quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Quem é Jesus? Por que Ele Nasceu na Terra? E por que Ele Retornará? - Parte 13


Continuando... a reflexão anterior!...

Por que Jesus nasceu na Terra?

A Natureza, espiritual e física, diferente de Jesus

Jesus caminha sobre as águas e Pedro com ele
 Logo em seguida, forçou os discípulos a embarcar e aguardá-lo na outra margem,  até que ele despedisse as multidões. Tendo-as despedido, subiu ao monte, a fim de orar a sós. Ao chegar a tarde, estava ali, sozinho. O barco, porém, já estava a uma distância de muitos estádios da terra, agitado pelas ondas, pois o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, ele dirigiu-se a eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, porém, vendo que caminhava sobre o mar, ficaram atemorizados e diziam: “É um fantasma!” e gritaram de medo. Mas Jesus lhes disse logo: “Tende confiança, sou eu, não tenhais medo”. Pedro, interpelando-o, disse: “Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro sobre as águas”. E jesus respondeu: “Vem”. Descendo do barco, Pedro caminhou sobre as águas e foi ao encontro de Jesus. Mas, sentindo o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!” jesus estendeu a mão prontamente e o segurou, repreendendo-o: “Homem fraco na fé, por que duvidaste? Assim que subiram ao barco, o vento amainou. Os que estavam no barco prostaram-se diante dele, dizendo:
“Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!”
Mateus 14:22-33


* Jesus andando sobre as águas

     Podemos observar no relato de Mateus que, diante daquela aparição de Jesus andando sobre as águas, nem mesmo seus discípulos acreditaram no que estavam vendo. Pensaram que era um fantasma. Pedro, para tirar a dúvida sobre a identidade de Jesus, se ofereceu arriscando-se a andar sobre a água também. Após a comprovação da identidade de Jesus eles reconheceram a superioridade de Jesus. Nem naquela época e nem na atualidade andar sobre as águas é uma coisa possível por um ser humano. Por isso a grande descrença sobre o fenômeno.
    Diante da franqueza do relato podemos observar que Jesus realmente possuía uma natureza humana com capacidade acima da comum dos homens terrenos. Ele não era normal como os homens comuns...

     Como já vimos antes no livro “Abduzidos”, do Espírito Ângelo Inácio, psicografado por Robson Pinheiro, Jesus possuía uma formação genética diferente do ser humano comum. E por ele ser o organizador da evolução humana no planeta Terra e conhecer as leis da genética de todos os seres planetários possuía a capacidade de provocar alterações nos fluidos energéticos e elementos físicos do planeta.
     Ângelo Inácio relata que Jesus possuía a capacidade de se transportar fisicamente a outros recantos do planeta. Concentrando sua atividade mental e vontade podia desmaterializar seu corpo e rematerializá-lo em outras partes do planeta para ensinar sobre os princípios do Reino. Também possuía a capacidade de bilocação, bicorporeidade, transmutação ou transfiguração, levitação e outros atributos que a ciência atual não pode explicar ainda. Assim podemos entender melhor sobre suas realizações: a “transformação da água em vinho”, “andar sobre a água”, “desaparecer entre as multidões”, “realizar curas”, “transfiguração”, “a desmaterialização final de seu corpo físico sepultado no túmulo esculpido na rocha” e “a ressurreição num corpo fluídico, não material”.
     Se ele tinha essa capacidade de alterar a matéria do corpo físico também, é relatado, que ele quando desdobrado em espírito, possuía o dom da ubiquidade e com a possibilidade de tornar-se tangível a qualquer pessoa. (O termo que usamos hoje como desdobramento do espírito ou projeção astral, naquela época era usado como “arrebatado em espírito”.)
    
Jesus desdobrado em espírito atua nas dimensões extrafísicas da Terra

 

     Jesus em suas peregrinações físicas, para ensinar os princípios do Reino à multidão utilizava-se das parábolas; já, junto aos seus discípulos, falava de forma mais aprofundada, na medida que pudessem entendê-lo.  Desmaterializava seu corpo físico e rematerializava-o em outras terras do planeta, ensinando a outros povos conforme suas culturas.

      Além disso tudo, Ângelo Inácio destaca que o maior trabalho de Jesus foi realizado nas dimensões extrafísicas, onde pode atingir milhões de espíritos, com sua mensagem.
      Ele projetado nas dimensões extrafísicas do planeta, falava aos espíritos motivando-os a abandonarem os planos inferiores e os vales de sofrimento. Esses relatos não aparecem nos Evangelhos devido a limitação dos discípulos de Jesus, enquanto no corpo físico, de entenderem as coisas transcendentes, espirituais.


