sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

A Princesa Isabel e a Lei Áurea

       
Princesa Isabel
Fonte: Wikipédia
       A escravidão, desde a antiguidade, sempre esteve presente na história da humanidade. Em todos os povos, os derrotados de guerras e os seres de culturas diferentes foram capturados e escravizados. No Brasil, devido à necessidade de mão de obra nas lavouras, o mercado escravagista expandiu-se devido à facilidade de trazer povos capturados do continente africano. Por causa da superioridade econômica e militar dos povos europeus, a subjugação dos povos africanos ocorreu e manteve-se ativa, devido ao comércio lucrativo que enriquecia os escravagistas.
      A libertação dos escravos no Brasil ocorreu de forma gradativa; surgiu a “Lei Eusébio de Queirós” de 1850, que proibia o tráfico interatlântico de escravos; depois veio a “Lei do Ventre Livre” de 1871, que libertava todas as crianças nascidas de pais escravos; depois a “Lei Saraiva-Cotegipe” ou “Lei dos Sexagenários” de 1885, que dava liberdade aos escravos com mais de 65 anos de idade. Em 13 de Maio de 1888 foi assinada, por Dona Isabel, princesa imperial do Brasil, e pelo ministro da Agricultura, o conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, a “Lei Áurea” que extinguia, de forma oficial, a escravidão no Brasil.
      O processo de liberdade dos escravos no Brasil ocorreu devido à contribuição de inúmeros abolicionistas, motivados por ideais humanistas e religiosos; também, por influência cultural e econômica europeia que provocou a mudança econômica nos trabalhos de lavoura no país.
      Na dimensão astral houve grande trabalho, dos Espíritos Guardiões e de Seres comprometidos com o bem, para impulsionar a fase de liberdade, devido à nova etapa de evolução no resgate cármico planetário.
      No texto abaixo, a entidade espiritual que se utiliza da forma astral como Vovó Catarina nos traz vários informativos para a nossa reflexão. 
      Podemos compreender que todo período de sofrimento, através da escravidão, é devido a um resgate cármico. Mas através deste raciocínio surge uma dúvida. Então, é uma necessidade haver este tipo de sofrimento? A humanidade sempre sofrerá com períodos de resgates cármicos? Procurando compreender a “Lei de Causa e Efeito” percebemos que esses períodos de resgates cármicos não é uma necessidade e sim uma consequência. Eles se tornarão mais brandos à medida que a humanidade despertar os valores morais crísticos e deixar de gerar sofrimento. Vovó Catarina nos conta que o sofrimento particular dela e de outros diante das torturas que os escravos receberam com a marcação a ferro é consequência de eles, como inquisidores em encarnação anterior, terem produzidos sofrimentos semelhantes. Como o planeta vai saindo, de forma gradativa, da fase de “Provas e Expiações”, ainda vive-se o processo de resgate através do sofrimento gerado em vidas passadas. Enquanto a humanidade não despertar para a compreensão da atuação da “Lei de Causa e Efeito” haverá resgates cármicos individuais e coletivos.
     Outra abordagem interessante que ela faz é sobre os médiuns “espiritualizados” que demonstram preconceitos em receberem pretos velhos. Na verdade o preconceito estende-se também às entidades “vestidas” como caboclos, boiadeiros, ciganos, etc. Esses médiuns permanecem valorizando mais a forma exterior do que a irmandade que há na diversidade comprometida com a prática  da caridade.
     Podemos também compreender como surgiu o mau uso da “Magia”. Os escravos, após a “Lei Áurea”, ficaram escravizados pela necessidade de sobrevivência e começaram a comercializar os conhecimentos magísticos das práticas de suas religiões.  Pela “Lei de Identidade Vibratória”, atraíram o assessoramento de entidades das regiões trevosas, gerando com isso um novo débito perante as Leis Divinas, que terá que ser resgatado, dentro da “Lei de Causa e Efeito”, através de sofrimentos semelhantes, provocados.
     Esta história contada por Vovó Benta contribui para o nosso despertar da compreensão do nosso processo evolutivo e a Lei de Causa e Efeito.
V. Lau


