Surgimento do Espiritismo na França.
Allan Kardec |
Com o auxílio de duas jovens médiuns passou a pesquisar o mundo espiritual; e, através
de um método de perguntas e respostas, organizou o estudo de forma a integrar o
conhecimento cientifico, filosófico e moral. Como resultado de suas
investigações escreveu, usando o pseudônimo de Allan Kardec, o “Livro dos Espíritos”, lançando-o em 18 de abril de 1857. Depois
lançou os livros: “O Livro dos Médiuns”
em 1861; “O Evangelho Segundo o
Espiritismo”, em 1864; “O Céu e o
Inferno”, em 1865; e a “A Gênese”,
em 1868. Allan Kardec assim definiu o Espiritismo: “Do ponto de vista religioso o Espiritismo
tem por base as verdades fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a
imortalidade, as penas e as recompensas futuras, sendo, porém, independente de
qualquer culto em particular. Seu objetivo é provar àqueles que negam, ou que
duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo e que sofre, após a
morte, as consequências do bem e do mal que praticar durante a vida corpórea: o
objetivo de todas as religiões”.
Allan Kardec desencarnou em Paris em 31
de março de 1869 cumprindo sua missão de inaugurar a era espirito-cristã na
Terra.
Surgimento
do Espiritismo no Brasil.
D. Pedro II |
Em 17
de setembro de 1865 foi realizada a primeira sessão espírita em
Salvador; e nesta capital, também, iniciou-se a reação da Igreja Católica
contra o Espiritismo.
Em 1873
foi fundada, no Rio de Janeiro, capital do Império do Brasil, a Sociedade de
Estudos Espíriticos – Grupo Confúcio. Desse ano em diante ,até 1881, surgiram várias instituições espíritas; sendo que dentre essas,
algumas foram dissolvidas e outras foram geradas a partir de dissidências. Ainda
em 1881 iniciou-se uma perseguição oficial ao movimento espírita, com uma ordem
policial que proibia o funcionamento da “Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e
Caridade”, fundada em 1879, de característica cientificista e aos centros
filiados a ela. A diretoria da Sociedade Acadêmica reagiu contra a medida
expedindo oficio alegando arbitrariedade na medida. Em 6 de setembro do mesmo
ano ocorreu o primeiro "Congresso Espírita no Brasil"; e no mesmo dia, o imperador Pedro II recebeu uma comissão de espíritas que solicitavam sua
interferência diante da proibição. O imperador encaminhou o caso ao Ministro do
Império para a solução; mas a tolerância ao funcionamento das atividades da
Sociedade só foi concretizada em 1882.
Em
1884 o Espiritismo possuía várias instituições; e no dia 1 de janeiro
foi fundada a Federação Espírita, com o objetivo de unir todas elas e difundir,
através da imprensa e de livros, o espiritismo no Brasil.
A Federação, desde a sua fundação, sofreu
diversas dificuldades, tanto financeira como também divergências ideológicas. Havia um grupo
liderado pelo professor Afonso Angeli Torteroli que defendia um espiritismo
cientifico; e outro grupo, liderado por Bezerra de Menezes, que defendia uma
forma de espiritismo místico religioso.
Nesses primeiros momentos da fundação da
Federação Espirita do Brasil houve a abolição da escravatura, em 1888; e, em
1889, a "Proclamação da República Brasileira". Em seguida, em 1893, surgiu a
“Revolta da Armada” que provocou uma instabilidade na instituição, provocando assim o
afastamento de grande parte de seus membros iniciais e uma crise financeira; tornando
suspensa suas atividades.
(Fonte de pesquisa: Wikipédia)
Zélio Fernandino de Moraes |
Sua família assustada com os
acontecimentos, pensando se tratar de distúrbio mental, procurou um psiquiatra
que após vários exames aconselhou que levassem o rapaz a um padre, pois os
sintomas apresentados não constavam na literatura médica. da época.
Então, o pai de Zélio, que era simpatizante do espiritismo,
levou-o a uma sessão de trabalhos mediúnicos na Federação em Niterói; e o
jovem foi convidado pelo presidente a participar junto à mesa, com outros
médiuns. Durante a sessão mediúnica manifestaram-se nos médiuns kardecistas
entidades de pretos e índios. O presidente dirigente dos trabalhos, achando que
as manifestações eram de espíritos atrasados, advertiu-os pedindo para que se
retirassem.