     Ângelo Inácio descreve um momento que Jesus, enquanto dormia, desdobrado em espírito, desceu, vibratoriamente, nas dimensões extrafísicas do planeta, nas regiões densas, e foi levar o seu ministério para inúmeras almas com o objetivo de despertá-las para uma nova postura perante a vida.
    Próximo a uma colina desconhecida de Cafarnaum, na subcrosta daquela região, reuniu-se Miguel, Elias e o profeta Eliseu. Além deles estavam muitos auxiliares de Miguel, todos com o objetivo de reunir centenas de milhares de seres para conhecerem a proposta do Cristo.
    Entretanto, a presença daqueles seres nas dimensões densas e sombrias do plano extrafísico, para as forças da escuridão, representava uma ameaça em seus domínios. Por isso, por ordem dos dragões, seus generais investiram contra os representantes da justiça divina. Acreditando que pudessem vencê-los partiram pra cima deles, mas sofreram uma imensa baixa.
    Auxiliados pelos guardiões superiores, Elias e Eliseu desceram, vibratoriamente, a uma região onde se alojava o dragão número 2. Naquela dimensão ocorreu uma enorme explosão acompanhada de uma luz muito forte; com isso o número 2 foi arremessado a quilômetros do local. Isso fez com que os chefes e comandantes das trevas, urrando de ódio, batessem em retirada do local.
    A função daquela investida dos seres representantes da justiça divina era de colocar fim aos abusos cometidos pelos seres das trevas durante milênios e milênios.
    A derrota daqueles seres atraiu uma enorme quantidade de espíritos curiosos que queriam saber que força superior era aquela. Os guardiões, com suas naves espirituais e etéricas, visitavam as regiões daquela dimensão informando onde os espíritos deveriam se reunir. Porém, nem todos admitiam a derrota e a superioridade perante os  seres da luz; é o que descreve Ângelo Inácio da fala de um deles: (...) “-Desgraçados, miseráveis e prepotentes filhos do Cordeiro! Hão de experimentar nossa ira quando dominarmos as nações...” (...)

    (Alguém poderia imaginar que com a atuação dos seres da luz naquela região, todos os espíritos pudessem despertar e reconhecer a superioridade daqueles seres; mas como vimos, não foi bem assim. Em muitos a revolta e o ódio trazido de outros mundos e alimentados na Terra, durante milênios, nas regiões dos submundos extrafísicos, era tão grande que a derrota, ao invés de despertá-los, alimentou mais ainda esse ódio.)


     Após os guardiões da justiça, auxiliares de Cristo, reunirem mais de 100 milhões de espíritos nas regiões extrafísicas, Jesus, desdobrado na dimensão extrafísica fez seu pensamento ser ouvido em várias regiões inferiores:

Anunciação de outro caminho de evolução: Projeto individual relacionado ao bem coletivo

(...) “- Estou aqui para vos dizer de uma política diferente daquela a que estais submetidos em vossos mundos”. (...)

(...) - Em vosso cotidiano, vos submetestes a um tipo de disciplina imposta pelos ditadores; outros entre vós acostumaram-se a participar de rebeliões, intrusões psíquicas e experimentos antiéticos das mais variadas formas, crimes hediondos e comportamentos tais que determinaram sua expatriação a este orbe. (...)

(...) – “Desde longas eras vós tendes permanecido alheios aos recursos prodigalizados em vossos orbes pela sabedoria da vida e do universo. Há milênios e eras tendes desenvolvido atitudes, ações e uma política draconina, que impediu o progresso de suas sociedades. Mesmo assim, a Providência Divina, por meio dos representantes evolutivos de um universo superior, tem observado, trabalhado incansavelmente para culminar neste exato momento, em que me enviaram como porta-voz para falar-vos. Venho aqui como embaixador de uma organização de vida diferente, superior, comprometida com a ordem do cosmo, especialmente para vos anunciar este outro caminho, embora procedais de sociedades planetárias distintas. São inúmeras moradas na casa do Pai, o Profundo ou Supremo Arquiteto de todos os universos.
Venho apresentar-vos outra proposta e para isso estais aqui reunidos. Por certo, muitos de vós tereis ainda um longo caminho a percorrer analisando minhas palavras. Mas o que trago não me pertence, pois trago a mensagem da generosidade, da mansuetude, aliadas à justiça, à equidade e a uma forma de organização do mundo que remete à ética cósmica e ao estilo de vida comum aos cidadãos do universo redimido. Nele, a interação individual com o mundo e a sociedade denota valores, virtudes e respeito, na medida em que conjuga o comportamento de todos os seres, de todas as raças mais evolvidas e esclarecidas pelo bem do universo. No Reino, ao qual me refiro, o projeto individual está sempre relacionado ao bem coletivo, pois se pauta por noções de justiça e moral cósmicas, comuns a quaisquer civilizações, independentemente da diversidade social, como existe, por exemplo, entre vós.

Guerra interna, espiritual, para um tipo de vida diferente

Contudo, não penseis que vim oferecer uma paz que nada resolva, ilusória por definição. Minha presença entre vós, nesta dimensão, será intensa por todos os dias em que eu estiver neste orbe. Vim apresentar uma proposta de natureza política, que naturalmente redundará numa guerra interna, colocando-vos diretamente em conflito com o sistema a que estais acostumados, o que se estabelecerá de imediato, pois que não venho impor, mas propor. Proponho algo a vossos pensamentos; peço que cogitem um tipo de vida diferente daquele a que estais habituados. Não espero o impossível nem pretendo trata-los de maneira a ignorar e menosprezar vossa inteligência e capacidade de raciocínio. Trago, portanto, intensa guerra interna, espiritual, na qual os exércitos celestes, sob o comando de Miguel, um dos meus mais diletos amigos, transmitirão a todos vós, mesmo àqueles que não quiserem me ouvir, a essência das palavras que escutais. Não tereis descanso, no sentido de que não podereis olvidar o que vos trago nem tampouco a mensagem que deixo inscrita na memória espiritual de todos vós, as diversas raças albergadas neste mundo, em tudo preparado para vos receber.