Erechim (RS), janeiro de 2006.
Senzala no Céu?
     - Isso mesmo, meu camboninho. Isso mesmo. Negra velha lembra como se fosse hoje:
     “Um sem número de escravos, judiados pela dureza a que eram submetidos nas fazendas do Brasil, desencarnavam ainda em tenra idade. Essa negra velha e alguns outros, mais obedientes às ordens do patrãozinho, conseguiram chegar até a velhice habitando o corpo de carne. Quando adoeci, só pedia a Zambi, que compreendia ser um Pai muito bondoso, que não olhasse as mágoas que ainda guardava no coração, pelos filhos arrancados de nossas mãos, e que me recolhesse em qualquer uma de Suas moradas. Rogava em minhas orações que se fizesse a Sua vontade, mas que a minha era de poder me encontrar, nas paragens do céu, com o mestiço Tião, a quem meu coração havia amado tanto e padecido mais ainda vendo-o morrer injustiçado no tronco, açoitado e sangrando.
     Numa noite estrelada, deitei o corpo cansado da lide do dia sobre as palhas que faziam minha cama e, durante minha reza, senti uma agulhada forte no coração, ao mesmo tempo em que a vista escurecera. Acordei num lugar muito diferente da senzala onde havia adormecido. Era tudo muito bonito e limpo, e eu estava deitada numa cama macia e cheirosa, como aquelas da Casa Grande. Olhando ao redor, percebi que havia muitos outros negros que, como eu, acordavam atordoados. Fechei os olhos e adormeci para acordar um tempo depois com o meu Tião aos pés de meu leito. Pensei estar sonhando, não fosse o sorriso e o abraço que recebi, que me fizeram ver onde estava. Não cabia em mim de felicidade e, tão logo me recuperei, pude visitar com ele aquelas paragens a que chamavam Aruanda. Reencontrei dezenas de negros que vi morrer na Terra sob ferro quente, sob o chicote do feitor ou por causa das pestes que os faziam agonizar.”
     - Olha, camboninho, se negra velha não estivesse morta poderia dizer que morreria de tanta emoção, eh, eh. Lá éramos tratados como gente e tínhamos direitos como os brancos da Terra. Podíamos glorificar nossos Orixás, e, em pouco tempo, alguns de nós, em caravana, desciam à Terra para socorrer os irmãos que desencarnavam. Naquele tempo, haveria grande movimentação nas terras do Cruzeiro, pois seria assinado um tratado de libertação para os escravos que ainda habitavam a carne. Muitos de nós, em espírito, éramos convocados por nossos superiores a fim de auxiliar os guias de luz a defender aquela que seria a redentora. E, do outro lado da vida, vimos nosso povo ser liberto pela lei e tornar-se escravo pela necessidade. A miséria imposta pela falta de tudo fez meu povo vender o que tinha de mais sagrado: a fé. Em troca de moedas que garantiam o sustento, vendiam a magia trazida de outras terras, a qual sempre lhes servira para a elevação espiritual. Muitos se perderam e, além da revolta e da miséria, passaram a se aliar às trevas. A provação que visava ao resgate do último ceitil, para muitos de nossos irmãos, estava perdendo o sentido. O coração desta negra velha batia descompassado e, não fosse a benevolência de nossos superiores a nos instruir e pedir paciência, teria se desequilibrado diante de tanta dor pelos filhos que se perdiam na carne. Tião, Espírito de inigualável brandura, acalmava-me, e assim pudemos, juntos, assistir à maior festa de que já se teve notícia lá pelas bandas de Aruanda. Ela aconteceu trinta e três anos depois da libertação. Atentos e felizes, esperávamos o momento em que o portão daquela senzala se abrisse para deixar entrar alguém que acabara de deixar o corpo carnal após cumprir sua grande tarefa no plano terreno. Os tambores anunciaram sua chegada e, envolta numa claridade ímpar que saía de seu coração, ela desembarcava diante de nós. Era uma branca em território negro. Era uma princesa visitando a senzala. Brados de alegria eram retribuídos pelo doce sorriso e por sua aura de luz, que a todos nós envolvia como num abraço fraternal. Estava de passagem e nos brindava com sua visita.
     - Então minha mãe conheceu a princesa?
- Eh, eh, meu camboninho. Deste lado da vida não existem majestades, todos se igualam, o preto e o branco. Só o que separa uns espíritos dos outros é a evolução alcançada, mas mesmo esta não é empecilho para que estejamos nos ajudando permanentemente. Os bons de hoje já foram aqueles que feriram e que, depois de se ferirem, aprenderam que a dor é o melhor remédio. Se a escravidão da carne nos foi dada numa encarnação é porque outrora, ignorando as Leis Maiores, assenhoramo-nos de direitos que não nos cabiam. Com malícia, egoísmo e orgulho, escravizamos nosso espírito, atrelando-nos a um carma pesado. Tendo sido inquisidores no passado, com o mesmo fogo com que calamos nossos irmãos, fomos marcados como animais. A princesa, da mesma forma, renasceu na Terra para cumprir o que havia se omitido no passado, pois, se não fazer o mal bastasse, a evolução não se daria. É preciso e necessário realizar o bem, e este nos aguarda em cada encruzilhada da estrada. Oportunidades nos são ofertadas diariamente, cabe-nos ter olhos abertos para ver.
     - E, hoje, vó Catarina, onde está a princesa?
     - Camboninho é curioso! Negra Velha já esbarrou com o espírito da redentora pelos terreiros da vida. Isso mesmo! Entre tambores e defumações, já a vimos, como qualquer um de nós que trabalhamos para Aruanda, vestir seu traje de preta velha e vir socorrer os filhos da Terra. E ainda tem mais, camboninho. Já vi médium se negar a recebê-la, por preconceito com os pretos velhos. Eh, eh, meu filho! Vê agora como são as coisas? Será que algum médium se omitiria a recebê-la se soubesse quem já fora? Ainda há de chegar o dia, meu cambono, em que os filhos de todos os terreiros terão a fé inquestionável e permitirão branquear a alma para que a Luz que tanto anseia em dominar o coração dos homens possa fazer morada por aqui também. Por que as lágrimas, meu menino?
     - Porque sinto vergonha de só ter a pele branca, minha mãe. Queria ter o coração tão alvo que pudesse ser capaz de mostrar às pessoas a grandeza de nossa divina umbanda e de suas falanges de luzeiros.
     - Salve, meu camboninho! Que essas lágrimas de reconhecimento possam ser levadas até a cachoeira de Oxum e que esse Sagrado Orixá as recolha para fazer delas as pérolas que te serão devolvidas no caminho de volta. A bênção de Zambi, filho de meu coração.
     Vó Catarina despedia-se, enquanto repassava toda sua emoção com as lágrimas que rolavam do rosto de seu aparelho.
     O camboninho sentiu um caloroso abraço. Sabia que já o havia ganhado, pois a energia era inconfundível. Seu coração batia muito forte toda vez que trabalhava com aquela preta velha, dizendo que um elo de amor os unia em espírito. O que não podia lembrar é que ele era o mesmo mestiço Tião de outrora.
     Se as correntes da ignorância aprisionam, a busca incessante da sabedoria é a chave que liberta. Os dois lados da vida se fundem quando o elo é o amor.
     “Causos de Umbanda” – A psicologia dos pretos velhos / Vovó Benta (Espírito) – 1ª ed. – Limeira, SP: Editora do Conhecimento, 2006.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Os Discípulos de Jesus


Cafarnaum 
Como nos conta Humberto de Campos, Jesus reuniu os 12 discípulos para que eles fossem os intérpretes de suas ações e de seus ensinos. Todos eram pessoas normais com as dificuldades da vida comum aos seres humanos. Percebe-se pelos relatos que, à medida que eles foram se deixando envolver pelo magnetismo e ensinamentos de Jesus, tiveram que passar pelos desafios de vivenciarem as orientações do Mestre, para depois transmiti-las. A “vaidade”, tão comum nos seres humanos, também foi outro desafio a ser vencido, porque ela instigava no íntimo de cada um: a ilusão de destaque, de superioridade, o pensamento de um ser maior que outro, em relação ao conhecimento da Boa Nova ensinada por Jesus. A compreensão inicial de alguns discípulos sobre o “Reino de Deus na Terra”, também não tinha tanta profundidade, porque eles acreditavam que Jesus se referia a construção de um reino material.
     Jesus, com a compreensão das limitações humanas, delegou a missão da difusão da Boa Nova aos discípulos escolhidos; e graças a eles, a mensagem se expandiu pelo mundo todo trazendo uma mudança necessária ao processo evolutivo de todos nós. Sem ela, o mundo estaria pior do que é hoje.
     Aquele que entra em contato com a Boa Nova e se encanta em estudá-la não precisa, necessariamente, se auto intitular como um novo discípulo, achando-se que é um missionário, ou  uma pessoa importante; e,  que devido ao estudo profundo das Escrituras, consideradas sagradas, deixa-se iludir  achando-se superior as outras pessoas. A melhor forma de ser um verdadeiro discípulo de Jesus é compreender a sua mensagem, principalmente com as revelações atuais, que trazem um aprofundamento de entendimento maior, e vivenciá-la no dia a dia. Vivenciar os conselhos de Jesus não é esperar por aplausos, tantos dos companheiros encarnados como dos seres desencarnados, isto é, esperar ser reconhecido como um ser espiritualizado e superior. Ao Contrário, a vivência deve trazer uma satisfação e alegria íntima que faça sentir-se mais próximo a Deus. À Ele, o Criador de tudo, é que devemos buscar estar em sintonia diária.
     O desejo de Jesus é a construção do Reino de Deus em nossos corações , portanto, vamos descobrir a alegria desta união com Deus, porque, a Luz triunfará sobre todas as sombras.
V. Lau 