Uma entidade espiritual, manifestada através
do médium Zélio, questionou o porquê dos espíritos manifestados estarem sendo
repelidos; se nem deram a chance de serem ouvidas as suas mensagens. Os
responsáveis pelo trabalho da sessão mediúnica tentaram “doutrinar” e afastar o
espírito manifestante. Após acalorado diálogo a entidade foi questionada sobre
seu nome, no que informou que poderiam chamar-lhe por “Caboclo das Sete
Encruzilhadas”; pois sua última encarnação tinha sido no Brasil, como um caboclo.
O espírito informou que, como havia uma
discriminação quanto a manifestação de entidades na forma astral de pretos e
índios, ele trazia a missão de iniciar um trabalho onde esses poderiam se
manifestar através dessas formas para que pudessem trazer suas mensagens e
praticarem a caridade.
Imagem: extra.globo.com |
No dia
seguinte, dia 16 de novembro de 1908,
na rua Floriano Peixoto n. 30, na casa da família do médium Zélio, as 20:00hs,
manifestou-se a entidade espiritual Caboclo das Sete Encruzilhadas informando que
a partir daquele momento iniciava-se um novo trabalho, onde espíritos de velhos
africanos, que foram escravos, e espíritos de índios, se manifestariam para
praticarem a caridade em favor dos irmãos encarnados.
Já naquela época, esses espíritos não encontravam campo de atuação nas seitas de
origem africana, que naquele período, de pós libertação dos escravos no
Brasil, encontravam-se deturpadas em
seus cultos magísticos; onde os ex-escravos, para sobreviverem, após a
libertação, venderam a magia praticada em seus cultos de origem africana.
Começando assim o intercâmbio com as entidades do baixo astral, fazendo trabalhos de
feitiçaria.
Por
esse motivo, e pela discriminação das
manifestações de entidades, quanto às suas formas astrais de diversas raças, que
haveria nas sessões mediúnicas do espiritismo,
iniciou-se o novo movimento chamado de umbanda. Ali poderiam
manifestar-se todas entidades comprometidas com o bem e a caridade
independentemente de suas constituições físico-astrais.
A primeira casa de trabalhos espirituais
de caridade com base no Evangelho de Jesus foi nomeada Tenda Espírita Nossa
Senhora da Piedade.
Em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas
recebeu ordens do Astral Superior para fundar sete tendas: Tenda Espírita Nossa
Senhora da Guia, Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, Tenda Espírita
Santa Bárbara, Tenda Espírita São Pedro, Tenda Espírita Oxalá, Tenda Espírita
São Jorge e Tenda Espírita São Gerônimo.
Desde sua origem, o Caboclo das Sete
Encruzilhadas estabeleceu um ritual simples nos trabalhos de atendimento
mediúnico, com cânticos baixos, sem atabaques e palmas e sem uso, por parte dos
médiuns, de vestimentas e adereços extravagantes. Foi estabelecido o uso de
roupas brancas simples e sem sacrifícios de animais, no seu ritual interno e
externo. Com o passar do tempo foram criadas umas 10.000 tendas pelo país e
algumas foram incorporando no seu ritual o uso de atabaques.
(Fonte de
pesquisa: “Umbanda Pé no Chão” – Um Guia de Estudo da Umbanda – Orientado pelo
Espírito Ramatís – Norberto Peixoto)
Gira de Umbanda na atualidade na Tenda Nossa Senhora da Piedade
Durante esses 106 anos, desde a
instituição da umbanda, surgiram as manifestações de inúmeras entidades com
diversas formas astrais. São diversas falanges de Espíritos que realizam trabalhos
dentro das "Vibrações Cósmicas", Orixás; e atuam como: caboclos, caboclas, pretos
velhos, pretas velhas, ciganos, boiadeiros, baianos, marinheiros, exus, crianças,
e outros. Além desta diversidade de espíritos brasileiros também há espíritos
do oriente, e de origens diversas. Todos são espíritos que continuam seus
processos evolutivos comprometidos com a "Espiritualidade Maior" nesse trabalho
de espiritualização da humanidade terrena.
Infelizmente, surgiu muitas distorções,
como foi previsto pelo Caboclo das Setes Encruzilhadas, que prejudicaram a
imagem da umbanda. Há médiuns que fazem cobrança de consultas, usam roupas
excêntricas, exageram nas incorporações, fazem uso de bebida alcoólica durante
as sessões, realizam sacrifícios de animais, e em algumas ritualísticas poluem
os sítios vibratórios na natureza. Dessa forma, existem muitas atitudes contrárias aos
fundamentos da umbanda que são a simplicidade, a humildade e a pureza.