Viver em comunidades empenhadas no aprendizado das leis universais

Minhas palavras ficarão gravadas em vossa memória espiritual, independentemente da cultura que representais ou das sociedades planetárias a que pertenceis, de modo que provocarão uma guerra interna, uma crise sem precedentes em vossa consciência. Essa é a guerra à qual me refiro, e ela ocorrerá até que tenhais tomado a decisão que, para vosso futuro, é muito relevante. Se ficareis prisioneiros deste mundo ainda em estágio acanhado de evolução, adotando os mesmos estratagemas de vosso passado, as mesmas atitudes desenvolvidas em vossos orbes, dependereis de vós. Quem sabe possais experimentar a natureza do Reino, de mundos mais felizes, onde se adotou por política viver em comunidades mais elaboradas e sadias, mais empenhadas no aprendizado das leis universais que coordenam os elementos evolutivos da galáxia?
   
     Conforme explica Ângelo Inácio, dentre os espíritos reunidos, os quais eram atingidos pelo pensamento de Jesus, em diversas dimensões, muito deles eram seres especialistas, estudiosos da ciência, da magia e das artes, representantes de governos de mundos perdidos na imensidão do cosmo. Até de mundos que não existiam mais, por terem sidos destruídos pelos seus habitantes.  Esses especialistas arregimentaram adeptos que sintonizavam com suas ideias e objetivavam estabelecer domínio por onde se passavam. Assim, Havia seres que tinham consciência do motivo de terem sidos deportados; e também havia aqueles que não entendiam o motivo de terem vindo parar no planeta Terra, e porque obedeciam aos ditadores e dominadores. Então, havia os que realmente eram maus, e os que eram manipulados e nem tinham noção de terem praticado o mal em grande escala motivando seus degredos.



     As palavras transmitidas pelo pensamento de Jesus atingiam os revoltados chefes de legião que não tinham como não ouvi-lo.
     Também, estendendo mais seu pensamento, alcançou os dragões, "acorrentados" magneticamente nas regiões do abismo,  onde tentavam se esconder:

Ultima oportunidade de redenção ou serem exilados para mundos mais primitivos

(...) “– Digo-vos que pouco tempo resta a vós que seduzis as nações. Todo o vosso pretendido poder e toda a vossa inteligência, desenvolvida ao longo dos milênios e eras, não são suficientes para aplacar as leis universais. Todo o vosso saber apenas vos serve para aumentar a dor interna, a culpa por haverdes vilipendiado as raças com as quais travastes contato. Como estrela da alva, caístes dos céus a esta terra a fim de que aprendais que sois homens, sois limitados diante da suprema lei, que a tudo regula e encaminha em direção ao progresso. Cuidai, filhos de Yaveh, arautos da política inumana, para que aproveitais esta oportunidade de redenção, talvez vossa última antes que se ativem os mecanismos de regulagem das consciências, inseridos pelo grande Arquiteto Universal no âmago da própria criação, ou quem sabe desceis ainda mais? Como raios caem dos céus, mergulhareis em mundos bem mais primários que a Terra, sendo impedidos, indefinidamente, de ter contato com civilizações minimamente desenvolvidas. Será mesmo necessário chegar a tal ponto?”

“Vossa política não se coaduna com a política dos reinos superiores, e a maioria dos povos e ilhas siderais vibram em sintonia com a sinfonia sideral. Por meio de minhas palavras, proferidas diariamente nesta dimensão, tendes oportunidades equivalentes às que se apresentam aos habitantes da Crosta, embora para eles não possam ser tão significativas como para vós, uma vez que elas ressoam em vossas mentes. Trata-se de uma oportunidade de avaliação, de fazerdes uma leitura diferente a respeito de vossas vidas, vossos propósitos e vossa política.”

“Sabei, ó militantes da causa vencida, que nem vós, que vos considerais maiorais, tampouco vossos aliados mais próximos, sereis capazes de impedir que a vontade suprema se cumpra, embora possais adiar vossa resposta aos apelos santificantes do Alto. Vossa oportunidade é agora e vossa redenção é aguardada pelos enviados de vossos povos, que vos vigiam desde seus carros de fogo, esperando que se tornareis aptos a regressar a vossos mundos de origem.

     Como pudemos perceber, Jesus não veio tão somente para o povo daquela região da Palestina. Ele, no corpo físico, apresentou os princípios do Reino, uma ética superior, através das palavras da bem-aventurança, que eram interpretadas conforme a influência das tradições religiosas, social, política e econômica daquela região. Mas a sua atuação maior foi na dimensão extrafísica do planeta onde alcançou milhões de espíritos nas regiões densas e sombrias despertando-os para um novo comportamento perante as leis divinas. Mesmo aqueles principais ditadores do abismo não tiveram como não serem atingidos pela palavra de Jesus. Muitos despertaram, outros permaneceram na revolta e no ódio e patrocinaram a perseguição para boicotar a tarefa de Jesus no plano físico dos encarnados. Muitos desses seres ainda até hoje não aceitaram a proposta  para se ajustarem às leis divinas de evolução.
V. Lau

Continua....