Mateus 10
   
  – (1) Chamou os doze discípulos e deu-lhes autoridade de expulsar os espíritos impuros e de curar toda sorte de males e enfermidades.
Missão dos Doze
     (2) Estes são os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, também chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão;  (3) Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, o filho de Alfeu, e Tadeu; (4) Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, aquele que o entregou. (5) Jesus enviou esses Doze com estas recomendações:
     “Não tomeis o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. (6) Dirigi-vos, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel. (7) Dirigindo-vos a eles, proclamai que o Reino dos Céus está próximo. (8) Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça dai. (9) Não leveis ouro, nem prata, nem cobre nos vossos cintos, (10) nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado, pois o operário é digno do seu sustento.
     (11) Quando entrardes numa cidade ou num povoado, procurai saber de alguém que seja digno e permanecei ali até vos retirardes do lugar. (12) Ao entrardes na casa, saudai-a. (13) E se for digna, desça a vossa paz sobre ela. Se não for digna, volte a vós a vossa paz. (14) Mas se alguém não vos recebe e não dá ouvidos às vossas palavras, saí daquela casa ou daquela cidade e sacudi o pó de vossos pés. (15) Em verdade vos digo: no Dia do Julgamento haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade. (16) Eis que vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sede prudente como as serpentes e sem malícia como as pombas.

Os missionários serão perseguidos – (17) Guardai-vos dos homens: eles vos entregarão aos sinédrios e vos flagelarão em suas sinagogas. (18) E, por causa de mim, sereis conduzidos à presença de governantes e de reis, para dar testemunho perante eles e perante as nações. (19) Quando vos entregarem, não fiqueis preocupados em saber como ou que haveis de falar. Naquele momento vos será indicado o que deveis falar, (20) porque não sereis vós que falareis, mas o Espírito de vosso Pai é que falará em vós.
     (21) O irmão entregará o irmão à morte e o pai entregará o filho. Os filhos se levantarão contra os pais e os farão morrer. (22) E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo.
     (23) Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. E se vos perseguirem nesta, tornai a fugir para terceira. Em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel até que venha o Filho do Homem.
     (24) O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. (25) Basta que o discípulo se torne como o mestre e o servo como o seu senhor. Se chamarem Beelzebu ao chefe da casa, que não dirão de seus familiares!

      Falar abertamente e sem medo – (26) Não tenhais medo deles, portanto. Pois nada há de encoberto que não venha a ser descoberto, nem de oculto que não venha a ser revelado. (27) O que vos digo às escuras, dizei-o à luz do dia: o que vos é dito aos ouvidos, proclamai-o sobre os telhados.
     (28) Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode destruir a alma e o corpo na geena. (29) Não se vendem dois pardais por um asse? E, no entanto, nenhum deles cai em terra sem  o consentimento do voos Pai! (30) Quanto a vós, até mesmo os vossos cabelos forma todos contados. (31) Não tenhais medo, pois valeis mais do que muitos pardais.
      (32) Todo aquele, portanto, que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante de meu Pai que está nos céus. (33) Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também o renegarei diante de meu Pai que está nos céus.

      Jesus, causa de divisões – Não penseis que vim trazer paz à terra. Não vim trazer paz, mas espada. Com efeito, vim contrapor o homem ao seu pai, a filha à sua mãe e a nora à sua sogra.
     (36) Em suma: os inimigos do homem serão seus próprios familiares.

      Renunciar a si mesmo para seguir a Jesus – (37) Aquele que ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim. (38) Aquele que não toma sua cruz e não me segue não é digno de mim. (39) Aquele que acha a sua vida, a perderá, mas  quem perde sua vida por causa de mim, a achará.

     Conclusão do discurso apostólico – (40) Quem vos recebe, a mim me recebe e quem me rece, recebe o que me enviou.
     (41) Quem recebe um profeta na qualidade de profeta, receberá recompensa de profeta. E quem recebe um justo na qualidade de justo, receberá recompensa de justo.
     (42) E quem der, nem que seja um copo d´agua fria a um destes pequeninos, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que não perderá sua recompensa.”
BÍBLIA DE JERUSALÉM – Nova edição, revista e ampliada. Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. PAULUS – 2002 -  São Paulo.
Pedro Leopoldo (MG), 9 de novembro de 1940.

Espírito Humberto de Campos

Fonte: PANORAMIO - Casa de Pedro - Cafarnaum
     
     Frequentemente, era nas proximidades de Cafarnaum que o Mestre reunia a grande comunidade dos seus seguidores. Numerosas pessoas o aguardavam ao longo do caminho, ansiosas por lhe ouvirem a palavra instrutiva. Não tardou, porém, que Ele compusesse o seu reduzido colégio de discípulos.
  Depois de uma das suas pregações do novo Reino, chamou os doze companheiros que, desde então, seriam os intérpretes de suas ações e de seus ensinos. Eram eles os homens mais humildes e simples do lago de Genesaré.
     Pedro, André e Filipe eram filhos de Betsaida, de onde vinham igualmente Tiago e João, descendentes de Zebedeu. Levi, Tadeu e Tiago, filhos de Alfeu e sua esposa Cleofas, parenta de Maria, eram nazarenos e amavam a Jesus desde a infância, sendo muitas vezes chamados “os irmãos do Senhor”, à vista de suas profundas afinidades afetivas. Tomé descendia de um antigo pescador de Dalmanuta, e Bartolomeu nascera de uma família laboriosa de Caná da Galileia. Simão, mais tarde denominado “o Zelote”, deixara a sua terra de Canaã para dedicar-se à pescaria, e somente um deles, Judas, destoava um pouco desse concerto, pois nascera em Iscariotes e se consagrara ao pequeno comércio em Cafarnaum, no qual vendia peixes e quinquilharias.
     O reduzido grupo de companheiros do Messias experimentou, a principio, certas dificuldades para harmonizar-se. Pequeninas contendas geravam a separatividade entre eles. De vez em quando, o Mestre os surpreendia em discussões inúteis sobre qual deles seria o maior no Reino de Deus; de outras vezes, desejavam saber qual, dentre todos, revelava sabedoria maior, no campo do Evangelho.
     Levi, continuava nos seus trabalhos da coletoria local, enquanto Judas prosseguia nos seus pequenos negócios, embora se reunissem diariamente aos demais companheiros. Os dez outros viviam quase que constantemente com Jesus, junto às águas transparentes do Tiberíades, como se participassem de uma festa incessante de luz.
     Iniciando-se, entretanto, o período de trabalhos ativos pela difusão da nova doutrina, o Mestre reuniu os doze em casa de Simão Pedro e lhes ministrou as primeiras instruções referentes ao grande apostolado.