Estamos
vivendo um momento em que a espiritualidade superior vem desenvolvendo um
trabalho de esclarecimento, através de mensagens mediúnicas, para esclarecer o
que é, e o que não é umbanda. Apesar de nesses primeiros momentos essas
mensagens serem endereçadas, principalmente, ao esclarecimento dos médiuns, os
consulentes também vão aos poucos conhecendo os fundamentos umbandista e a
importância deles no processo de cura espiritual-física, para a evolução de
todos nós.
Algumas casas umbandistas já apresentam os seguintes fundamentos básicos:
Não há cobrança financeira por nenhum
tipo de atendimento espiritual.
Não se faz sacrifícios de animais.
Na ritualística não há ingestão de bebida
alcoólica por parte dos médiuns.
Não se faz nenhum tipo de trabalho de
amarração e que desrespeite o livre arbítrio.
Não se suja os "Sítios Vibratórios da
Natureza" com despachos ou oferendas.
Não se usa roupas e adereços extravagantes durante o trabalho mediúnico.
Umbanda praticada no Grupo de Umbanda Triângulo da Fraternidade
(Atualizado em 17/02/2014)
Contagem (MG), fevereiro de 1998.
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- Mas
poderia me esclarecer qual a
verdadeira natureza e origem da Umbanda? Às vezes se é mal informado
a respeito, e confunde-se muito Umbanda com Espiritismo. A ignorância a
respeito é generalizada.
- Pois
bem, Ângelo, tentarei trazer um pouco de luz sobre o assunto, embora não
pretenda esgotá-lo.
Desde
que os negros foram tirados de sua terra, na África, vieram para o Brasil com o rancor e o ódio em seus corações, pois
muitos foram enganados pelo homem branco e feitos prisioneiros e escravos,
feridos em sua dignidade, distantes da pátria e dos que amavam. Foram
transcorrendo os anos de lutas e dores, e o negro mantinha, em seus costumes e na religião, a invocação das
forças da natureza, as quais chamavam de orixás, espécie de deuses a quem
cultuavam com todo o fervor de suas vidas. Aprenderam com o tempo a se vingar de seus senhores e
déspotas, através de pactos com entidades perversas e com a magia negra,
que outra coisa não era senão as energias magnéticas empregadas de forma
equivocada. Dessa maneira, o culto
inicial aos orixás foi-se transformando em métodos de vingança, em pactos com
entidades trevosas, que
assumiam o papel dessas forças da natureza ou orixás, disseminando o
que se chamava de Candomblé, que, na época, era um disfarce para uma
série de atividades menos dignas no campo da magia.
Com o
tempo, foi-se formando uma atmosfera psíquica
indesejável no campo áurico do Brasil, que havia sido destinado a ser a pátria do evangelho
redivivo, onde estava sendo transplantada a árvore abençoada do Cristianismo
pelas bases eternas do Espiritismo. A psicosfera criada no ambiente espiritual da nação foi de tal
maneira violenta, que entidades ligadas
aos lugares de sofrimento nas senzalas encarnavam e desencarnavam conservando o ódio nos corações,
com exceção daquelas que entendiam o aspecto espiritual da vida. Assim, a magia negra foi se espalhando em forma de culto pelas terras
brasileiras. Do norte ao sul do país, as oferendas, os despachos ou
os ebós eram oferecidos pelos pais-de-santo, pelos mestres do Catimbó ou de
outros cultos que proliferavam a cada dia, criando uma crosta mental sobre os céus da nação.
Nos
planos etéreos da vida, reuniram-se então entidades de
alta hierarquia com o objetivo de encontrar uma solução para desfazer a
egregóra negativa que se formava na psicosfera do Brasil. A magia negra deveria ser combatida, e
seus efeitos destrutivos haveriam de ser desmanchados de maneira a transformar os próprios centros de
atividades dos cultos degradantes em lugares que irradiassem o amor e a
caridade, única forma de se modificar o panorama sombrio.