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Bibliografia:
- "Bíblia De Jerusalém" - Paulus, 2002.
- "Os Abduzidos" - pelo Espírito Ângelo Inácio; [psicografado por] Robson Pinheiro. - Contagem, MG: Casa dos Espíritos, 2015. - (Série Crônicas da Terra: v. 4)
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“Luz Acima” - Irmão X, psicografado por Francisco Cândido Xavier. FEB - Federação Espírita Brasileira. Ebook
*  Canal Mórmon
Pedro Leopoldo (MG), 14 de dezembro de 1947.

Espírito Irmão X

Os Maiores Inimigos

       Certa feita, Simão Pedro perguntou a Jesus:
       — Senhor, como saberei onde vivem nossos maiores inimigos? Quero combatê-los, a fim de trabalhar com eficiência pelo Reino de Deus.
      Iam os dois de caminho, entre Cafarnaum e Magdala, ao sol rutilante de perfumada manhã.
      O Mestre ouviu e mergulhou-se em longa meditação.
      Insistindo, porém, o discípulo, Ele respondeu benevolamente:
      — A experiência tudo revela no momento preciso.
      — Oh! — exclamou Simão, impaciente — a experiência demora muitíssimo...
      O Amigo divino esclareceu imperturbável:
      — Para os que possuem “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”, uma hora, às vezes, basta ao aprendizado de inesquecíveis lições.
      Pedro calou-se, desencantado.
      Antes que pudesse retornar às interrogações, notou que alguém se esgueirava por trás de velhas figueiras, erguidas à margem. O Apóstolo empalideceu e obrigou o Mestre a interromper a marcha, declarando que o desconhecido era um fariseu que procurava assassiná-lo. Com palavras ásperas desafiou o viajante anônimo a afastar-se, ameaçando-o, sob forte irritação. E quando tentava agarrá-lo, à viva força, diamantina risada se fez ouvir. A suposição era injusta. Em vez de um fariseu, foi André, o próprio irmão dele, quem surgiu sorridente, associando-se à pequena caravana.
      Jesus endereçou expressivo gesto a Simão e obtemperou:
      — Pedro, nunca te esqueças de que o medo é um adversário terrível.
      Recomposto o grupo, não haviam avançado muito, quando avistaram um levita que recitava passagens da Torá e lhes dirigiu a palavra, menos respeitoso.
      Simão inchou-se de cólera. Reagiu e discutiu, longe das noções de tolerância fraterna, até que o interlocutor fugiu amedrontado.
     O Mestre, até então silencioso, fixou no aprendiz os olhos muito lúcidos e inquiriu:
     — Pedro, qual é a primeira obrigação do homem que se candidata ao Reino celeste?
     A resposta veio clara e breve:
     — Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
     — Terás observado a regra sublime, neste conflito? — continuou o Cristo, serenamente.
     — Recorda que, antes de tudo, é indispensável nosso auxílio ao que ignora o verdadeiro bem e não olvides que a cólera é um perseguidor cruel.
     Mais alguns passos e encontraram Teofrasto, judeu grego dado à venda de perfumes, que informou sobre certo Zeconias, leproso curado pelo profeta nazareno e que fugira para Jerusalém, onde acusava o Messias com falsas alegações.
     O pescador não se conteve. Gritou que Zeconias era um ingrato, relacionou os benefícios que Jesus lhe prestara e internou-se em longos e amargosos comentários, amaldiçoando-lhe o nome.
     Terminando, o Cristo indagou-lhe:
     — Pedro, quantas vezes perdoarás a teu irmão?
     — Até setenta vezes sete — replicou o Apóstolo, humilde.
     O Amigo celeste contemplou-o, calmo, e rematou:
     — A dureza é um carrasco da alma.
     Não atravessaram grande distância e cruzaram com Rufo Grácus, velho romano semiparalítico, que lhes sorriu, desdenhoso, do alto da liteira sustentada pelos escravos fortes.
     Marcando-lhe o gesto sarcástico, Simão falou sem rebuços:
     — Desejaria curar aquele pecador impenitente, a fim de dobrar-lhe o coração para Deus.
     Jesus, porém, afagou-lhe o ombro e ajuntou:
     — Por que instituiríamos a violência no mundo, se o próprio Pai nunca se impôs a ninguém?
     E, ante o companheiro desapontado, concluiu:
     — A vaidade é um verdugo sutil.
     Daí a minutos, para repasto ligeiro, chegavam à hospedaria modesta de Aminadab, um seguidor das ideias novas.
     À mesa, um certo Zadias, liberto de Cesareia, se pôs a comentar os acontecimentos políticos da época. Indicou os erros e desmandos da corte imperial, ao que Simão correspondeu, colaborando na poda verbalística. Dignitários e filósofos, administradores e artistas de além-mar sofreram apontamentos ferinos. Tibério foi invocado com impiedosas recriminações.
     Finda a animada palestra, Jesus perguntou ao discípulo se acaso estivera alguma vez em Roma.
     O esclarecimento veio depressa:
     — Nunca.
     O Cristo sorriu e observou:
     — Falaste com tamanha desenvoltura sobre o Imperador que me pareceu estar diante de alguém que com ele houvesse privado intimamente.
      Em seguida, acrescentou:
      — Estejamos convictos de que a maledicência é algoz terrível.
      O pescador de Cafarnaum silenciou desconcertado.
      O Mestre contemplou a paisagem exterior, fitando a posição do astro do dia, como a consultar o tempo, e, voltando-se para o companheiro invigilante, acentuou, bondoso:
     — Pedro, há precisamente uma hora procuravas situar o domicílio de nossos maiores adversários. De então para cá, cinco apareceram entre nós: o medo, a cólera, a dureza, a vaidade e a maledicência... Como reconheces, nossos piores inimigos moram em nosso próprio coração.
     E, sorrindo, finalizou:
     — Dentro de nós mesmos, será travada a guerra maior.

