sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

O Ser Espiritual e Seus Corpos de Manifestação - Criações Mentais e Emocionais - 2 (estudo nível 2)

 

Corpo Mental

CASO 2: Dívida Agravada – Relacionamento Conjugal ³

       No livro “Ação e reação”, psicografado por Francisco Xavier, o espírito André Luiz, quando estava no posto de socorro espiritual da Mansão Paz, fazendo observações sobre a Lei de Causa e Efeito, acompanhou um caso de uma consciência espiritual que teve a sua dívida espiritual agravada.

     André Luiz narra que Luíza, uma senhora desencarnada, foi pedir ajuda ao assistente Silas, explicando que sua filha Marina estava a ponto de cometer suicídio. Ela já tinha lutado com todas as suas forças para impedir que sua filha cometesse o grave ato de tirar a própria vida, mas já estava enfraquecida, sem conseguir ajudá-la.

     Imediatamente, Silas deu as mãos à André e Hilário (companheiro de estudo) e em concentração promoveu a viagem rápida até a casa de Marina.

     Chegaram na pequena moradia de 3 cômodos estreitos, e no local havia algumas entidades espirituais sombrias, que tinham sido atraídas pelo estado de desequilíbrio do lar. Mas, devido a presença do assistente Silas, elas foram afastadas.

 Intervenção Espiritual de Silas

       Num quarto humilde estava Marina junto à sua filha de 2 a 3 anos, que estava choramingando e inquieta; ela trazia no olhar inconsciente a marca de sofrimento que teve ao nascer. A criança nasceu surda-muda e mentalmente retardada, exigindo grandes cuidados.

      Marina, ajoelhada, demonstrava enorme angústia, beijava a criança como se estivesse despedindo-se para sempre. Em seguida ela pegou um copo que continha uma bebida com algo tóxico, e antes de colocar à boca, o assistente Silas interveio com voz firme: - “Como podes pensar na sombra da morte, sem a luz da oração?”

      Marina não registrou, com os ouvidos do corpo, a voz do Espírito Silas, mas captou como uma forte impressão na cabeça. E com novos brilhos nos olhos, tremendo as mãos, segurando o copo, ficou indecisa.

     O assistente espiritual estendeu os braços e envolveu-a em  fluidos anestesiantes de carinho e bondade. Marina, dominada de novos pensamentos, colocou o copo ao lado da cama e sob a vigorosa influência do assistente, levantando-se, deitou-se na cama  iniciando uma prece:

     - Deus meu, Pai de infinita bondade, compadece-te de mim e perdoa-me o fracasso! Não suporto mais... Sem minha presença, meu marido viverá mais tranquilo no leprosário e minha desventurada filhinha encontrará corações caridosos que lhe dispensem amor... Não tenho mais recursos... Estou doente... Nossas contas esmagam-me... Como vencer a enfermidade que me devora, obrigada a costurar sem repouso, entre o marido e a filhinha que me reclamam assistência e ternura?

     Silas aplicando passes magnéticos de relaxamento, induzindo-a a um ligeiro movimento do braço, fez com que ela, num impulso, batesse no copo que caiu ao chão derramando o veneno.

     Marina, Reconhecendo no próprio gesto impensado, que a fez derrubar o copo, a manifestação de uma força estranha que a impediu de praticar o ato do suicídio, passou a orar em silêncio, demonstrando medo e remorso; com essa atitude mental de passividade, o assistente Silas emitiu forte jato de energia fluídica sobre o cérebro dela, e a moça, sem conseguir explicar a si mesma a razão da sonolência, deixou-se adormecer pesadamente.

 Histórico Espiritual

Silas explicou para André Luiz que Marina, na existência do século passado, tinha interferido no relacionamento de duas pessoas, quando eram recém-casados; levando-os a cometerem leviandades que provocaram demências em seus espíritos quando desencarnaram. Depois de longos padecimentos, na dimensão espiritual, através de intercessão de muitos amigos, junto aos poderes superiores, foi permitido os três renascerem no mesmo quadro social para o trabalho regenerativo.