     De conformidade com a narrativa de Mateus, as recomendações iniciais do Messias aclaravam as normas de ação que os discípulos deviam seguir para as realizações que lhes competiam concretizar.
     - Amados – entrou Jesus a dizer-lhes, com mansidão extrema -, não tomareis o caminho largo por onde anda toda gente, levada pelos interesses fáceis e inferiores; buscareis a estrada escabrosa e estreita dos sacrifícios pelo bem de todos. Também não penetrareis nos centros de discussões estéreis, à moda dos samaritanos, nos das contendas que nada aproveitam às edificações do verdadeiro Reino nos corações com sincero esforço.
     Ide antes em busca das ovelhas perdidas da casa de nosso Pai que se encontram em aflição e voluntariamente desterradas de seu divino amor. Reuni convosco todos os que se encontram de coração angustiado e dizei-lhes, de minha parte, que é chegado o Reino de Deus.
     Trabalhai em curar os enfermos, limpar os leprosos, ressuscitar os que estão mortos nas sombras do crime ou das desilusões ingratas do mundo, esclarecei todos os Espíritos que se encontram em trevas, dando de graça o que de graça vos é concedido.
     Não exibais ouro ou prata em vossas vestimentas, porque o Reino do céu reserva os mais belos tesouros para os simples.
     Não ajunteis o supérfluo em alforjes, túnicas ou alpergatas para o caminho, porque digno é o operário do seu sustento.
     Em qualquer cidade ou aldeia onde entrardes, buscai saber quem deseje aí os bens do Céu, com sinceridade e devotamento a Deus, e reparti as bênçãos do Evangelho com os que sejam dignos, até que vos retireis.
     Quando penetrardes nalguma casa, saudai-a com amor.
     Se essa casa merecer as bênçãos de vossa dedicação, desça sobre ela a vossa paz; se, porém, não for digna, torne essa mesma paz aos vossos corações.
     Se ninguém vos receber, nem desejar ouvir as vossas instruções, retirai-vos sacudindo o pó de vossos pés, isto é, sem conservar-des nenhum rancor e sem vos contaminardes da alheia iniquidade.
     Em verdade vos digo que dia virá em que menos rigor haverá para os grandes pecadores, do que para quantos procuram a Deus os Lábios da falsa crença, sem a sinceridade do coração.
     É por essa razão que vos envio como ovelhas ao antro dos lobos, recomendando-vos a simplicidade das pombas e a prudência das serpentes.
     Acautelai-vos, pois, dos homens, nossos irmãos, porque sereis entregues aos seus tribunais e sereis açoitados nos seus templos suntuosos, no qual está exilada a ideia de Deus.
     Sereis conduzidos, como réus, à presença de governadores e reis, de tiranos e descrentes, a fim de testemunhardes a minha causa.
     No entanto, nos dias dolorosos da humilhação, não vos dê cuidado como haveis de falar, porque minha palavra estará convosco e sereis inspirados quanto ao que houverdes de dizer.
     Porque não somos nós que falamos; o Espírito amoroso de nosso Pai é que fala  em todos nós.
     Nesses dias de sombra, em que se lutará no mundo por meu nome, o irmão entregará à morte o próprio irmão, o pai os filhos, espalhando-se nos caminhos o rastro sinistro dos lobos da iniquidade.
     Os que me seguirem serão desprezados e odiados por minha causa, mas aquele que perseverar, até o fim, será salvo.
     Quando, pois, fordes perseguidos numa cidade, transportai-vos para outra, porque em verdade vos afirmo que jamais estareis nos caminhos humanos sem que vos acompanhe o meu pensamento.
     Se tendes de sofrer, considerai que também eu vim à Terra para dar o testemunho, e não é o discípulo mais do que o mestre, nem o servo mais que o seu senhor.
     Se o adversário da luz vai reunir contra mim as tentações e as zombarias, o ridículo e a crueldade, que não fará aos meus discípulos?
     Todavia, sabeis que acima de tudo está o nosso Pai e que, portanto, é preciso não temer, pois um dia, toda a Verdade será revelada e todo o bem triunfará.
     O que vos ensino em particular, difundi-o publicamente; porque o que agora escutais aos ouvidos será o objeto de vossas pregações de cima dos telhados.
     Trabalhai pelo Reino de Deus e não temais os que matam o corpo, mas não podem aniquilar a alma; temei antes os sentimentos malignos que mergulham o corpo e a alma no inferno da consciência.
     Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? Entretanto, nenhum deles cai dos seus ninhos sem a vontade do nosso Pai. Até mesmo os cabelos de nossas cabeças estão contados.
     Não temais, pois, porque um homem vale mais que muitos passarinhos.
     Empregai-vos no amor do Evangelho e qualquer de vós que me confessar, diante dos homens, eu o confessarei igualmente diante de meu Pai que está nos céus.

      As recomendações de Jesus foram ouvidas ainda por algum tempo e, terminada a sua alocução, no semblante de todos perpassava a nota íntima da alegria e da esperança. Os apóstolos criam contemplar o glorioso porvir do Evangelho do Reino e estremeciam do júbilo de seus corações.
     Foi quando Judas Iscariotes, como que despertando, antes de todos os companheiros, daquelas profundas emoções de encantamento, se adiantou para o Messias, declarando em termos respeitosos e resolutos:
     - Senhor, os vossos planos são justos e preciosos; entretanto, é razoável considerarmos que nada poderemos edificar sem a contribuição de algum dinheiro.
     Jesus contemplou-o serenamente e redarguiu:
     - Será que Deus precisou das riquezas precárias para construir as belezas do mundo? Em mãos que saibam dominá-lo, o dinheiro é um instrumento útil, mas nunca será tudo, porque, acima dos tesouros perecíveis, está o amor com os seus infinitos recursos.
     Em meio da surpresa geral, Jesus, depois de uma pausa, continuou:
     - No entanto, Judas, embora eu não tenha qualquer moeda do mundo, não posso desprezar o primeiro alvitre dos que contribuirão comigo para a edificação do Reino de meu Pai no espírito das criaturas. Põe em prática a tua lembrança, mas tem cuidado com a tentação das posses materiais. Organiza a tua bolsa de cooperação e guarda-a contigo; nunca, porém, procures o que ultrapasse o necessário.
     Ali mesmo, pretextando a necessidade de incentivar os movimentos iniciais da grande causa, o filho de Iscariotes fez a primeira coleta entre os discípulos. Todas as possibilidades eram mínimas, mas alguns pobres denários foram recolhidos com interesse. O Mestre observava a execução daquela primeira providência, com um sorriso cheio de apreensões, enquanto Judas guardava cuidadosamente o fruto modesto de sua lembrança material. Em seguida, apresentando a Jesus a bolsa minúscula, que se perdia nas dobras de sua túnica, exclamou, satisfeito:
     - Senhor, a bolsa é pequenina, mas constitui o primeiro passo para que se possa realizar alguma coisa...
     - Sim, Judas, a bolsa é pequenina; contudo, permita Deus que nunca sucumbas ao seu peso!

“Boa Nova” – pelo Espírito de Humberto de Campos – psicografado por Francisco Cândido Xavier. 36ª ed. Brasília: FEB, 2013.