Havia necessidade de que espíritos esclarecidos se manifestassem para
realizar tal cometimento. E, assim, foram se apresentando, uma a uma, aquelas
entidades iluminadas que haveriam
de modificar suas formas
perispirituais, assumindo a conformação de pretos velhos e caboclos, e
levariam a mensagem de caridade através da Umbanda, cujo objetivo inicial seria o de desfazer a carga negativa
que se abatia sobre os corações dos homens no Brasil. A
Umbanda seria o elo de ligação com o Alto; penetraria aos poucos nos redutos de magia negra ou nos terreiros
de Candomblé, os quais ainda se mantinham enganados quanto às leis de
amor e caridade, e iria transformando, com as palavras de um preto velho ou
as advertências do caboclo, os sentimentos das pessoas. E, para isso, meu
amigo, era necessário que elevados
companheiros da Vida Maior renunciassem a certos métodos de trabalho
considerados mais elevados e se dedicassem às atividades que a Umbanda se
propunha. A esses companheiros de elevada hierarquia espiritual juntaram-se espíritos de antigos
escravos e índios, que serviram por muito tempo nas fazendas e nos
arraiais da Terra do Cruzeiro e, em sua simplicidade e boa vontade, propuseram-se
a trabalhar para demonstrar ao homem branco e civilizado as lições sagradas da
Umbanda. Manifestavam-se aqui e acolá ensinando suas rezas, mandingas e
beberagens, auxiliando a curar doenças e dando lições de amor e humildade. Na
verdade, a Umbanda tem conseguido seu intento, e, aos poucos, vão sumindo dos corações dos oprimidos o desejo de
vingança, o ódio e o rancor. Os cultos afros, em sua essência, vão se
transformando, auxiliando o progresso daqueles que sintonizam com tais
expressões de religiosidade. A Umbanda está modificando o
aspecto desses cultos de origem africana e transformando-os gradativamente,
numa religião mais espiritualizada.
Na
palavra de um caboclo ou de um preto velho, a lei de causa e efeito é ensinada por meio de Xangô, que simboliza
a justiça; a reencarnação
torna-se mais compreensível às pessoas mais simples quando o preto fala de sua outra vida como escravo e da
oportunidade de voltar à Terra em novo corpo, para ajudar seus
filhos. A força das matas, das
ervas, é ensinada na fala de Oxóssi; o amor é personificado em Oxum, e a força de
transformação, a energia de vitalidade, é apresentada nas palavras de Ogum.
Mas há
muito ainda que fazer, muito trabalho a realizar. Nossa explicação não esgota
o assunto, mostra apenas um aspecto da Umbanda, que guarda suas em épocas
muito distantes no tempo. Agora não temos muito tempo para falar sobre isso.
(...)
– E quanto a esses pais-de santo e
centros de Umbanda que se espalham pelo país, será que estão conscientes disso tudo?
- Não
podemos esperar a mesma compreensão por parte de todos, meu filho –
respondeu-me. – Existe muita ignorância no meio, e os próprios responsáveis pelos terreiros e pelas tendas
umbandistas concorrem para que o povo tenha uma idéia errada da Umbanda.
Em seus fundamentos, a Umbanda nada tem a ver com o Espiritismo, o que não é
bem esclarecido nos meios umbandistas. Começa aí a confusão. Tomou-se
emprestado o nome “espirita”, como se ele designasse todas as expressões de
mediunismo, e descaracterizou-se muito a Umbanda. Por outro lado, espíritos
têm baixado ao mundo com a missão de esclarecer e de certa forma dar um corpo
doutrinário à Umbanda, escrevendo livros sérios a respeito do assunto, os
quais são ignorados por muitos adeptos. Aos poucos, a verdade irá se espalhando, e quem sabe, num futuro
próximo haveremos de ver abolidos os sacrifícios de
animais, as oferendas e uma série de outras coisas que nada têm a ver com a
Umbanda, mas com outras expressões de cultos de origem afro,
os quais são respeitáveis, mas diferem em seus objetivos da verdadeira
Umbanda.
Pais e mães-de-santo que vivem enganando as pessoas,
ciganas e ledoras de sorte que cobram por seus “trabalhos”, não têm nenhuma
relação com os objetivos elevados que os mentores da Umbanda programaram.
São pessoas ignorantes das verdades eternas e responderão ao seu tempo por
suas ações inescrupulosas.
“Tambores de Angola” – pelo espírito Ângelo
Inácio; psicografia de Robson Pinheiro Santos. Contagem: Casa dos Espíritos,
1999.
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Porto Alegre (RS), novembro de 2005.
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Projeto Divina Luz na Terra
Salve os filhos de fé, salve
Oxalá!
Salve a umbanda, nossa casa!
