Continuando..
QUEM É JESUS?...
QUEM É JESUS?...
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Francisco Cândido Xavier |
Prosseguindo a nossa reflexão anterior..., com a “Ciência do Espírito” em progresso, e a
egrégora do “Espírito Verdade”, o “Consolador”, em trabalho de esclarecimento
espiritual, vamos encontrar no livro psicografado
em julho de 1941, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, por Francisco
Cândido Xavier, cujo título é “Paulo
e Estevão”, muitas informações importantes do período em que os discípulos
de Jesus deram continuidade à sua obra.
Nesse livro, o Espírito Emmanuel descreve a trajetória de aproximação de Estevão
junto aos discípulos que conviveram diretamente com Jesus; também narra as
dificuldades que os missionários encontraram frente a tradição religiosa dos
judeus instalada em Israel; e traz detalhes importantes de todo o contexto
cultural e religioso em que estava vivendo Saulo, e como se deu a sua transformação de
perseguidor dos seguidores de Jesus para o
grande divulgador do Evangelho.
Para a nossa reflexão vamos sintetizar os
acontecimentos narrados por Emmanuel:
ENCONTRO DE ESTEVÃO COM O EVANGELHO DE JESUS
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Corinto |
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Viagem de Estevão de Corinto à Jope |
Jesiel (Estevão), como cativo dentro do
navio mercante, chegou ao porto de
Jope na Palestina; ele estava muito doente e foi libertado por seu amo
que tinha simpatizado com a personalidade do rapaz. No porto foi ajudado e levado para Jerusalém onde foi
recebido como mais um enfermo que chegava à casa dos homens
do “Caminho”, que era uma instituição de assistência aos
necessitados, dirigida por Simão Pedro, Apóstolo de Jesus.
Depois de se recuperar, Jesiel despertou a
atenção de Pedro por ter demonstrado possuir um grande conhecimento das escrituras antigas; principalmente
sobre “Isaías” que tinha anunciado a
vinda do Messias. Pedro informou a Jesiel que o Messias já tinha vindo; e por despertar o interesse no
rapaz, que quis saber onde estava o Messias, Pedro informou sobre a crucificação de Jesus ocorrida há mais de um
ano atrás, ali mesmo em Jerusalém. Após narrar sobre a vida de Jesus e
tudo o que ele tinha vivenciado como apostolo entregou a
Jesiel as anotações que Levi (Mateus) tinha feito sobre o Messias.
Assim descreve Emmanuel sobre esse
momento: (...) “Vou buscar-te os textos novos. São as anotações de Levi sobre o Messias
redivivo.
E, em breves minutos, o Apóstolo lhe punha nas mãos os pergaminhos do
Evangelho, Jesiel não leu; devorou. Assinalou, em voz alta, uma a uma, todas as
passagens da narrativa, seguido pela atenção de Pedro intimamente satisfeito.
Terminada a rápida análise, o jovem advertiu:
- Encontrei o tesouro da vida, preciso
examiná-lo com mais vagar, quero saturar-me da sua luz, pois aqui pressinto a
chave dos enigmas humanos.
Quase em lágrimas, leu o Sermão da Montanha,
secundado pelas comovedoras lembranças de Pedro. Em seguida,
ambos passaram a comparar os ensinamentos do Cristo com as profecias que o
anunciavam. O jovem hebreu estava comovidíssimo e queria conhecer os mínimos
episódios da vida do Mestre. Simão procurava satisfazê-lo, edificado e
satisfeito. O generoso amigo de Jesus,
tão incompreendido em Jerusalém, experimentava uma alegria orgulhosa por haver
encontrado um jovem que se entusiasmava com os exemplos e ensinamentos do
Mestre incomparável.” (...)
Pedro adotou Jesiel
como seu filho; e para que ele não fosse reconhecido como ex-escravo, o batizou
com o nome de Estevão.
ENCONTRO DE SAULO DE TARSO COM
ESTEVÃO
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Templo de Jerusalém |
A partir daí, na narrativa do
espírito Emmanuel, iniciou-se um enorme drama na vida de Saulo quando este
descobriu que sua noiva Abgail, aquela do
início da história, que foi abandonada em Corinto, e que depois foi adotada por
Zacarias vindo morar em Jerusalém, durante
a ação de apedrejamento de Estevão revelou ser a irmã do jovem executado.
Devido ao grande impacto desse drama
vivido por eles, Saulo sentiu que não podiam continuar juntos, e ali mesmo
tomou a decisão de se separarem. Mesmo assim, após a morte de Estevão, Saulo continuou a perseguição aos
seguidores da nova doutrina de Jesus.
Após oito
meses da morte de Estevão e das perseguições Saulo resolveu visitar
Abgail que tinha se retirado aos arredores de Jerusalém, em Jope. Encontrou-a
muito doente e mesmo naquele sofrimento descobriu que ela estava também se
reconfortando com o evangelho de Jesus.
VIAGEM DE SAULO A DAMASCO
Saulo continuou com suas obrigações no
Templo de Jerusalém; e, ainda com a
ideia fixa de defender a “Lei de Moisés”, apesar dos apelos de Zacarias, pai adotivo de
Abgail, resolveu perseguir também Ananias, por ele ter sido
o inspirador de Abgail a se converter ao evangelho de Jesus. Sabendo que
este se encontrava em Damasco
pregando a Boa Nova, que na visão dele perturbava a vida nas sinagogas,
resolveu pessoalmente ir atrás dos seguidores de Jesus para estabelecer a
ordem. Juntamente com três servidores,
montados em camelos, se puseram a caminho de Damasco.
