sábado, 29 de agosto de 2020

O Juízo Geral e o Novo Exílio Planetário - Parte 12

 

Continuando... a reflexão anterior...

 O Retorno do daimon número 2

      No livro: “Os Guardiões”, através da psicografia de Robson Pinheiro, o Espírito Ângelo Inácio descreve como foi o retorno do daimon número 2, o qual tinha sido levado por Miguel para que conhecesse o reino do Cordeiro de Deus e a outra realidade nos domínios do eterno (reflexão anterior parte 7).

 

Manhattan: Wordpress
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 Após algum tempo, o daimon foi trazido de volta à dimensão vibratória sobre a superfície terrena.

     Colocado sobre a cidade de New York, o número 2 ficou observando as construções humanas da cidade. Preso por conflitos internos, ele ficou em reflexão profunda e com uma preocupação em relação ao seu próprio futuro e dos que ele dominava. Ali estava o ser que tinha vivido milhares de vidas em outros mundos e tinha se tornado um genocida, exterminando mundos por onde tinha passado. Além da preocupação quanto ao futuro havia também uma reflexão interna, quando confrontava sua política inumana no reino das sombras e a política do Cordeiro que ele combateu durante a maior parte de sua vida.

    

     Durante milênios esteve preso nas regiões abissais e havia muitos séculos que ele não observava tão de perto a cidade dos homens. Ele contemplava o reino dos homens, reino do qual um dia tinha sido seu.  Também, ele trazia na memória os reflexos das luzes de sua excursão pelos reinos superiores. (O que o daimon viu nessas regiões? O que lhe foi mostrado nessas dimensões superiores?)

     Ali em reflexão, com tantas preocupações, também surgiu um medo profundo. Era o de perder a conexão com seus outros irmãos dominadores e o medo de esquecer para sempre quem ele era, a sua origem espiritual e seus planos de domínio. Jamais, em hipótese alguma, queria reencarnar para evitar o esquecimento de suas próprias memorias. Precisava ficar o máximo de tempo possível naquele corpo de natureza bizarra e inumano.

 De volta ao abismo

Triângulo das Bermudas
      Enquanto o daimon número 2 estava mergulhado em suas preocupações, observando a cidade, de repente, causando uma ruptura etérica que separa a dimensão espiritual do mundo astral inferior, surgiu três seres de alta estirpe espiritual. Dentre eles, brilhando como um raio, e cujas radiações magnéticas ao seu redor formava uma espécie de asas, estava o guerreiro a serviço de Miguel, o chefe dos guardiões Jamar.

     Após reduzir suas vibrações e iniciar o diálogo com o ser rebelde, o guardião Jamar informou:

      (...) – Isso mesmo, rei caído da antiga Atlântida, deus da Suméria que caiu de seu altar. Estou aqui com meus amigos para levá-lo, agora, ao seu mundo, onde Miguel, a quem conhece muito bem, o aguarda para ser conduzido à presença dos seus antigos comparsas. Vim acompanhado dos emissários da soberana justiça, e já conhece nossa força moral o bastante para não oferecer resistência. Aqui, entre os homens, não é mais seu lugar.

      - Então por que a tal soberana justiça me trouxe até este monumento erguido pelos filhos de Eva?

      - Para que veja uma vez mais, e talvez pela última vez, o reino dos homens, antes que seja deportado de vez para o mundo onde será sua pátria nos milênios futuros. (...)

      Ângelo Inácio descreve que: o daimon abatido moralmente, diante daquela realidade, a dor no seu peito pareceu aumentar ainda mais. Veio-lhe à memória a força dos crimes, dos extermínios em massa e todas as atrocidades cometidas por ele e seus parceiros no palco do mundo. Ele entrou numa espécie de depressão ou remorso.

     Ainda, o maioral número 2 propôs compartilhar para o trabalho dos guardiões todo o conhecimento que ele trazia arquivado em sua memória espiritual, desde os tempos que foi exilado para a Terra. Mas o guardião Jamar informou-lhe que não tinha autoridade para decidir sobre aquela aliança que o daimon propunha. Ele o conduziria até a presença de Miguel que decidiria o que fazer com ele.

