mandamentos de Moisés; Simão, no entanto, ia pensativo como se guardasse uma dúvida no coração.
      Inquirido com bondade pelo Mestre, o Apostolo esclareceu: - Senhor, em face dos vossos ensinamentos, como deveremos interpretar a vossa primeira manifestação, transformando a água em vinho, nas bodas de Caná? Não se tratava de uma festa mundana? O vinho não iria cooperar para o desenvolvimento da embriaguez e da gula?
     Jesus compreendeu o alcance da interpelação e sorriu.
     - Simão – disse Ele -, conheces a alegria de servir a um amigo?
     Pedro não respondeu, pelo que o Mestre continuou:
     - As bodas de Caná foram um símbolo da nossa união na Terra. O vinho, ali, foi bem o da alegria com que desejo selar a existência do Reino  de Deus nos corações. Estou com os meus amigos e amo-os a todos. Os afetos da alma, Simão, são laços misteriosos que nos conduzem a Deus. Saibamos santificar a nossa afeição, proporcionando aos nossos amigos o máximo da alegria; seja o nosso coração uma sala iluminada onde eles se sintam tranquilos e ditosos. Tenhamos sempre júbilos novos que os reconfortem, nunca contaminemos a fonte de sua simpatia com a sombra dos pesares! As mais belas horas da vida são as que empregamos em amá-los, enriquecendo-lhes as satisfações íntimas.
     Contudo, Simão Pedro, manifestando a estranheza que aquelas advertências lhe causavam, interpelou ainda o Mestre, com certa timidez:
     - E como deveremos proceder quando os amigos não nos entendam, ou quando nos retribuam com ingratidão?
     Jesus pôs nele o olhar lúcido e respondeu:
     - Pedro, o amor verdadeiro e sincero nunca espera recompensas. A renúncia é o seu ponto de apoio, como o ato de dar é a essência de sua vida. A capacidade de sentir grandes afeições já é em si mesma um tesouro. A compreensão de um amigo deve ser para nós a maior recompensa. Todavia, quando a luz do entendimento tardar no espírito daqueles a quem amamos, deveremos lembrar-nos de que temos a sagrada compreensão de Deus, que nos conhece os propósitos mais puros. Ainda que todos os nossos amigos do mundo se convertessem, um dia, em nossos adversários, ou mesmo em nossos algozes, jamais nos poderiam privar da alegria infinita de lhes haver dado alguma coisa...
     E com o olhar absorto na paisagem crepuscular, onde vibravam sutis harmonias, Jesus ponderou, profeticamente:
     - O vinho de Caná poderá transformar-se um dia, no vinagre da amargura; contudo, sentirei, mesmo assim, júbilo em sorvê-lo, por minha dedicação aos que vim buscar para o amor do Todo-Poderoso.
     Simão Pedro, ante a argumentação consoladora e amiga do Mestre, dissipava as suas derradeiras dúvidas, enquanto a noite se apoderava do ambiente, ocultando o conjunto das coisas no seu leque imenso de sombras.” (...)
livro: “Boa Nova”