quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A Vida em Outros Planetas


Fonte: NASA
     Existe vida em outros planetas? Com certeza esta pergunta já esteve rondando a cabeça de muitos seres humanos desde a antiguidade, principalmente quando se olha para o céu e vê-se centenas de estrelas brilhando.
     O atual estágio da ciência astronômica ainda não demonstra para nós, de forma concreta, a existência de vida em outros planetas, vida esta, que entendemos como de seres humanoides e inteligentes como nós. Na busca para esta resposta o que a astronomia tem conseguido é o descobrimento cada vez maior de novas “estrelas” na imensidão. Um dos instrumentos da astronomia que tem contribuído muito para estas novas descobertas é o Telescópio Hubble, que tem apresentado milhões de galáxias com trilhões de planetas. Entretanto, não precisamos ter grandes conhecimentos de astronomia ou astrofísica para elaborarmos nossas teorias baseadas em nossas simples observações comuns. Por existir trilhões de planetas no cosmo não seria lógico existir vida inteligente somente aqui na Terra. Raciocinando assim, então há a possibilidade de existir vida inteligente em outros planetas. Mas será igual à da Terra? Também não é lógico ser tudo igual à da Terra; então, levando-se em conta as características físicas e químicas dos planetas na imensidão do universo, o modo de viver destes seres deve ser diferente ao da Terra. Por consequência também, a forma física também torna-se diferente. Mas, também é lógico existir em alguma parte do universo vida um pouco semelhante à nossa.
     Até aqui, com este raciocínio comum e lógico, não temos novidade nenhuma, porque o nosso raciocínio está baseado no que percebemos através da visão e da instrumentação cientifica. Devemos lembrar que a nossa visão só percebe as frequências de energias que vão do vermelho ao violeta, dentro do espectro eletromagnético, já as frequências infravermelho e ultravioleta não são percebidos pelos nossos olhos, mas são usadas em instrumentos científicos, como o Telescópio Hubble. Sendo assim, a fisicalidade ou materialidade da nossa realidade está fundamentada no atual espectro eletromagnético.
     Através do fenômeno mediúnico, que não pertence exclusivamente a doutrina espírita, umbandista, esoterista, ou a outras religiões, fenômeno este que faz parte da humanidade desde a antiguidade, a espiritualidade maior tem nos revelado que a vida em outros planetas se expressam de outras formas de energia, ou seja, a fisicalidade ou materialidade vibra em outras frequências diferentes do espectro eletromagnético que conhecemos.
    Através do fenômeno mediúnico e anímico no ser humano há a percepção, através do desdobramento espiritual, destas outras realidades. Existem várias descrições de percepções de vida de seres de outros planetas, desde a antiguidade, como está relatado na Bíblia, até a atualidade descrito por Allan kardec e outros médiuns espalhados pelo nosso planeta Terra. Percebe-se nas narrativas que a vida, fora do planeta Terra, manifesta-se através de outras formas de energias.
     Percebemos nos textos abaixo, que a compreensão racional da existência da vida em outros planetas tem sido revelada conforme o conhecimento cientifico de cada época, e hoje já podemos ampliarmos o nosso conceito a respeito do assunto.
                                                                                                                                                                           V. Lau



João, cap. 14, v. 1,2,3,4
Cesse de perturbar-se o vosso coração!
Crede em Deus, crede também em mim.
Na casa de meu Pai há muitas moradas.
Se não fosse assim, eu vos teria dito,
Pois vou preparar-vos um lugar,
E quando for
E vos tiver preparado o lugar, virei novamente e vos levarei comigo,
A fim de que, onde eu estiver, estejais também.
Bíblia de Jerusalém – Paulus 2012
Paris,  março de 1858.
 