    
Paramirim (BA), agosto de 2012.
     (...) Eram quase todos analfabetos, com exceção de Mateus, de Judas, de Tiago, e de Pedro e João, que adquiririam o conhecimento das letras mais tarde, deixando a grandeza de sua epístola e as narrações evangélicas assim como o Apocalipse...
     Judas, o mais letrado e hábil em administração, que foi encarregado de guardar as pequenas reservas monetárias do grupo, era dedicado e fiel enquanto se deslumbrava ante as promessas do Senhor, até quando começou a atormentar-se ao constatar que o Seu Reino era outro, muito diferente daquele que excogitava e tinha ânsias por fruir.
     Insinuando-se-lhe a dúvida, o ressentimento encontrou guarida nos seus sentimentos, e ele tornou-se vítima infeliz de si mesmo, quando se permitiu perder na ambição acalentada.
     O grupo humilde tinha tudo para fracassar, menos o Mestre que o guiava, que lhe trabalhava as anfractuosidades íntimas, que lhe construía a nova personalidade, modelando a pedra bruta representativa da ignorância atual, para arrancar o que se encontrava oculto, a essência sublime da vida...(...)
       (...) Tiago, mais versado nas escrituras, fiel aos textos de Moisés, tampouco  se preocupara antes com a vida além do corpo, sabendo somente que após a morte os bons seriam recompensados, enquanto os maus seriam punidos, o que lhe bastava ao entendimento.
      A visão nova em torno da espiritualidade surpreendia-o, sem que pudesse entender exatamente como seriam essas recompensas propiciadas pelo Pai misericordioso. (...)
      (...) As horas que transcorriam ainda não haviam alcançado elevado índice de calor, quando Bartolomeu (seu nome se origina de Bar Talmay, em aramaico, filho de Talmay), igualmente galileu de Nazaré, convidado para o ministério, discreto e afável, acercou-se do Mestre que parecia meditar sentado em uma pedra sob a copa de velho arvoredo contemplando o mar.
     Ele vivia quase no anonimato, e é possível que seja o mesmo Natanael a que se referem as Escrituras... (...)
     (...) Bartolomeu, conforme o Mestre previra, uniu-se a Felipe e saiu a pregar pela Ásia Menor, especialmente na Índia e na Armênia, enfrentado a brutalidade dos seus habitantes primitivos, adoradores de animais, especialmente de serpentes, em cujo culto eram realizados holocaustos e feitas doações expressivas, e, tomados pelo Espírito do Senhor, realizaram momentosas curas que fascinaram os seus beneficiários e suas testemunhas.
     Separaram-se por algum tempo e voltaram a pregar juntos, acompanhados de Marianna, irmã de Felipe, consagrando-se como verdadeiros apóstolos de Jesus.
     Graças a eles a mensagem espalhou-se por diversas regiões, especialmente na Índia, havendo Bartolomeu traduzido o Evangelho de Mateus ao idioma local e conseguido feitos inimagináveis.
     No ano 90 d.C.. em razão dos feitos extraordinários foi crucificado com Felipe, sobrevivendo à perseguição inclemente, vindo, mais tarde, a ser novamente crucificado, em Albanópolis, e porque demorasse a morrer, foi esfolado vivo e depois escalpelado, dando a mais extraordinária demonstração de fé e coragem, porque pregando sempre a Doutrina do Amor e do Perdão.
     Depois do Suplício a que foi submetido, seus discípulos devotados, aqueles que receberam as bênçãos da sua misericórdia e do seu amor, sepultaram o seu cadáver em Albano, na Armênia Maior, posteriormente transferido para Roma.
     Todo aquele que se dedica a Jesus não pode deixar de experimentar a ardência  da batalha do amor contra o ódio, e do Bem contra o Mal.
     Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João, era modesto e dedicado discípulo de Jesus.
     Mais velho do que seu irmão, embora ainda jovem, acompanhava a sinfonia apresentada pelo Maestro Divino com inusitada alegria, que nunca encontrara no labor com o seu pai e os amigos nas atividades pesqueiras.
     Jesus era especial, e a Sua palavra, sempre revestida de musicalidade, penetrava-o como se fora um punhal de luz que o clareava interiormente.
     Aprendera a viver naquela região, adotara os seus costumes e contentava-se com os resultados da pesca, mesmo nos dias mais difíceis, quando a renda era mínima.
    Não possuía outras ambições, pois que os seus pais atentos sempre supriam as suas e as necessidades da família.
     Mas desde o momento em que foi convocado para a construção do Reino de Deus, passou a viver dias de encantamento e de felicidade.
     De alguma forma era inquieto, extrovertido, antes de conhecer o Mestre, que diante da sua movimentação o chamara, como ao seu irmão, de Boanerges (filhos do trovão), aprendendo a tornar-se controlado e dócil.
     Passou à posterioridade também com a alcunha de Maior, para distingui-lo do outro Tiago, o filho de Alfeu. (...)
     (...) Ele foi escolhido para participar do augusto banquete da transfiguração no monte Tabor, ao lado de Pedro e do seu jovem irmão, ficando embevecido por muito tempo, quando O vira em todo o Seu esplendor, dialogando com Moisés e Elias, que se Lhe submetiam.(...)
     (...) Com João confabulava em torno do porvir, do período que se acercava, e quando percebia que não estava tão próximo, recorria-lhe à jovialidade e à sabedoria para discutir como proceder até o instante da ação. É claro que pensava ser o Reino por Ele anunciado, o que tornaria Israel o país mais ambicionado do mundo, possuidor de todos os poderes, livre, enfim, da submissão a Roma.(...)
     (...) Após a descida das línguas de fogo, no memorável Pentecostes, foi dominado totalmente pelo psiquismo do Senhor e saiu a pregar, a divulgar a Boa Nova de alegria, chegando a viajar para levar a mensagem às distantes terras espanholas.
     Mas retornou e desafiou o contexto com o seu verbo inflamado de júbilo, provocando a ira de Herodes Agripa I, neto de Herodes, O Grande, no ano 44 d.C., que o mandou decapitar para servir de exemplo aos demais... (...)
  