     Marina nasceu como filha primogênita de Luísa e veio com a incumbência de cuidar de sua irmã mais nova, Zilda, que era o espírito que ela tinha prejudicado na vida anterior.

     Conforme o programa de serviço traçado antes da reencarnação, a jovem Zilda reencontra Jorge e reatam, instintivamente, os elos afetivos de passado; amam-se com fervor e tornam-se noivos.

      Porém, Marina, não correspondendo às promessas feitas na dimensão astral, que era a de amar o mesmo homem, mas no silêncio da renúncia construtiva, amparando a irmã e corrigindo o erro do passado... tomada de intensa paixão passou a elaborar projetos para envolver o noivo da irmã.

     Completamente cega e surda aos avisos de sua consciência, começou a envolver o noivo da irmã em larga teia de seduções e, atraindo para o seu sombrio objetivo o apoio de entidades enfermiças, por intermédio de desejos doentios, passou a hipnotizar o moço, com auxílio das entidades atraídas.

       Assim, Jorge, deixando-se levar pela nova paixão, transferiu-se do amor por Zilda à simpatia por Marina. Passaram a ter encontros escondidos e se envolveram de forma mais intima.

       Faltando duas semanas para o casamento, Jorge confessa à Zilda que tinha se apaixonado por Marina e achou que era melhor romper o noivado, e casar-se com a irmã e não com ela.

       Zilda, chocada com a revelação inesperada, em desespero, na mesma noite comete suicídio por envenenamento.

       Na dimensão espiritual, Zilda em estado de enorme sofrimento, devido a decepção que ficou registrada no seu corpo mental, acrescido do sofrimento do ato do suicídio, foi socorrida pela sua mãe Luísa que já tinha desencarnado antes, e tinha sido admitida no Posto de Socorro “Mansão”, devido aos seus méritos maternais.

       A mãe pediu ajuda dos espíritos superiores. Ela como mãe, tinha piedade por ambas as filhas, pois a filha traidora era mais infeliz que a filha enganada; a outra, que adquiriu o débito do suicídio, teve a atenuação devido a alienação mental.

 REAJUSTE PERANTE A LEI DE CAUSA E EFEITO

        Analisado a situação pelo Ministro Sânzio, ele determinou que Marina fosse considerada devedora em conta agravada por ela mesma.

       Logo após a decisão, providenciou para que Zilda fosse recambiada ao lar para receber aí os cuidados merecidos.

       “Marina falhara na prova de renúncia em favor da irmã que lhe era credora generosa, mas condenara-se ao sacrifício pela mesma irmãzinha, agora imposta pela decisão da Lei ao seu convívio, na situação de filha terrivelmente sofredora e imensamente amada.”

 REAJUSTE ATRAVÉS DO AMOR – NOVA OPORTUNIDADE

Foi assim que Jorge e Marina, livres, casaram-se, realizando o desejo que aspiravam.

       2 anos após o casamento receberam Zilda como filha. Mas desde os primeiros meses de idade perceberam a dolorosa prova que iriam ter.

      Zilda, hoje com o nome Nilda, nasceu surda-muda e mentalmente retardada, em consequência do trauma no corpo astral experimentado na morte por envenenamento voluntário.

Inconsciente e atormentada pelas recordações do passado recente, chora quase dia e noite. Quanto mais sofria, recebia maior ternura dos pais que a amavam

 ESCLARECIMENTO DURANTE O SONO FÍSICO

      A mãe Luísa chegou na casa, e Silas, querendo conduzir o socorro de forma mais completa, aplicou novos recursos magnéticos em Marina que estava dormindo e ela, com o corpo astral, desprendeu-se do corpo físico. Silas aplicou fluidos iluminados sobre a região dos olhos e ela teve aumentada a sua lucidez, percebendo a presença de sua mãe, que a abraçou.

     Luiza conversou com a filha e lhe explicou que a situação que ela estava sofrendo na vida presente era compromisso de resgate de atos de vidas passadas e da vida atual. Ela deveria cuidar da filha com amor, e através da oração confiando em Jesus, ter fé de que seu marido Jorge iria se recuperar da doença.