     Jamar elevou-se no ar com os outros guardiões e com suas irradiações magnéticas atraiu o daimon para o interior de um veículo estruturado em matéria quintessenciada. Depois de algumas manobras, o veículo mergulhou nas profundezas do abismo. (que fica no Triângulo das Bermudas)

     Miguel, de outra dimensão, acompanhava todo aquele evento e o diálogo de seus representantes com a entidade. Enquanto a nave descia às dimensões das profundezas do abismo, o príncipe dos exércitos celestes, em reconhecimento ao trabalho de seus emissários, e de ver a fidelidade deles ao trabalho em prol à humanidade, ofereceu a oportunidade ao guardião Jamar  de trabalhar ligado ao governo oculto do planeta, ao lado do guardião Anton, para que ele auxiliasse nos momentos de transição e transmigração dos espíritos para outros orbes. O guardião Watab, devido a fidelidade aos princípios do reino de Cristo, foi promovido a assumir à liderança dos guardiões da noite, no lugar de Jamar.

     Em seguida, sob o influxo do pensamento de Miguel, o dragão número 2 foi desmaterializado do ambiente onde se encontrava e foi rematerializado junto aos seus comparsas, a fim de enfrentar a triste realidade de ver seu reino dividido. (O que o número 2 faria com a experiência que guardava de ter vislumbrado outras realidades de dimensões superiores? (O que isso impactaria na influência dos seres que ele comandava? Caberia ao seu livre arbítrio aproveitar ou não a oportunidade que lhe foi concedida)

 A política do Reino do Cordeiro

     Desde quando começou a fase de esclarecimento pelo Espírito Verdade, através do trabalho de Allan Kardec, com seu primeiro livro da codificação espírita, “O Livro dos Espíritos”, lançado em 18 de abril de 1857, há 163 anos, vivemos agora uma nova fase de esclarecimento pela egrégora do Espírito Verdade: à de revelações, sob uma perspectiva cósmica, sobre o drama evolutivo no planeta Terra.

     As informações trazidas pelo Espírito Ângelo Inácio, sobre as quais estamos fazendo uma reflexão,  estão nos mostrando  a existência de uma política realizada pelos seres que habitam o reino das sombras, e o trabalho que realizam se opondo às diretrizes evolutivas trazidas pelo Autoevolucionário cósmico, que corporificou-se na Terra como Jesus.

     Chegado o tempo do atual Juízo Geral pudemos observar a estratégia dos representantes da justiça divina atuarem desestruturando o sistema de domínio dos daimons na Terra.

     O sistema hipnótico de domínio que o daimon número 1 criara, e através do qual controlava os outros 6 dragões do concílio de poder, sofreu a intervenção da justiça divina com o rompimento do elo entre eles quando foi tirado exatamente o daimon número 2, o qual fazia a ponte entre o número 1 e os demais dragões do concílio. Miguel o levou para conhecer a política do reino do Cordeiro. Depois, como já vimos em outra reflexão, o príncipe dos exércitos celestes interveio ainda mais no reino dos dragões quando revelou a verdadeira identidade do maioral número 1, que era o seu maior segredo e um grande trunfo de domínio e poder.  O maioral sofreu uma grande derrota quando ficou exposto e teve que se justificar perante seus parceiros. Depois o número 2, quando retornou de sua excursão às dimensões superiores, foi devolvido ao campo magnético das prisões do abismo diante de uma nova realidade onde o sistema de poder do maioral número 1 estava abalado.

     O que ocorrerá entre eles? Qual efeito resultará da oportunidade que ainda foi concedida aos daimons de reverem suas políticas equivocadas?

     A política do Reino do Cordeiro de Deus é a de sempre convidar à todas consciências espirituais, apesar dos erros cometidos, a reverem suas atitudes, e dar a oportunidade do recomeço, aqui e agora,  mesmo para aqueles que irão continuar sua jornada evolutiva em outros recantos do universo.

V. Lau

 Continua...

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Biografia:

"Os Guardiões" - pelo espírito Ângelo Inácio: [psicografado por] Robson Pinheiro. 1ª ed. Contagem, MG: Casa Dos Espíritos Editora, 2013.

Crônicas de Além-Túmulo – pelo Espírito Humberto de Campos; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – Brasília, FEB 2013

Pedro Leopoldo (MG), 20 de dezembro de 1935.