Durante a viagem começou a rever toda a sua infância; os acontecimentos
envolvendo Estevão e a irmã deste; sua noiva Abigail; os homens do “Caminho” e
as perseguições; e toda essa rememoração era
como se uma força estranha o fizesse recordar de tudo sofrendo com isso um imenso pesadelo.
APARIÇÃO DE JESUS A SAULO
(...) “Em
dado instante, todavia, quando mal despertara das angustiosas cogitações, sente-se envolvido por luzes diferentes
da tonalidade solar. Tem a impressão de que o ar se fende como uma
cortina, sob pressão invisível e poderosa. Intimamente, considera-se presa de inesperada vertigem após o
esforço mental persistente e doloroso. Quer voltar-se, pedir o socorro dos
companheiros, mas não os vê, apesar da possibilidade de suplicar o auxílio.
- Jacó!... Demétrio!... Socorram-me!... – grita desesperadamente.
Mas a confusão dos sentidos lhe tira a noção de equilíbrio e tomba do
animal, ao desamparo, sobre a areia ardente. A visão, no entanto, parece dilatar-se ao infinito. Outra luz lhe banha os olhos
deslumbrados, e no caminho, que a atmosfera rasgada lhe desvenda, vê surgir a figura de um homem de majestática beleza,
dando-lhe a impressão de que descia do céu ao seu encontro. Sua túnica era feita de pontos luminosos, os cabelos
tocavam nos ombros, à nazarena, os olhos magnéticos, imanados de simpatia e de
amor, iluminando a fisionomia grave e terna, onde pairava uma divina tristeza.
O doutor de Tarso
contemplava-o com espanto profundo, e foi quando, em uma inflexão de voz
inesquecível, o desconhecido se fez ouvir:
- Saulo!...
Saulo!... por que me persegues?
O
moço tarsense não sabia que estava instintivamente de joelhos. Sem poder
definir o que se passava, comprimiu o coração em uma atitude desesperada.
Incoercível sentimento de veneração apossou-se inteiramente dele. Que
significava aquilo? De quem o vulto divino que entrevia no painel do firmamento
aberto e cuja presença lhe inundava o coração precipite de emoções
desconhecidas?
Enquanto os companheiros cercavam o jovem genuflexo, sem nada
ouvirem nem verem, não obstante haverem
percebido, a princípio, uma grande luz no alto, Saulo interrogava em
voz trêmula e receosa:
- Quem sois vós,
Senhor?
Aureolado de uma luz balsâmica
e num tom de inconcebível doçura, o Senhor respondeu:
- Eu sou
Jesus!...
Foi quando notou que Jesus se aproximava e,
contemplando-o carinhosamente, o Mestre tocou-lhe os ombros com ternura,
dizendo com inflexão paternal:
- Não recalcitres
contra os aguilhões!...
Saulo compreendeu. Desde o
primeiro encontro com Estevão, forças profundas o compeliam a cada momento, e
em qualquer parte, à meditação dos novos ensinamentos. O Cristo chamara-o por
todos os meios e de todos os modos.” (...)
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Damasco |
Saulo perguntou a Jesus o que ele
queria que ele fizesse. Jesus pediu que ele fosse para a cidade
de Damasco, e lá seria dito a ele o que fazer.
Em seguida ele percebeu que estava cego;
mesmo assim se dirigiu para a cidade conforme recomendado.
Após três dias de reflexões e orações
intensas ele foi visitado por Ananias, o qual tinha recebido instruções de Jesus para estar
ali e devolver-lhe a visão. Após batizá-lo na nova fé em Cristo Jesus, Ananias
colocou a mão sobre os olhos de Saulo
e após uma prece Saulo voltou a enxergar. (Ananias era o mesmo que
despertou Abgail para o Evangelho e depois foi perseguido por Saulo. Saulo
sentiu mais uma vez a angústia de sua consciência e a nova lição que recebia de
Jesus ao ser curado justamente por aquele que ele estava perseguindo)
Após isso, Saulo quis saber tudo sobre
Jesus. Ananias contou-lhe tudo que ouviu através dos Apóstolos e
também narrou a sua participação como testemunha do martírio e crucificação de
Jesus.
Assim, Saulo ávido por querer saber tudo sobre Jesus perguntou como ele poderia obter o Evangelho
sagrado de Jesus. E Ananias disse que na Igreja do
“Caminho”, em Jerusalém, ele poderia obter uma cópia integral das anotações de
Levi (Mateus). Entretanto, forneceu-lhe alguns rascunhos
particular sobre o evangelho.
Continua...
V. Lau
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Bibliografia:
“O Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec; tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa. Araras,SP,IDE, 309 edição,2005.
“Contos Desta e Doutra Vida” – pelo Espírito Irmão X; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. – 2.ed. -Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 2008.
"Paulo e Estevão": episódios históricos do Cristianismo primitivo: romance / pelo Espírito Emmanuel; [psicografado por] Francisco Cândido Xavier. - 45.ed. - 11. imp. - Brasília: FEB, 2017
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