Livro: “Luz Acima” 

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Quem é Jesus? Por que Ele Nasceu na Terra? E por que Ele Retornará? - Parte 12

Continuando a reflexão anterior...


Por que Jesus nasceu na Terra?

O que é o “Reino dos Céus”?
Quais são os princípios que regem o sistema de vida superior que Jesus trouxe para a Terra?

    
Ilustração/Internet
No livro “Abduções”, Ângelo Inácio continua descrevendo aquele momento de desdobramento espiritual, quando Jesus tinha 17 anos e repousava numa saliência de uma gruta aos arredores de Nazaré; quando seus assessores cósmicos trouxeram, através do desdobramento em corpos espirituais, diversos seres que eram dali da Palestina e também de diversas partes do planeta; inclusive os espíritos daqueles que seriam seus futuros discípulos diretos.  Estava presente o representante da Justiça Divina, Miguel, e seres que o auxiliava e eram procedentes da constelação de Órion, de Sirius, de Antares e da galáxia Andrômeda.
     Ali ele falava diretamente para a alma daqueles seres, porém com uma linguagem mais abrangente, cósmica; e eles absorviam o conteúdo de sua mensagem conforme os conceitos religiosos e culturais de cada um, devido a estarem encarnados.

Sistema Religioso
  
     (Naquela época, 2.000 anos atrás, muitos espíritos exilados já haviam retornados para seus mundos de origem. Mas, ainda, existia uma quantidade enorme de seres exilados de diversos planetas da galáxia que estavam distribuídos nas dimensões espirituais, desde as mais sutis até as mais densas; inclusive muitos estavam corporificados. Também havia os seres que começaram sua jornada evolutiva aqui na Terra.)

      (Jesus não veio formar um sistema religioso na Terra, pois a criação de religiões é uma necessidade humana para poder interagir com o invisível; quanto menos esclarecida, mais há essa necessidade.)
      Naquela assembleia de seres projetados em espíritos Jesus informou:

(...) minha interferência neste mundo não visa à formação de um sistema religioso, tampouco à compreensão sobre o modo de se relacionar com uma entidade criada e moldada conforme caprichos humanos, ainda que à tal entidade se dê o nome de Deus, quanto mais pontificar que ela representa o máximo grau no que concerne ao desenvolvimento humano. (...)

Representante da Inteligência Suprema, o Criador do Universo

     (Jesus não veio representar o Deus que era conhecido naquela época como Iahweh. Como já vimos em outra reflexão, o Deus dos hebreus daquela época era a manifestação dos seres exilados, os dragões, que com sua política de domínio manipulavam seus representantes religiosos.)
     Jesus informava que ele representava a Suprema Inteligência criadora do universo, a mente cósmica que rege a evolução de tudo:

(...) Existe uma política universal, um sistema de harmonia do conjunto da vida em si. Venho representar aquele organismo vivo e inteligente que a tudo dirige para um fim determinado. (...)

Objetivo de Atingir Diversas Raças Planetárias

     A sua vinda não tinha como objetivo esclarecer e orientar sobre os princípios da vida superior tão somente para os seres que começaram a evolução aqui no planeta Terra; porque a vida humana terrena, já naquela época, era uma mescla de diversas raças planetárias.

(...) A terra, nesta época, abriga um contingente substancial de povos de diversos mundos, a maioria, em estado vibratório distinto daquele em que se encontram os humanos da superfície. Isto é, a maior parte dos enviados das estrelas vive e vibra em frequência diferente da material, embora existam também aqueles que habitam corpos físicos. (...) tendo em vista essa realidade, minha vinda não tem como objetivo atingir apenas seres humanos deste mundo, mas exemplares de diversas raças humanoides do cosmos, criaturas cujas culturas são de uma diversidade incrível e que, no entanto, ora se reúnem sob o mesmo céu avistado da crosta. (...)

      Jesus informou que a mensagem que ele trazia não tinha objetivo religioso ou espiritual como as pessoas entendiam naquela época. Ele era o porta-voz de um conhecimento que representava a necessidade das forças criativas e evolutivas de fazer uma interferência reguladora no mundo.  Objetivava atingir todos os seres reunidos no planeta Terra constituído por mais de 50 raças de distintas procedências cósmicas. Esses seres foram trazidos para cá,  com o objetivo de se evitar um desastre ambiental de natureza cósmica nos sistemas de vida onde viviam.

Salvação das penas eternas?

     (Naquela época já havia se formado o conceito da necessidade da salvação das penas eternas. O messias anunciado pelos profetas foi esperado para salvar o homem do mal; e também interpretado como o surgimento de um rei que libertaria os judeus do domínio romano. Depois foi interpretado como aquele que libertaria a humanidade do pecado original provocado por Adão e Eva.)