Humberto de Campos

Chico Xavier


A Ordem do Mestre

       Avizinhando-se o Natal, havia também no Céu um rebuliço de alegrias suaves. Os anjos acendiam estrelas nos cômoros de neblinas douradas e vibravam no ar as harmonias misteriosas que encheram um dia, de encantadora suavidade, a noite de Belém. Os pastores do paraíso cantavam e, enquanto as harpas divinas tangiam suas cordas sob o esforço caricioso dos zéfiros da imensidade, o Senhor chamou o Discípulo bem-amado ao seu trono de jasmins matizado de estrelas.

     O vidente de Patmos não trazia o estigma da decrepitude, como nos seus últimos dias entre os Espórades. Na sua fisionomia pairava aquela mesma candura adolescente que o caracterizava no princípio do apostolado.

      — João — disse-lhe o Mestre —, lembras-te do meu aparecimento na Terra? Recordo-me, Senhor. Foi no ano 749 da era romana, apesar da arbitrariedade de frei Dionísio, que, calculando no século VI da era cristã, colocou erradamente o vosso natalício em 754.

      — Não, meu João — retornou docemente o Senhor —, não é a questão cronológica que me interessa, ao te arguir sobre o passado. É que nessas suaves comemorações vem até mim o doce murmúrio das lembranças!...

      — Ah! sim, Mestre amado — retrucou pressuroso o discípulo —, compreendo-vos. Falais da significação moral do acontecimento. Oh!... se me lembro... A manjedoura, a estrela guiando os poderosos ao estábulo humilde, os cânticos harmoniosos dos pastores, a alegria ressoante dos inocentes, afigurando-se-nos que os animais vos compreendiam mais que os homens, aos quais ofertáveis a lição da humildade, com o tesouro da fé e da esperança. Naquela noite divina, todas as potências angélicas do paraíso se inclinaram para a Terra cheia de gemidos e de amargura, por exaltar a mansidão e a piedade do Cordeiro. Uma promessa de paz desabrochava para todas as coisas, com o vosso aparecimento no mundo. Estabelecera-se um noivado meigo entre a Terra e o Céu e recordo-me do júbilo com que vossa mãe vos recebeu nos seus braços, feitos de amor e de misericórdia. Dir-se-ia, Mestre, que as abelhas de ouro do paraíso fabricaram, naquela noite de aromas e de radiosidades indefiníveis, um mel divino no coração piedoso de Maria!...

       “Retrocedendo no tempo, meu Senhor bem-amado, vejo o transcurso da vossa infância, sentindo o martírio de que fostes objeto; o extermínio das crianças da vossa idade, a fuga nos braços carinhosos de vossa progenitora, os trabalhos manuais em companhia de José, as vossas visões maravilhosas no Infinito, em comunhão constante com o vosso e nosso Pai, preparando-vos para o desempenho da missão única que vos fez abandonar, por alguns momentos, os palácios de sol da mansão celestial, a fim de descer sobre as lamas da Terra...”

      — Sim, meu João, e, por falar nos meus deveres: como seguem no mundo as coisas atinentes à minha Doutrina?

      — Vão mal, meu Senhor. Desde o concílio ecumênico de Niceia, efetuado para combater o cisma de Ário em 325, as vossas verdades são deturpadas. Ao arianismo seguiu-se o movimento dos iconoclastas, em 787; e tanto contrariaram os homens o vosso ensinamento de pureza e de simplicidade, que eles próprios nunca mais se entenderam na interpretação dos textos evangélicos.

      — Mas, não te recordas, João, que a minha Doutrina era sempre acessível a todos os entendimentos? Deixei aos homens a lição do Caminho, da Verdade e da Vida, sem lhes haver escrito uma só palavra.

      — Tudo isso é verdade, Senhor, mas, logo que regressastes aos vossos impérios resplandecentes, reconhecemos a necessidade de legar à posteridade os vossos ensinamentos. Os evangelhos constituem a vossa biografia na Terra; contudo, os homens não dispensam, em suas atividades, o véu da matéria e do símbolo. A todas as coisas puras da Espiritualidade adicionam a extravagância de suas concepções. Nem nós e nem os Evangelhos poderíamos escapar. Em diversas basílicas de Ravenna e de Roma, Mateus é representado por um jovem; Marcos por um leão; Lucas por um touro e eu, Senhor, estou ali sob o símbolo estranho de uma águia.