     (...) Quando ele recebeu o chamado daquele Estranho, era jovem, e todas as fibras do corpo e da alma vibraram de especial emoção.
     Chamava-se Judas que, em hebraico, significa agradecimento, ish Kerioth, também significando homem de Kerioth, cidadezinha ao sul de Judá, e naquela ocasião era um idealista, um sonhador.
     Possuidor de lúcida inteligência, foi recebido pelo grupo de pescadores e pessoas simples com carinho e júbilo, tendo sido destacado para ser responsável pela guarda dos seus escassos recursos monetários, seus reduzidos haveres...
     Ficou entusiasmado com o chamado, e fascinado com Aquele que o havia destacado com o convite.
     Quem convivesse com Jesus não tinha alternativa: amava-O para sempre, ou detestava-O, nunca ficando indiferente.
     Ele deixou-se abrasar pelo Seu verbo altissonante e doce ao mesmo tempo. A Sua mensagem repassada de ternura era um refrigério para a ardência do seu temperamento inquieto e para as suas ambições, pois que anelava por conquistar o mundo, pelo poder, pelo destaque social...
     Pertencer a um reino especial era tudo quanto desejava então, tornando-se importante, merecendo e conseguindo homenagens e honrarias como via acontecer com outros, que considerava mérito para outro. (...)
     (...) Amava Jesus, sim, a seu modo, mas nem sempre O compreendia. Os Seus silêncios eram perturbadores e a Sua indiferença pelos bens materiais, quase os desprezando, era difícil de entender-se... (...)
   (...) Quando constatou, porém, que o Mestre não iria oferecer a Israel a governança do mundo, esmagando o Império Romano, decepcionou-se, e pensou que poderia precipitar os acontecimentos.
     - Quem sabe? – pensara – numa circunstância grave Ele não se debelaria, apelando para os Seus simpatizantes, que aguardavam somente a Sua voz de comando?
     Ledo equívoco, infeliz conclusão, pois que o Reino dEle não era deste mundo, e ele se enganou terrivelmente, perdendo a oportunidade, aniquilando-se...
     Judas amava Jesus, porém se interessava mais pelos próprios projetos e não pela promessa de amor incondicional e da imortalidade...
     Infeliz, atirou-se no abismo da perdição mediante a loucura do autocídio, esquecido do Amor não amado que, apesar de tudo, não o olvidou, indo resgatá-lo nas regiões inferiores de sofrimentos inenarráveis, antes de ressurgir na madrugada do terceiro dia, após a sua crucificação e morte. Isto porque o amor não tem limites...
     Através de reencarnações pungentes, dolorosas, o homen de Kerioth resgatou o delito tremendo, e retornou ao colégio galileu, ele que era o mais inteligente, o único judeu, após sofrer o martírio como Joana d´Arc.


      (...) Felipe, um dos seus primeiros discípulos, impregnado pela presença do Mestre a quem muito amava, deixou-se influenciar pelas vozes dos céus, e saiu a divulgar a esperança e a alegria de viver, o amor e o perdão.
     Ele vivia enriquecido desses valores que o sustentaram desde o momento em que o Mestre ascendera ao Infinito.
     Em contrapartida, onde quer que fosse, defrontava a mão férrea do Império Romano, afligindo todos aqueles que ambicionavam a felicidade fora dos padrões hediondos do crime e do ódio.
     A sua palavra canora sensibilizava, ainda mais porque ele fora testemunha de Jesus, com quem convivera em estreita comunhão de ternura.
     Obrigado a sair de cada cidade onde se apresentava na condição de embaixador do Rei especial, deteve-se em Hierápolis, na Frígia, onde o seu verbo sedutor iluminou vidas incontáveis, arrancando-as da densa escuridão.
      Os Frígios podiam ser considerados bárbaros no conceito romano, mas eram pessoas sofridas e sedentas de paz.
      A palavra ardente, porque era portadora da Verdade, incomodava os pigmeus governamentais que passaram a considera-lo como sendo um criminoso comum e audacioso, que desacatava as autoridades.
     Aprisionado, após julgamento absurdo, conforme acontecera com Jesus, foi condenado à morte na cruz, de acordo com a justiça aplicada àqueles que infringiam as leis.

Vivendo com Jesus – pelo Espírito Amélia Rodrigues – psicografado por Divaldo Pereira Franco. Salvador: 2ª ed. LEAL, 2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

JESUS NA SAMARIA

Ilustração : Internet Jesus e a samaritana
    Allan Kardec, no "Evangelho Segundo o Espiritismo"  descreve sobre os Samaritanos na época de Jesus.
"Samaritanos – Após o cisma das dez tribos, Samaria tornou-se a capital do reino dissidente de Israel. Destruída e reconstruída várias vezes, ela foi, sob o domínio romano, a sede administrativa da Samaria, uma das quatro divisões da palestina. Herodes, chamado o Grande, a embelezou com suntuosos monumentos e, para lisonjear Augusto, deu-lhe o nome de Augusta, em grego Sebaste.
      Os samaritanos estiveram quase sempre em guerra com os reis de Judá. Aversão profunda, datando da época da separação, perpetuou-se entre os dois povos que evitaram todas as relações recíprocas. Os samaritanos, para tornarem mais profunda a cisão e não terem de vir a Jerusalém pela celebração das festas religiosas, construíram para si um templo particular e adotaram algumas reformas. Somente admitiam o Pentateuco, que continha a lei de Moisés, e rejeitavam todos os outros livros, que a esse foram depois anexados. Seus livros sagrados eram escritos em caracteres hebraicos da mais alta antiguidade. Aos olhos dos judeus ortodoxos, eles eram heréticos e, portanto, desprezados, anatematizados e perseguidos. O antagonismo das duas nações tinha, pois, por único princípio a divergência das opiniões religiosas, embora suas crenças tivessem a mesma origem. Eram os protestantes daquele tempo.
     Ainda hoje se encontram samaritanos em algumas regiões do Mediterrâneo oriental, particularmente em Nablus e em Jaffa. Observam a lei de Moisés com mais rigor que os outros judeus e só se casam entre si."
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec- E-book - Amazon 



Fonte: Canal Mórmon

 Nesse episódio podemos observar a sensibilidade de Jesus em acessar os registros no plano mental do corpo espiritual da samaritana, onde narrou fatos íntimos da vida dela.
   Ela tinha boa vontade, mas devido a viver no meio de  divergências religiosas não sabia qual a melhor forma de  adorar a Deus.
  Jesus, aproveitando-se do momento em que lhe pediu água  oferece-lhe a água viva da vida, que vinha direto do amor infinito de Deus; e ensinou que o verdadeiro culto a Deus é a íntima comunhão entre o homem e o seu Criador.
   Devido ao grande amor e magnetismo de Jesus ela o compreendeu; mas, apesar de Jesus levar a mensagem a outros samaritanos, muitos desses, não o compreendeu.
V. Lau