Allan Kardec
Pluralidade dos Mundos
     Quem ainda não se perguntou, considerando a Lua e os outros astros, se esses globos são habitados?
     Antes que a Ciência nos houvesse iniciado na natureza desses astros, podia-se duvidar; hoje, no estado atual de nossos conhecimentos, pelo menos há probabilidade; mas, a essa idéia verdadeiramente sedutora, são feitas objeções tiradas da própria Ciência. Parece, dizem, que a Lua não tem atmosfera e, provavelmente, não tem água. Em Mercúrio, tendo em vista a sua proximidade do Sol, a temperatura média deve ser a do chumbo fundido, de sorte que, se ali houver este metal, deve correr como a água dos nossos rios. Em Saturno dá-se exatamente o oposto; não temos um termo de comparação para o frio que lá deve reinar; a luz do Sol deve ser muito fraca, apesar do reflexo de suas sete luas e de seu anel, porquanto, àquela distância, o Sol não deve parecer senão como estrela de primeira grandeza. Em tais condições, pergunta-se se seria possível viver.
     Não se concebe que semelhante objeção possa ser feita por homens sérios.  Se a atmosfera da Lua não foi percebida, será racional inferir que não exista? Não poderá ser formada de elementos desconhecidos ou bastante rarefeitos para não produzirem refração sensível? Diremos a mesma coisa da água ou dos líquidos ali existentes.
     Em relação aos seres vivos, não seria negar o poder divino julgar impossível uma organização diferente da que conhecemos, quando, sob nossos olhos, a providência da Natureza se estende com uma solicitude tão admirável até o menor inseto, dando a todos os seres órgãos apropriados ao meio em que devem viver, seja a água, o ar ou a terra, estejam imersos na escuridão ou expostos à luz do Sol? Se jamais houvéssemos visto peixes, não poderíamos conceber seres vivendo na água; não faríamos uma idéia de sua estrutura. Ainda há pouco tempo, quem teria acreditado que um animal pudesse viver indefinidamente no seio de uma pedra? Mas, sem falar desses extremos, os seres que vivem sob o forte calor da zona tórrida poderiam existir nos gelos polares? E, entretanto, há nesses gelos seres organizados para esse clima rigoroso, incapazes de suportar a ardência de um sol tropical. Por que, então, não admitir que os seres possam ser constituídos de maneira a viver em outros globos e em um meio totalmente diferente do nosso?
     Seguramente, sem conhecer a constituição física da Lua, dela sabemos o bastante para estarmos certos de que, tais quais somos, ali não poderíamos viver, como não o podemos no seio do oceano, na companhia dos peixes. Pela mesma razão, se os habitantes da Lua, constituídos para viver sem ar ou num ar muito rarefeito, talvez completamente diverso do nosso, pudessem um dia vir à Terra, seriam asfixiados em nossa espessa atmosfera, como ocorre conosco quando caímos na água.
     Ainda uma vez, se não temos a prova material e de visão da presença de seres vivos em outros mundos, nada prova que não possam existir organismos apropriados a um meio ou a um clima qualquer. Ao contrário, diz-nos o simples bom-senso que deve ser assim, uma vez que repugna à razão acreditar que esses inumeráveis globos que circulam no espaço não passem de massas inertes e improdutivas. A observação, ali, nos mostra superfícies acidentadas, como aqui, por montanhas, vales, barrancos, vulcões extintos ou em atividade; por que, então, lá não haveria seres orgânicos? Seja, dirão; que haja plantas, mesmo animais, é possível; porém, seres humanos, homens civilizados como nós, conhecendo Deus, cultivando as artes, as ciências, será possível?
     Por certo nada prova matematicamente que os seres que habitam os outros mundos sejam homens como nós, nem que sejam mais ou menos avançados do que nós, moralmente falando; mas, quando os selvagens da América viram desembarcar os espanhóis, não tiveram mais dúvidas de que, além dos mares, existia um outro mundo, cultivando artes que lhes eram desconhecidas.
     A Terra é salpicada de inumerável quantidade de ilhas, pequenas ou grandes, e tudo o que é habitável é habitado; não surge no mar um rochedo sem que o homem ali não plante a sua bandeira. Que diríamos se os habitantes de uma dessas menores ilhas, conhecendo perfeitamente a existência das outras ilhas e continentes, mas não tendo tido jamais relações com os que os habitam, acreditassem ser os únicos seres vivos do globo? Dir-lhes-íamos: Como podeis acreditar que Deus tenha feito o mundo somente para vós? Por qual estranha bizarrice vossa pequena ilha, perdida num canto do oceano, teria o privilégio de ser a única habitada? Podemos dizer o mesmo em relação às outras esferas. Por que a Terra, pequeno globo imperceptível na imensidão do Universo, que dos outros planetas não se distingue nem por sua posição, nem por seu volume, nem por sua estrutura, visto não ser nem a menor, nem a maior, nem está no centro, nem na extremidade; por que, dizíamos, dentre tantas outras seria a única morada de seres racionais e pensantes? Que homem sensato poderia crer que esses milhões de astros que cintilam sobre nossas cabeças foram feitos somente para recrear os nossos olhos?
     Qual seria, então, a utilidade desses outros milhões de globos invisíveis a olho nu e que não servem sequer para nos iluminar? Não haveria ao mesmo tempo orgulho e impiedade pensar que assim fosse? Àqueles a quem pouco importa a impiedade, diremos que é ilógico.
     Chegamos, pois, por um simples raciocínio, que muitos outros fizeram antes de nós, a concluir pela pluralidade dos mundos, e esse raciocínio é confirmado pelas revelações dos Espíritos. Com efeito, eles nos ensinam que todos esses mundos são habitados por seres corporais apropriados à constituição física de cada globo; que, entre os habitantes desses mundos, uns são mais, outros menos adiantados que nós, do ponto de vista intelectual, moral e mesmo físico. Ainda mais: sabemos hoje que podemos entrar em relação com eles e obter informações sobre o seu estado; sabemos, igualmente, que não apenas são habitados todos os globos por seres corpóreos, mas que o espaço é povoado de seres inteligentes, a nós invisíveis por causa do véu material lançado sobre nossa alma e que revelam sua existência por meios ocultos ou patentes. Assim, tudo é povoado no Universo, a vida e a inteligência estão por toda parte: nos globos sólidos, no ar, nas entranhas da Terra, e até nas profundezas etéreas. Haverá nessa doutrina alguma coisa que repugne à razão? Não é, ao mesmo tempo, grandiosa e sublime? Ela nos eleva por nossa própria pequenez, bem ao contrário desse pensamento egoísta e mesquinho, que nos coloca como os únicos seres dignos de ocupar o pensamento de Deus.
(Revista Espírita -  Jornal de estudos Psicológicos – Ano I nº 3- pag.109)
Paris (FR), 1864.