(...) – Quanto à salvação à qual quero me referir, nunca poderá ser tomada como mera salvação do mal, da danação eterna, conceito arcaico inventado por fariseus e outros arautos da religiosidade terrena. Não se trata, em nenhuma hipótese, da salvação no sentido místico-espiritual apenas. (...)

     Jesus explicou que a salvação que trazia se referia à necessidade de mudança do comportamento dos seres exilados, devido a corrupção moral e de valores a que se entregaram. Esse comportamento prejudicava o sistema evolutivo em seus planetas; sem condições de retornarem para lá. E caso persistissem, e não reeducassem seus comportamentos, contrários às leis evolutivas, o universo acionaria o mecanismo de contenção e de reequilíbrio novamente. (novo exílio)

(...) Para ser um dinamizador das forças evolutivas do universo, o espírito precisa desenvolver o que chamais de virtudes, de valores morais, de maneira a permanecer na escola cósmica como aprendiz e, ao mesmo tempo, construtor de um sistema cada vez melhor. O homem precisa aquilatar o efeito de suas atitudes, o peso de sua interferência no sistema, e assumir responsabilidade por seus atos. O mesmo princípio é válido para o habitante de outros orbes. (...)

Mecanismos Cósmicos de Equilíbrio

      Jesus informava que os mundos de onde vieram os espíritos rebeldes estavam sob séria ameaça. Portanto, era preciso levar com urgência a mensagem que ele trazia para todos os espíritos degredados. Mesmo que esses seres pudessem ser novamente exilados para outros planetas ou readmitidos em seus mundos de origem era de extrema importância falar a todos eles.

(...) Tais mundos estão na iminência de sofrer a ação dos mecanismos cósmicos de equilíbrio, que pode chegar a erradicá-los do cenário da vida universal, se for necessário, reabsorvendo os elementos constituintes desses planetas e reagrupando-os novamente, num processo de destruição e reconstrução. (...)

(...) Caso os cidadãos não reconsiderem seu comportamento nem se integrem à política universal, eles mesmos, bem como o orbe onde habitam, poderão ser tratados como moléstia pelo ecossistema cósmico. (...)
    
     Jesus orientava que: Cada planeta possui seus recursos próprios como fonte de sobrevivência à humanidade que abriga. Quando esta humanidade provoca a desordem e o desequilíbrio, o sistema de vida do planeta começa a retribuir, à essa falta de respeito, através do empobrecimento dos recursos para a manutenção da vida. A ação desequilibrada da humanidade sobre o ecossistema espiritual, energético e material faz com que o planeta reaja causando um empobrecimento desses recursos. Os alimentos, tantos os espirituais, os fluídicos e os físicos, exaurem-se lentamente ou apressadamente, conforme a ação do homem.

Conexão com as leis do equilíbrio
    
     Jesus já anunciava para aquela assembleia de espíritos o significado do seu evangelho que ele traria:
(...) “O planeta, considerado como ser vivo, só repousa quando os que sobreviveram aos cataclismos aprendem a atuar em conexão com as leis do equilíbrio, harmonizando-se com as leis morais da vida, sintetizadas no Evangelho que vos anunciarei em breve, no corpo, como homem nazareno. Somente ao desenvolver as virtudes que marcarão uma nova etapa na relação consigo mesma e com os outros seres, seus irmãos, é que determinada civilização efetivamente cuidará do meio ambiente planetário de modo devido, sobretudo nas esferas energética e espiritual. Falo-vos de uma ecologia mais abrangente, integral, da qual fazem parte a convivência pacífica entre irmãos e o desenvolvimento de valores morais, espirituais e energéticos que se revelam no trato com o meio ambiente. Um é consequência do outro.” (...)

     (Como já estamos percebendo, a síntese do evangelho de Jesus não se tratava de algo religioso, não...; e sim do despertar da consciência com o desejo de desenvolver um comportamento com valores morais, espirituais e energéticos. Iniciando consigo mesma, ou seja, tomar a consciência da responsabilidade da emissão de seus pensamentos, quanto a natureza eletromagnética e energética, como também da qualidade das emoções. Trabalhar o pensamento e as emoções de pessimismo, medo, angustia, raiva, ódio, ciúmes, inveja, rancor, stress e outros, tendo a consciência que o seu desequilíbrio afeta o ser vivo que é o planeta e a todos os seres viventes.) 


  
  (Cuidar do corpo físico quanto a higiene e alimentação equivocada, que é produto dos vícios e da influência do consumismo patrocinado pelo objetivo de lucros das indústrias e fabricas alimentícias. O ser humano ingere em seu organismo produtos contrários as leis de equilíbrio tais como: cigarro, álcool, drogas, aditivos químicos e conservantes nos alimentos, óleos, açúcar e sal em excesso e alimentos contaminados com pesticidas e agrotóxicos. Desrespeita o seu corpo físico, o qual é um veículo de manifestação de seu espírito nesta dimensão mais densa, para estagiar experiências necessárias à expansão de sua alma. A providência divina, através da natureza, oferece uma variedade imensa de frutas, legumes, verduras e grãos que a humanidade não está manipulando-os e processando-os de forma inteligente, para manter a saúde do corpo físico.)