Atualizado em: Natal (RN) 02/04/2016
João 4
Jesus entre os Samaritanos
1 Quando Jesus soube que os fariseus tinham ouvido dizer que ele fazia mais discípulos e batizava mais que João –(2) ainda que, de fato, Jesus mesmo não batizava, mas os seus discípulos – (3) deixou a Judeia e retornou à Galiléia. (4) Era preciso passar pela Samaria.
(5) Chegou , então, a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, perto da região que Jacó havia dado a seu filho José. (6) Alí se achava a fonte de Jacó. Fatigado da caminhada, Jesus sentou-se junto à fonte. Era por volta da hora sexta.
     (7) Uma mulher da Samaria chegou para tirar água, Jesus lhe disse: “Dá-me de beber!” (8) Seus discípulos haviam ido à cidade comprar alimento. (9) Diz-lhe, então, a samaritana: “Como, sendo judeu, tu me pedes de beber, a mim que sou samaritana?” (Os judeus, com efeito, não se dão com os samaritanos.) (10) Jesus lhe respondeu:
“Se conhecesses o dom de Deus e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu é que lhe pedirias e ele te daria água viva!”
(11) Ela lhe disse: “Senhor, nem sequer tens vasilha e o poço é profundo; de onde, pois, tiras essa água viva? (12) És porventura maior que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do  qual ele mesmo bebeu, assim como seus filhos e seus animais?” (13) Jesus lhe respondeu:
“Aquele que bebe desta água terá sede novamente;
(14) mas quem beber da água que lhe darei, nunca mais terá sede.
Pois a água que eu lhe der tornar-se-á nele fonte de água Jorrando para a vida eterna”.
(15) Disse-lhe a mulher: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem tenha de vir mais aqui para tirá-la!” (16) Jesus disse: “Vai, chama teu marido e volta aqui”. (17) A mulher lhe respondeu: “Não tenho marido”. Jesus lhe disse: “Falaste bem: ‘não tenho marido’, (18) pois tiveste cinco maridos e o que agora tens não é teu marido; nisso falaste a verdade”.  (19) Disse-lhe a mulher: “Senhor, vejo que és profeta... (20) Nossos pais adoraram nesta montanha, mas vós dizeis: é em Jerusalém que está o lugar onde é preciso adorar”. (21) Jesus lhe disse:
Acredita-me, mulher, vem a hora em que nem nesta montanha nem em Jerusalém adorareis o Pai.
(22) Vós adorais o que não conheceis; nó adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus.
(23) Mas vem a hora – e é agora – em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade, pois tais são os adoradores que o Pai procura.
(24) Deus é espírito e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”.
(25) A mulher lhe disse: “Sei que vem um Messias (que se chama Cristo). Quando ele vier, nos explicará tudo”. (26) Disse-lhe Jesus: “Sou eu, que falo contigo”.
(27) Naquele instante, chegaram seus discípulos e admiravam-se de que falasse com uma mulher; nenhum deles, porém, lhe perguntou: “Que procuras?” ou: “Que falas com ela?” (28) A mulher, então, deixou seu cântaro e correu à cidade, dizendo a todos: (29) “Vinde ver um homem que me disse tudo o que fiz. Não seria ele o Cristo?” (30) Eles saíram da cidade e foram ao seu encontro.
(31) Enquanto isso, os discípulos rogavam-lhe: “Rabi, come!” (32) Ele, porém, lhes disse: “Tenho para comer um alimento que não conheceis”. (33) Os discípulos se perguntavam uns aos outros: “Por acaso alguém lhe teria trazido algo para comer?” (34) Jesus lhes disse: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar a sua obra.
(35) Não dizeis vós: ‘Ainda quatro meses e chegará a colheita’? Pois bem, eu vos digo: Erguei vossos olhos e vede os campos: estão brancos para a colheita. Já o ceifeiro recebe seu salário e recolhe fruto para a vida eterna, para que o semeador se alegre juntamente com o ceifeiro.
(37) Aqui, pois, se verifica o provérbio: ‘Um é o que semeia, outro o que ceifa’. (38) Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhastes; outros trabalharam e vós entrastes no trabalho deles”.
(39) Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, por causa da palavra da mulher que dava testemunho: “Ele me disse tudo o que fiz!” (40) Por isso, os samaritanos vieram até ele, pedindo-lhe que permanecesse com eles. E ele ficou ali dois dias. (41) Bem mais numerosos foram os que creram por causa da palavra dele; (42) e diziam à mulher: “Já não é por causa de teus dizeres que cremos. Nós próprios o ouvimos, e sabemos que esse é verdadeiramente o salvador do mundo”.
BÍBLIA DE JERUSALÉM – Nova edição, revista e ampliada. Tradução do texto em língua portuguesa diretamente dos originais. PAULUS – 2002 -  São Paulo.

Pedro Leopoldo (MG), 9 de novembro de 1940.

Espírito Humberto de Campos

     Descendo Jesus, de Jerusalém para Cafarnaum, seguido de alguns dos discípulos, nas suas habituais jornadas a pé, alcançou a Samaria, quando o crepúsculo já se fazia mais sombrio.
     Filipe, André e Tiago, estando com muita fome, deixaram o Mestre a repousar junto de uma pequena herdade e demandaram o lugarejo mais próximo, em busca de alimentos.
     O Messias, olhando em torno de si, reconheceu que se encontrava ao lado da fonte de Jacó. Envolvida nos revérberos do sol que ia ceder lugar às sombras da noite que se aproximavam, uma mulher acercou-se do antigo poço e observou que o Mestre lhe ia ao encontro, com a bela e costumeira placidez do seu semblante, e lhe pedia de beber.
     - Como, sendo tu judeu, me pedes um favor a mim, que sou samaritana? – interrogou surpreendida.
      Jesus descansou na interlocutora o olhar tranquilo e redarguiu: - Os judeus e samaritanos terão, porventura, necessidades diversas entre si? Bem se vê que não conheces os dons de Deus, porquanto, se houvesses guardado os mandamentos divinos compreenderias que te posso dar da água viva.
     - Que vem a ser essa água viva? – inquiriu a samaritana impressionada. – Onde a tens, se a água aqui existente é apenas a deste poço?! Acaso serias maior do que o nosso pai Jacó que no-lo deu desde o princípio?
     - Mulher, a água viva é aquela que sacia toda sede; vem do amor infinito de Deus e santifica as criaturas.
     E, envolvendo a samaritana no doce magnetismo de seu olhar, continuou:
     - Este poço de Jacó secará um dia. No leito de terra, onde agora repousam suas águas claras, a serpente poderá fazer seu ninho. Não sentes a verdade de minhas afirmativas, ante a tua sede de todos os dias? Não obstante levares cheio o cântaro, voltarás logo mais ao poço, com uma nova sede. Entretanto, os que beberem da água viva estarão eternamente saciados. Para esses não mais haverá a necessidade material que se renova a cada instante da vida. Perene conforto lhes refrescará os corações, pelos caminhos mais acidentados, sob o sol ardente dos desertos do mundo!...
     A mulher escutava, presa de funda impressão, aquelas palavras que lhe chegavam ao santuário do espírito, com a solenidade de uma nova revelação.
     - Senhor, dá-me dessa água! – exclamou interessada.
     - Mas ouve! – disse-lhes Jesus. E o Mestre passou a esclarecê-la sobre fatos e circunstâncias íntimas de sua vida particular, explicando-lhe o que se fazia necessário para que a sagrada emoção do amor divino lhe iluminasse a alma, afastando-a de todas as necessidades penosas da existência material.
     Observando que não havia segredos para Jesus, a samaritana chorou e respondeu:
     - Senhor, agora vejo que és de fato um profeta de Deus. Meu espírito está cheio de boa vontade e, desde muito, penso na melhor maneira de purificar minha vida e santificar os meus atos. Entretanto, é tal a confusão que observo em torno de mim, que não sei como adorar a Deus. Os meus familiares e vizinhos afirmam que é indispensável celebrar o culto ao Todo-Poderoso neste monte; os judeus nos combatem e asseveram que nenhuma cerimônia terá valor fora dos muros de Jerusalém. As discórdias nesta região têm chegado ao cúmulo. Ainda há pouco tempo, um judeu feriu um dos nossos, por causa das suas opiniões acerca da comida impura. Já que tenho a felicidade de ouvir as tuas palavras, ensina-me o melhor caminho.
     O mestre observou-a, compadecido, exclamou:
     - Tens razão. As divergências religiosas têm implantado a maior desunião entre os membros da grande família humana. Entretanto, o Pastor vem ao redil para reunir as ovelhas que os lobos dispersaram. Em verdade, afirmo-te que virá um tempo em que não se adorará a Deus nem neste monte, nem no templo suntuoso de Jerusalém, porque o Pai é Espirito e só em espírito deve ser adorado. Por isso, venho abrir o templo dos corações sinceros para que todo culto a Deus se converta em íntima comunhão entre o homem e o seu Criador!
      Suave silencio se fez entre ambos. Enquanto Jesus parecia sondar o invisível com o seu luminoso olhar, a samaritana meditava.