       — E os meus representantes, João, que fazem eles?

       — Mestre, envergonho-me de o dizer. Andam quase todos mergulhados nos interesses da vida material. Em sua maioria, aproveitam-se das oportunidades para explorar o vosso nome e, quando se voltam para o campo religioso, é quase que apenas para se condenarem uns aos outros, esquecendo-se de que lhes ensinastes a se amarem como irmãos.

      — As discussões e os símbolos, meu querido — disse-lhe suavemente o Mestre —, não me impressionam tanto. Tiveste, como eu, necessidade destes últimos para as predicações e, sobre a luta das ideias, não te lembras quanta autoridade fui obrigado a despender, mesmo depois da minha volta da Terra, para que Pedro e Paulo não se tornassem inimigos? Se entre os meus apóstolos prevaleciam semelhantes desuniões, como poderíamos eliminá-las do ambiente dos homens, que não me viram, sempre inquietos nas suas indagações?... O que me contrista é o apego dos meus missionários aos prazeres fugitivos do mundo!...

      — É verdade, Senhor.

      — Qual o núcleo da minha Doutrina que detém, no momento, maior força de expansão?

       — É o departamento dos bispos romanos, que se recolheram dentro de uma organização admirável pela sua disciplina, mas altamente perniciosa pelos seus desvios da Verdade. O Vaticano, Senhor, que não conheceis, é um amontoado suntuoso das riquezas das traças e dos vermes da Terra. Dos seus palácios confortáveis e maravilhosos irradia-se todo um movimento de escravização das consciências. Enquanto vós não tínheis uma pedra em que repousar a cabeça dolorida, os vossos representantes dormem a sua sesta sobre almofadas de veludo e ouro; enquanto trazíeis os pés macerados nas pedras do caminho escabroso, quem se inculca como vosso embaixador traz a vossa imagem nas sandálias matizadas de pérolas e brilhantes. E junto de semelhantes superfluidades e absurdos, surpreendemos os pobres chorando de cansaço e de fome; ao lado do luxo nababesco das basílicas suntuosas, erigidas no mundo como um insulto à glória da vossa humildade e do vosso amor, choram as crianças desamparadas, os mesmos pequeninos a quem estendíeis os braços compassivos e misericordiosos. Enquanto sobram as lágrimas e os soluços entre os infortunados, nos templos, onde se cultua a vossa memória, transbordam moedas a mancheias, parecendo, com amarga ironia, que o dinheiro é uma defecação do demônio no chão acolhedor da vossa Casa.

      — Então, meu discípulo, não poderemos alimentar nenhuma esperança?

      Infelizmente, Senhor, é preciso que nos desenganemos. Por um estranho contraste, há mais ateus benquistos no Céu, do que aqueles religiosos que falam em vosso nome na Terra.

      — Entretanto — sussurraram os lábios divinos, docemente —, consagro o mesmo amor à humanidade sofredora. Não obstante a negativa dos filósofos, as ousadias da Ciência, o apodo dos ingratos, a minha piedade é inalterável... Que sugeres, meu João, para solucionar tão amargo problema?

      — Já não dissestes um dia, Mestre, que cada qual tomasse a sua cruz e vos seguisse?

     — Mas prometi ao mundo um Consolador em tempo oportuno!...

      E, os olhos claros e límpidos, postos na visão piedosa do amor de seu Pai celestial, Jesus exclamou:

       — Se os vivos nos traíram, meu discípulo bem-amado, se traficam com o objeto sagrado da nossa Casa, profligando a fraternidade e o amor, mandarei que os mortos falem na Terra em meu nome. Deste Natal em diante, meu João, descerrarás mais um fragmento dos véus misteriosos que cobrem a noite triste dos túmulos, para que a Verdade ressurja das mansões silenciosas da morte. Os que voltaram pelos caminhos ermos das sepulturas retornarão à Terra, para difundirem a minha mensagem, levando aos que sofrem, com a esperança posta no Céu, as claridades benditas do meu amor!...

      E desde essa hora memorável, há mais de cinquenta anos, o Espiritismo veio com as suas lições prestigiosas felicitar e amparar na Terra a todas as criaturas.

 Crônicas de Além-Túmulo