     (Desenvolver as virtudes de respeito e compreensão para com outros seres humanos e todos os seres viventes do reino animal e vegetal, também foi a recomendação de Jesus para se viver em harmonia com as leis de equilíbrio. – Como agir diante das atitudes desequilibradas de nossos semelhantes? Conforme Jesus recomendou e exemplificou – É preciso compreender e servir mais..., significa que diante do impacto energético que nos atinge através das ondas do pensamento, do som das palavras, dos gestos e ação de nossos semelhantes devemos primeiramente abrir a conexão com o Criador do Universo, Deus; em seguida compreender o desequilíbrio daquela atitude e não entrar na sintonia dos impactos da energia eletromagnética e fluídicas que nos atinge. Não revidar com a mesma energia impactante do pensamento e emoção de ódio, raiva, desejo de vingança e ação de agressão física. Esta conexão com as leis de equilíbrio deve ser exercitada diariamente e com persistência até fazer parte de todos nós. E o que falar dos maus tratos com os animais?... são seres em estágio de evolução também!)

      
Poluição/internet
(Como Jesus ensinou, quando a humanidade desenvolver os valores morais, espirituais e energéticos e a convivência pacífica entre todos é que isso vai se refletir no respeito do trato ao meio ambiente, de forma integral. Existe um enorme desrespeito ao ecossistema do planeta... vejamos: As praias com suas areias e águas limpas quando visitadas pelo homem recebem garrafas plásticas, latas de alumínio, palitos e papeis de sorvete, canudos plásticos, casca de coco e diversos lixos que são carregados para o mar. Os rios recebem grande quantidade de lixo em forma de plásticos, mobílias velhas, pneus e uma variedade de entulhos. As ruas das cidades são depósitos de lixos onde os consumidores jogam tudo pelo chão sem consciência de higiene e respeito à natureza. Nos lares domésticos, as embalagens dos produtos de limpeza, alimentícios e de higiene vão direto para o lixo sem coleta seletiva para reciclagem. Isso demonstra a falta de educação e de inteligência em reaproveitar as embalagens evitando a contaminação do solo, rios e mares. O consumismo exagerado gerado pela corrida do lucro provoca uma enorme contaminação do ar, principalmente nas cidades grandes e industriais. Também, há um enorme desrespeito para com a natureza através do desmatamento descontrolado.)

Grays

     Segundo é detalhado por Ângelo Inácio, Jesus reunido ali com os seres de várias procedências planetárias, lembrava a todos que muitos seres que vieram exilados para a Terra vieram não porque precisavam se reeducar, para no futuro  retornarem aos seus planetas de origem; pois, isto já não seria mais possível porque tinham destruídos seus planetas.
      Outros seres provocaram tamanha destruição de seus ecossistemas que eles já não conseguiam mais se reproduzirem; sendo obrigados a vagarem de um canto a outro da galáxia em busca de alimento e recursos para sobreviverem. Era o caso de determinada casta dos grays que já naquela época estava na Terra.  Foi lembrado a situação dos dragões que destruíram diversos planetas; os anunnakis também, que através de inúmeras guerras destruíram o ecossistema comprometendo a existência da atmosfera em seu planeta. Os capelinos, também, que vieram para a Terra porque tinham destruído o ecossistema em seus mundos.
      Portanto, Jesus não veio somente com a proposta de reeducar o homem terreno; ele veio para despertar diversos seres de várias raças planetárias que estavam reunidos naquela época na Terra.
      Já naquela época, Jesus previa que o não despertamento desses espíritos corria o perigo de causar aqui no planeta Terra o mesmo que tinha ocorrido nos planetas dos seres exilados.

O que é o Evangelho de Jesus?

      Jesus, mostrando os seres ali presentes e que o auxiliava, explicou que eles eram embaixadores de sistemas que avançaram em sintonia com as leis universais e estavam presentes para auxiliarem a humanidade terrena, incluindo os seres que foram exilados. Muitos desses seres eram os que acordaram a tempo de retrocederem o processo de destruição em seus planetas.
     Naquela dimensão extrafísica Jesus esclarecia a todos:

(...) Minha mensagem a este mundo, chamada Evangelho, nada mais é do que um incentivo, um incremento para a tomada de consciência, a fim de que os povos da Terra revejam sua postura diante da vida e das leis da vida. Ela fala à inteligência, pois vivenciá-la não implica a criação de um sistema religioso ou iniciático. Trago a oportunidade de imergirdes em seus próprios espíritos e reverterdes o processo em andamento em vosso mundo, tanto subjetivo quanto objetivo. Viver o que chamais bem – e fazer o bem – não é questão de religiosidade, mas de inteligência. Portanto, não venho à terra para vos salvar de um suposto demônio ou de um suposto inferno; venho para salvá-la da destruição e trazer aos habitantes do mundo uma alternativa, a qual culmina em vossa plena integração às comunidades da galáxia aqui representadas. (...)

       Na dimensão física, posteriormente, Jesus iniciaria a sua mensagem de forma que os que estavam corporificados pudessem compreendê-lo sobre as diretrizes do “Reino dos Céus”; e pudessem vivenciá-las através da mudança do comportamento do pensamento e de suas emoções. Era uma verdadeira diretriz de reforma espiritual e energética.
V. lau


* Vídeo 
Continua...

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Bibliografia:

- "Os Abduzidos" - pelo Espírito Ângelo Inácio; [psicografado por] Robson Pinheiro. - Contagem, MG: Casa dos Espíritos, 2015. - (Série Crônicas da Terra: v. 4).

Luz Acima” – pelo Espírito Irmão X; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 11.ed. Brasília:FEB, 2013.