     Daí a alguns instantes, acompanhados de grande número de populares, chegavam os discípulos, admirando-se todos de encontrarem o Messias em conversação íntima com uma mulher. Nenhum deles, todavia, aventurou qualquer observação menos digna ou imprudente. Observando que o Messias se preparava para retirar-se em busca da aldeia mais próxima, a samaritana, eminentemente impressionada com as suas revelações, solicitou a presença de todos os seus familiares e vizinhos, afim de que o conhecessem e lhe ouvissem a palavra.
     Tiago e André haviam trazido pão e algumas frutas e insistiam com Jesus para que se alimentasse. O Mestre, porém, aproveitou o instante para mais uma vez ensinar o caminho do Reino, com as suas palavras amigas, compondo parábolas singelas. Muita gente se aglomerara para ouvi-lo. Eram viajantes que demandavam regiões diferentes, a par de grande grupo de samaritanos de opiniões exaltadas. A enorme assembleia se pôs a caminho, mas o Messias continuou espalhando as suas promessas de esperança e de consolação.
     Nesse ínterim, Filipe consultou os companheiros e, aproximando-se de Jesus, rogou-lhe carinhosamente:
     - Mestre, por favor, aceitai um pouco de pão! É indispensável cuidardes do sustento! Descansai e comei!...
     - Não te preocupes, Filipe – disse o Messias, com reconhecimento -, não tenho fome. Aliás, recebo um alimento que talvez os meus próprios discípulos ainda não puderam conhecer.
     - Qual? – atalhou o apóstolo, com interesse.
     - Antes de tudo, meu alimento é fazer a vontade daquele Pai misericordioso e justo que a este mundo me enviou, a fim de ensinar o seu amor e a sua verdade. Meu sustento é realizar a sua obra.
     - É verdade – observou o discípulo, olhando a multidão que os acompanhava -, vedes melhor os corações e não podemos perder esta oportunidade de divulgação da Boa Nova. Levaremos para Cafarnaum mais este triunfo, porque é incontestável que obtivestes aqui, entre os samaritanos, um dos nossos maiores êxitos!...
     Tiago e André ouviam, silenciosos, o diálogo.
     Às palavras entusiásticas do Apóstolo, o Mestre sorriu e acrescentou:
     - Não é isso propriamente o que me interessa. O êxito mundano pode ser uma ondulação de superfície. O de que necessitamos, em todas as situações, é entender o que o Pai deseja de nós. Como todo o seu anelo é o do bem, eu trabalho, mas sem me prender ao anseio das vitórias imediatas.
     E, dirigindo o olhar para a turba compacta de seus seguidores, exclamou para os companheiros:
     - Acaso poderemos admitir que já somos compreendidos? Calemo-nos por alguns instantes, a fim de ouvirmos a opinião dos que nos seguem os passos.
     Fez-se silêncio entre Ele e os três discípulos, de modo que podiam ouvir distintamente os diálogos travados entre os que os acompanhavam.
     - Acreditas que seja este homem o Cristo prometido? – perguntava um samaritano de boa figura aos seus amigos. – De minha parte, não aceito semelhante impostura. Este Nazareno é um explorador da piedade popular.
     - É certo – concordava o interpelado -, mesmo porque, em sua terra, não chega valer um denário. Pelos próprios parentes é tido como inimigo do trabalho e há quem duvide da sua preguiçosa cabeça.
     - É um louco de boa aparência – dizia uma mulher idosa para a filha - , pelo menos essa é a opinião que já ouvi de habitantes de Cafarnaum; entretanto, cá para mim, acredito seja um grande velhaco. Por que se meteu com pescadores, quando alega ser tão sábio? Por que não se transfere para Jerusalém, ou mesmo para o Tiberíades? Bem sabe a razão disso. Lá encontraria homens cultos que lhe confundiriam a presunção.
     Mais próximo de Jesus, um rapas sentenciava em voz discreta:  - Quando chegamos, foi Ele achado sozinho com uma mulher. Que te parece esta circunstância? – perguntava a um companheiro de caminhada.
     - Certamente desejava salvá-la a seu modo... – replicou com malicioso riso o inquirido.
     Num grupo vizinho, falava-se acaloradamente:
     - Este homem é um espertalhão orgulhoso – dizia, convicto, um velhote -, só faz milagres junto das grandes multidões, para que sintam virtudes sobrenaturais nas suas mágicas.
     - E não tem caridade – acrescentou outro -, pois ainda há pouco tempo, quando o procuraram em Cafarnaum para um sinal do Céu, fugiu para o monte, sob o pretexto de fazer orações.
     A noite começava a cair de todo. No alto já brilhavam as primeiras estrelas. Jesus sentou-se com os discípulos, à margem do caminho, para um momento de repouso.


     André, Tiago e Filipe estavam espantados com o que tinham visto e ouvido. Aparentemente, o Mestre fora aureolado de imenso êxito; entretanto, verificaram a profunda incompreensão do povo. Foi então que Jesus, com a serenidade de todos os instantes, os esclareceu cheio da sua bondade imperturbável:
     - Não vos admireis da lição deste dia. Quando veio, o Batista procurou o deserto, nutrindo-se de mel selvagem. Os homens alegaram que em sua companhia estava o espírito de Satanás. A mim, pelo motivo de participar das alegrias do Evangelho, chamam-me glutão e beberrão. Esta é a imagem do campo onde temos de operar. Por toda parte encontraremos samaritanos discutidores, atentos aos êxitos e referências do mundo. Observai a estrada para não cairdes, porque o discípulo do Evangelho não se pode preocupar senão com a vontade de Deus, com o seu trabalho sob as vistas do Pai e com a aprovação da sua consciência.
“Boa Nova” – pelo Espírito de Humberto de Campos – psicografado por Francisco Cândido Xavier. 36ª ed. Brasília: FEB, 2013.