     Marina compreendo a situação pediu perdão à sua mãe e, depois, acordou renovada com novo ânimo para   cumprir o compromisso de  reajuste perante as Leis Divinas e a sua própria consciência.

 CONCLUSÃO

       Dentre várias lições que André Luiz nos traz, neste caso, podemos observar que tudo inicia no pensamento (corpo mental). Marina, nessa reencarnação, devido à justiça e misericórdia divina, tinha o esquecimento das vidas passadas, com o propósito de se reajustar, através da Lei de Causa e Efeito, com a sua própria consciência. Se preparou na dimensão espiritual para ajudar o espírito que ela tinha prejudicado, e que agora tinha vindo como irmã, e a programação era que ela, com atitude de renúncia, apoiasse a irmã no seu novo casamento. Mas o registro gravado no seu corpo mental, da paixão que desenvolveu na experiência passada, aflorou do inconsciente, fazendo com que ela deixasse se levar por esse sentimento, não ouvindo a consciência que trazia o compromisso assumido antes de reencarnar. Acabou fazendo a mesma coisa que fez no passado, com o espírito, agora, na   personalidade de sua irmã. 

       Se tornou responsável pela situação que levou a irmã ao suicídio. A irmã, apesar da experiência dolorosa da traição, não deveria ter tirado a própria vida, pois além do trauma do sentimento ferido juntou-se o sofrimento do ato do suicídio, provocando no corpo astral (perispírito) a deformação que era o reflexo direto do estado do seu corpo mental.

       Geralmente, a irmã ficaria um longo tempo na dimensão astral recebendo tratamento magnético para reequilibrar o seu corpo mental e astral. Marina também retornaria, após o desencarne, para a dimensão astral e sentiria, com culpa e remorso, a falha do compromisso que não realizou. Receberia um tratamento longo para se recuperar. Mas a justiça divina, através dos seus emissários, resolveu aproveitar a atual encarnação para unir os envolvidos e se reajustarem perante a lei evolutiva.

       Assim, pudemos observar e aprender, com esse caso, que tudo se inicia no corpo mental. Seguirmos um princípio ético moral, trazidos pelos iluminados das grandes religiões, que ensina a “Lei da Harmonia Geral”, e principalmente, o exemplo vivo que se fez presente,  em corpo físico, entre nós, o Auto evolucionário Cósmico Jesus, que mostrou o caminho da redenção que é: primeiramente  A Conexão com Deus,  a Suprema Consciência, e, em seguida, a convivência fraterna com todos os seres da Sua Criação” - observando os registros de seu “Evangelho”, é o que vai nos libertar dos sofrimentos gerados pela nossa ignorância espiritual.

 V. Lau

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Bibliografia:

"Ação e Reação" pelo Espírito André Luiz,; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. - 30. ed. -15. imp. - Brasília: FEB 2013.

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Paris, 15 de abril de 1864

Allan Kardec


ESQUECIMENTO DO PASSADO

 

      (...) O espírito renasce, frequentemente, no mesmo meio em que viveu, e se acha em relação com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes fez. Se reconhecesse nelas as que odiou, talvez seu ódio se revelasse; em todos os casos, seria humilhado diante dos que houvesse ofendido.

      Deus nos deu, para o nosso adiantamento, justamente o que nos é necessário e pode nos bastar: a voz da consciência e nossas tendências instintivas, e nos tira o que poderia nos prejudicar.

      Ao nascer, o homem traz o que adquiriu; nasce como se fez; cada existência é para ele um novo ponto de partida; pouco lhe importa saber o que foi; ele é punido porque fez o mal e suas tendências más atuais são o indício do que resta nele a corrigir, sendo nisso que deve concentrar toda sua atenção, porque do que está completamente corrigido não lhe resta nenhum traço. As boas resoluções que tomou são a voz da consciência que o adverte do que é bem e mal, e lhe dá a força para resistir às más tentações. (...)

“O Evangelho Segundo o Espiritismo” – Cap. 5 – Bem Aventurados os Aflitos, item 11 – Esquecimento do Passado.