* Canal Mórmon
Pedro Leopoldo (MG),dezembro de 1947.

Irmão X

      A escritura do Evangelho

     Quando Jesus recomendou a pregação da Boa Nova, em diversos rumos, reuniu-se o pequeno colégio apostólico, em torno dele, na humilde residência de Pedro, onde choveram as perguntas no inquérito afetuoso.
     - Mestre – disse Filipe, ponderando -, se os maus nos impedirem os passos, que faremos? Caber-nos-á recurso à autoridade punitiva?
     - Nossa missão – replicou Jesus, pensativo – destina-se a converter maldade em bondade, sombra em luz. Ainda que semelhante transformação nos custe sacrifício e tempo, o programa não pode ser outro.
     - Mas... – obtemperou Tomé - e se formos atacados por criminosos?
     - Mesmo assim – confirmou o Cristo -, nosso ministério é de redenção, perdoando e amando sempre. Persistindo no bem, atingiremos a vitória final.
     - Senhor – objetou Tiago, filho de Alfeu -, se interpelados pelos fariseus, amantes da Lei, que diretrizes tomaremos? São eles depositários de sagrados textos, com que justificam habilmente a orgulhosa conduta que adotam. São arguciosos e discutidores. Dizem-se herdeiros dos profetas. Como agir, se o Novo Reino determina a fraternidade, isenta da tirania?
      - Ainda aí – explicou o Messias Nazareno -, cabe-nos testemunhar as ideias novas. Consagraremos a Lei de Moisés com o nosso respeito. Contudo, renovar-lhe-emos o sentido sublime, tal qual a semente que se desdobra em frutos abençoados. A justiça constituirá a raiz de nosso trabalho terrestre. Todavia, só o espírito de sacrifício garantir-nos-á a colheita.
     Verificando-se ligeira pausa, Tadeu, que se impressionara vivamente com a resposta, acrescentou:
     - E se os casuístas nos confundirem?
     - Rogaremos a inspiração divina para a nossa expressão humana.
     - Mas que sucederá se o nosso entendimento permanecer obscuro, a ponto de não conseguirmos registrar o socorro do Alto? – insistiu o Apóstolo.
     Esclareceu Jesus, sorridente:
     - Será então necessário purificar o vaso do coração, esperando a claridade de cima.
     Nesse ponto, André interferiu, perguntando:
     - Mestre, em nossa pregação, chamaremos indistintamente as criaturas?
     - Ajudaremos a todos, sem exigências – respondeu o Salvador, com significativa inflexão na voz.
     - Senhor- interrogou Simão, precavido -, temos boa vontade, mas somos também fracos pecadores. E se cairmos na estrada? E se, muitas vezes, ouvirmos as sugestões do mal, despertando, depois, nas teias do remorso?
     - Pedro – retrucou o divino Amigo -, levantar e prosseguir é o remédio.
     - No entanto – teimou o pescador-, e se a nossa queda for tão desastrosa que impossibilite o reerguimento imediato?
     Rearticularemos os braços desconjuntados, remendaremos o coração em frangalhos e louvaremos o Pai pelas proveitosas lições que houvermos recolhido, seguindo adiante...
     - E se os demônios nos atacarem? – interrogou João, de olhos límpidos.
     - Atrai-los-emos à glória do trabalho pacífico.
     - Se nos odiarem e perseguirem? – comentou Tiago, filho de Zebedeu.
     - Serão amparados por nós, no asilo do amor e da oração.
     E se esses inimigos poderosos e inteligentes nos destruírem? – inquiriu o filho de Queriote.
     - O Espírito é imortal – elucidou Jesus, calmamente – e a justiça enraíza-se em toda parte.
     Foi então que Levi, homem prático e habituado à estatística, observou prudente:
     - Senhor, o fariseu lê a Torá, baseando-se nas suas instruções; o saduceu possui rolos preciosos a que recorre na propaganda dos princípios que abraça; o gentio, sustentando as suas escolas, conta com milhares de pergaminhos, arquivando pensamentos e convicções dos filósofos gregos e persas, egípcios e romanos... E nós? A que documentos recorreremos? Que material mobilizaremos para ensinar em nome do Pai sábio e misericordioso?!...
     O Mestre meditou longamente e falou:
     - Usaremos a palavra, quando for necessário, sabendo porém, que o verbo degradado estabelece o domínio das perturbações e das trevas. Valer-nos-emos dos caracteres escritos na extensão do Reino do Céu. No entanto, não ignoraremos que as praças do mundo exibem numerosos escribas de túnicas compridas, cujo pensamento escuro fortalece o império da incompreensão e da sombra. Utilizaremos, pois, todos os recursos humanos, no apostolado, entendendo, contundo, que o material precioso de exposição da Boa Nova reside em nós mesmos. O próximo consultará a mensagem do Pai em nossa própria vida, por meio de nossos atos e palavras, resoluções e atitudes...
      Pousando a destra no peito, acentuou:
     - A escritura divina do Evangelho é o próprio coração do discípulo.
     Os doze companheiros entreolharam-se, admirados, e o silêncio caiu entre eles, enquanto as águas cristalinas, não longe, refletiam o céu imensamente azul, cortado de brisas vespertinas que anunciavam as primeiras visões da noite...
Livro: “Luz Acima”