Allan Kardec

      (...) 2. A casa do Pai é o Universo; as diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito, e oferecem, aos Espíritos encarnados, moradas apropriadas ao seu adiantamento.
     Independentemente da diversidade dos mundos, essas palavras podem também ser entendidas como o estado feliz ou infeliz do Espírito na erraticidade. Segundo ele seja mais ou menos depurado e desligado dos laços materiais, o meio em que se encontra, o aspecto das coisas, as sensações que experimenta, as percepções que possui, variam ao infinito; enquanto que uns não podem se distanciar da esfera em que viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto certos Espíritos culpados erram nas trevas, os felizes gozam de uma claridade resplandecente e do sublime espetáculo do infinito; enquanto, enfim, que o mau, atormentado de remorsos e de lamentações, frequentemente só, sem consolação, separado dos objetos da sua afeição, geme sob o constrangimento dos sofrimentos morais, o justo, reunido àqueles que ama, goza as doçuras de uma indizível felicidade. Lá também há, pois, várias moradas, embora não sejam nem circunscritas nem localizadas.
DIFERENTES CATEGORIAS DE MUNDOS HABITADOS
     3. Do ensinamento dado pelos Espíritos, resulta que os diversos mundos estão em condições muito diferentes uns dos outros quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade de seus habitantes. Entre eles há os que seus habitantes são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros estão no mesmo grau, e outros lhes são mais ou menos superiores em todos os aspectos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, as paixões reinam soberanamente, e a vida moral é quase nula.  A medida que esta se desenvolve, a influência da matéria diminui, de tal sorte que, nos mundos mais avançados, a vida, por assim dizer, é toda espiritual.
     4. Nos mundos intermediários, há mistura do bem e do mal, predominância de um ou de outro, segundo o grau de adiantamento. Embora não possa ser feita, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se, todavia, em razão de seu estado e de sua destinação, e baseando-se nas diferenças mais acentuadas, dividi-los de um modo geral, como se segue: os mundos primitivos destinados às primeiras encarnações da alma humana; os mundos de expiação e de provas, onde o mal domina; os mundos regeneradores onde as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; os mundos felizes, onde o bem se sobrepõe ao mal; os mundos celestes ou divinos, morada dos Espíritos depurados, onde o bem reina inteiramente. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e de provas, e é por isso que o homem nela é alvo de tantas misérias.
     5. Os Espíritos encarnados sobre um mundo, a ele não estão ligados indefinidamente, e não cumprem nele todas as fases progressivas que devem percorrer para atingirem a perfeição. Quando atingiram sobre um mundo o grau de adiantamento que ele comporta, passam para um mundo mais avançado, e assim sucessivamente até que tenham atingido o estado de Espíritos puros. São igualmente estações em cada uma das quais encontram elementos de progresso, proporcionais ao seu adiantamento. É para eles uma recompensa passar para um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo prolongarem sua demora em um mundo infeliz, ou serem relegados para um mundo mais infeliz ainda que aquele que são forçados a deixar, quando são obstinados no mal.
O Evangelho Segundo o Espiritismo – Instituto de Difusão Espírita, março 2005

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