Esta preta velha, que ainda se acha uma
“menina”, mesmo depois de tantos nós já contados no bambu da existência,
quando na carne, lembra-se de quantos cestos de roupa suja precisou aguar
na lavanderia do espírito para alvejar as nódoas enegrecidas pela magia
negativa usada em proveito próprio.
Comprometida com a Grande Fraternidade
Universal para levar conhecimento às mentes mais endurecidas, não deixou
ainda de ser a velha feiticeira que vez ou outra se enreda em um envolvimento
magísitico, agora direcionado para
o desmanche, e, com a graça de Zambi, nunca mais para macular um
irmão de caminhada. Deste lado, nós, obreiros da umbanda, a Senhora da Luz
Velada, temos árdua tarefa, pois
contrariamos o objetivo das trevas, que se embrenham e compram os filhos da
Terra com o falso brilho do ouro e dos prazeres sensórios. Se já é
difícil encontrar aparelhos mediúnicos com seriedade e altivez para assumir
junto conosco a tarefa caridosa, é
muito mais oneroso mantê-los vigilantes e leais à luz.
Quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas
verbalizou por intermédio do menino Zélio a responsabilidade de implantação da nova religião,
missão tão bem cumprida por ele, a
espiritualidade descia aos humildes. Esse objetivo nobre precisava de
canal elevado, e os Maiorais do Espaço não buscaram para tal feito nenhum
médium “coroado”, ou renomado de segmentos religiosos terrenos, nem mesmo
mestre, mago, iniciado ou bastião de insígnias sacerdotais. É claro que o
menino Zélio, que serviu de
instrumento físico, já viera preparado do Astral e, ao retornar a ele, continua
envolvido no projeto umbanda na Terra, “como um todo”.
A umbanda, que também é ainda uma
menina, em si não se resume à tenda onde foi alicerçada. Sua história, seus
valores, seu objetivo estão intrínsecos muito além das instituições, que mais
buscam posições do que resultados; estão
sim nos médiuns, cujo comprometimento e cuja seriedade dão continuidade à
religião. Não seria o local onde a luz refulgiu que deixaria de ser
atrativo para as trevas, assim como tem acontecido na terra onde Oxalá mandou
nascer Seu maior representante. Não conseguindo deturpar todas as mentes, focalizam os templos e terreiros pela
maior ou menor representatividade que exercem, ante a visão temporária e
vaidosa de certas lideranças.
Os
caridosos serão vencedores, e os mercadores de graças irão se consumir em sua
colheita. Este é um sinal dos tempos. Portanto, prossigam,
guerreiros, caravaneiros da Divina Mediadora, não para combater os muros das trevas
intencionalmente, mas para implantar o estandarte da luz, distribuindo-a por
todos os cantos onde o vento possa levá-la.
Não lastimem pelos que se deixam
escravizar, pois no Além o projeto ganha forças. Não será o fluido vital derramado de nossos irmãozinhos do mundo
animal, sacrificados e utilizados por alguns médiuns, infelizmente ainda comandados pela dependência psicológica
das iniciações e dos despachos sanguinolentos, que fará desmerecer
todas as tochas que a nossa amada
umbanda já acendeu pelas Terras do Cruzeiro.
Continuem firmes! Perseverem justos e
fortalecidos pela certeza da vitória, sem batalhas. Busquem disseminar a verdadeira doutrina umbandista, isentando-se
de ceder àquilo tudo que contraria o que foi implantado pelo Caboclo das Sete
Encruzilhadas. Exemplifiquem e deixem que seus iguais exerçam a
atração natural entre si. Documentos são importantes, porém mais importante é
o compromisso moral dos verdadeiros seguidores do Caboclo das Sete
Encruzilhadas. Prossigam na busca desses valores e não se preocupem com as
querelas e as trevas, as quais respeitamos, mas às quais não podemos nos
curvar. A Luz se fará valer.
Lembrem-se sempre, filhos amados, de que
o maior axé, a mais completa força oferecida para os
orixás, é o amor e a caridade dentro de cada criatura.
Saravá aos irmãos da Terra!
As bênçãos das falanges de Aruanda, do
Caboclo das Sete Encruzilhadas, de toda a Confraria da Umbanda e da
Fraternidade Universal.
Paz!
Vovó Benta
“A Missão da Umbanda” – obra mediúnica inspirada
pelo espírito Ramatís ao médium Norberto Peixoto. – limeira, SP : Editora do
Conhecimento, 2006.
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